Phil Collins - Not Dead Yet Live
Abertura: The Pretenders
Allianz Parque em São Paulo/SP
Sábado, 24 de fevereiro de 2018

Estreia triunfal no Brasil

    Para o resto do mundo, a espera por um show de Phil Collins durou sete anos ( em 2010, ele anunciou que iria se dedicar apenas à família ), entretanto, para a grande maioria dos brasileiros, a espera de uma visita sua no país durou toda a vida ( exceção feita para aqueles que foram aos shows neste final de fevereiro ) e para alguns poucos afortunados... quarenta anos ( caso algum dos presentes tenha assistido as históricas apresentações do Genesis em 1977 no país ).

    Assim sendo e somado ao imenso carisma de que é possuidor, a apresentação intitulada como The Legendary Phil Collins Live, que é parte da turnê Not Dead Yet Live era a certeza absoluta de grandes, emocionantes e inesquecíveis shows em suas quatro datas pelo Brasil, sendo uma no Rio de Janeiro/RJ, duas em São Paulo/SP e a última em Porto Alegre/RS, afinal, quem conheceu Phil Collins no Genesis como baterista e vocalista, depois liderando a banda e acompanhou sua carreira solo com todos seus grandiosos sucessos, sabia que não poderia perder estes shows. A apresentação que pude acompanhar e vou contar seus detalhes nas linhas abaixo foi a primeira na capital paulista realizada no Allianz Parque, que contou também com a abertura do The Pretenders, uma das clássicas bandas de New Wave, Pop, Rock Alternativo e Punk Rock.

The Pretenders

    A formação do The Pretenders aconteceu no final dos anos 70 e a banda sempre foi liderada pela vocalista americana Chrissie Hynde, que durante este longo período de atividades colocou nas paradas dos anos 80 algumas músicas que fizeram parte das vidas de muitos amantes do Rock, afinal, eram trilha sonora de muitas festas que frequentamos mais Pop/Rock no passado. Ao lado da veterana vocalista de 66 anos estavam Martin Chambers na bateria, James Walbourne e Eric Heywood nas guitarras, Carwyn Ellis nos teclados e Nick Wilkinson no baixo, que subiram no palco dentro do horário programado para um Allianz Parque praticamente lotado por milhares de fãs.

    E portando uma guitarra Fender azul, Chrissie Hynde começou o show com Don't Cut Your Hair do álbum Break Up The Concrete de 2008 em uma roupagem mais Punk Rock repleta de energia para inflamar o público, sendo muito bem acompanhada nos solos de teclados de Carwyn Ellis com pitadas de Country, que chamaram bastante a atenção. Sorridente, ela nos agradece e com o tradicional "one... two... three... four" recebemos uma incursão em uma música mais New Wave com Talk Of The Town do indispensável álbum The Pretenders II de 1982, que nos passou ótimas melodias tranquilas em sua execução com direito a prolongamentos cheios de 'feeling' resultando em muitos aplausos. Do terceiro disco, o Learning To Crawl de 1984, eles nos enviaram a Back On The Chain Gang, que por se tratar de uma música bastante conhecida pelo público foi muito bem recepcionada, contando inclusive com uma participação maior de todos nós, pois, esta fez parte da nossa geração ( isto é... se você tem mais de 30 ou 40 anos... ) e foi literalmente uma delícia sentir a voz cheia de sensualidade de Chrissie Hynde em seus versos e olhar o tecladista Carwyn Ellis nos chocalhos.

    Chrissie Hynde nos agradece novamente com um 'Thank You', elogia baterista Martin Chambers ( um dos membros formadores da banda ) e este puxa um ritmo mais Reggae para a Private Life, onde quem se destacou foi o guitarrista James Walbourne em seus solos pesados de sua Gibson preta feitos primorosamente. No palco do The Pretenders haviam luzes fortes atrás dos músicos que davam um clima 'noir' ao show do quinteto, que estava sentindo a alegria dos fãs e se empolgando mais de forma que Message Of Love gravada no The Pretenders II nos conduziu para uma atmosfera mais descompromissada, onde novamente o inglês James Walbourne comandou os solos utilizando uma Gibson de coloração marrom e mais no final, eles elevaram o peso consideravelmente.

Recordações Positivas

    Simpática, Chrissie Hynde agradece ao Phil Collins pela oportunidade e começa a cantar a Hymn To Her, uma emocionante balada de ares épicos do álbum Get Close de 1986 em que sentimos uma aura praticamente religiosa em seus encatadores vocais, que também ganharam muitos aplausos. Para Boots Of Chinese Plastic do Break Up The Concrete, Chrissie Hynde tira sua blusa, exibe sua camisa preta com o logo da banda e pega sua guitarra Fender azul mais uma vez e se movimenta mais pelo palco neste Punk Rock eletrificado aos solos de James Walbourne e Eric Heywood. Entretanto, o cover do The Kinks para Stop Your Sobbing gravado no primeiro álbum The Pretenders de 1980 foi um causador de muita felicidade pela leveza que Chrissie Hynde aplicou na sua voz, assim como na seguinte, que foi a I'll Stand By You do The Last Of The Independents de 1994 em que a vocalista nos desafia se lembramos deste grande hit dos anos 90, que foi lembrado sim e contou a plateia cantando seus versos em um grande coral formado no estádio em plena harmonia com a banda.

     Dedicada para o público e ao seu criador Bob Dylan, os fatos da história real contida na linda e romântica balada Forever Young, que encerra o álbum The Last Of The Independents nos colocou diante de seus sintomáticos versos e melodia, que penetraram em nossas almas nos levando uma sensação pacífica demasiadamente grande e quando chegou a hora dos solos, Chrissie Hynde pega sua guitarra Fender azul de um roadie e sola junto com a dupla James Walbourne e Eric Heywood. A festiva Night In My Veins, outra do The Last Of The Independents mostrou um The Pretenders mais Rock'n'Roll com solos fervorosos de guitarras e teclados conectados a suavidade dos vocais de Chrissie Hynde.

    Antes da próxima, ela brinca com o roadie, que estava limpando o chão e junto aos demais dispara a clássica Brass In Pocket, que saiu no primeiro álbum e também foi o primeiro compacto de 1979 da banda nos conquistando facilmente com seu andamento e seus vocais capitaneados com muito carinho Chrissie Hynde a trecho da música. Um dos maiores sucessos do The Pretenders é a mais Pop Don't Get Me Wrong, que fez parte do álbum Get Close e foi responsável por um grande frisson no Allianz Parque, pois, muitos cantaram seus versos e se deliciaram ao presenciar seus solos mais serenos diante de seus olhos. O baterista Martin Chambers, que sempre jogava suas baquetas para o alto ou para os fãs, começa um ritmo acompanhado nas palmas pelos fãs em resposta à solicitação dos integrantes do The Pretenders, que nos trouxeram a Mystery Achievement em um estilo Pós Punk de riffs robustos em que a sincronia dos toques baterista Martin Chambers e do baixista Nick Wilkinson foram quem salientaram mais a temperatura desta composição que encerra o primeiro álbum da banda. E nesta noite, eles sabiamente a prolongaram para continuar o clima nostálgico do The Pretenders.

    A calorosa Middle Of The Road foi notada logo em seus primeiros toques, sendo que o público agitou mexendo as mãos e participou nos "ooooouuuooww" continuamente, além de cantar quase todos os seus versos e por ser a última do set do The Pretenders... tinha que ser marcante, e desta maneira, contou com solos e prolongamentos nos levando a dançar com a banda em uma grande festa e também a uma formidável surpresa: Chrissie Hynde solando uma gaita no ritmo da música. Final melhor eu não poderia imaginar de um show que sublimou a expectativa positiva que tínhamos quando soubemos que o The Pretenders seria a atração de abertura de Phil Collins. Tão contentes quanto nós, o The Pretenders se reúne no palco para se despedir e receber os aplausos daquela multidão de fãs sabendo que realizaram um show digno de uma noite histórica em uma hora e cinco minutos.

Set List do The Pretenders

1 - Don't Cut Your Hair
2 - Talk Of The Town
3 - Back On The Chain Gang
4 - Private Life
5 - Message Of Love
6 - Hymn To Her
7 - Boots Of Chinese Plastic
8 - Stop Your Sobbing
9 - I'll Stand by You
10 - Forever Young
11 - Night In My Veins
12 - Brass In Pocket
13 - Don't Get Me Wrong
14 - Mystery Achievement
15 - Middle Of The Road

Phil Collins

Romântico e reflexivo

    Enquanto que a produção fazia a rápida troca do palco do The Pretenders para o do Phil Collins, além de escutar as músicas de fundo que sempre temos, por volta das 20:45 uma sequencia de fotos do músico eram exibidas no telão e de certa forma mostrando que o show já começara, pois, nossa adrenalina já subia quando víamos fotos de seus tempos no Genesis ( seja como baterista ou vocalista ), de sua carreira solo nos anos 80 e algumas mais recentes, sendo todas em preto e branco.

    E a pontualidade britânica se fez presente nesta apresentação, pois, exatamente às 21:00hs, o show começou com Phil Collins ovacionado pelo público ao caminhar da esquerda para a direita do palco com o auxílio de uma bengala e sentar-se na frente em uma cadeira tal como um rei diante de seus milhares de súditos para começar o espetáculo há tantos anos aguardado. Vale dizer que Phil Collins tem feito seus shows sentados por conta de sofrer problemas na coluna.

    Entretanto, quem pensa que a limitação física de não poder andar, pular e se movimentar pelo palco como outrora poderia deixar o show mais morno... está deveras enganado, pois, Phil Collins mostrou uma disposição imensa e um magnetismo contagiante, simplesmente inspirador para todos nós.

    Além dele, sua Big Band nos padrões das bandas de Jazz era formada por seu jovem filho Nicholas Collins na bateria, o barbudo Leland Sklar no baixo, Daryl Stuermer e Ronnie Caryl nas guitarras, Brad Cole nos teclados, Luis Conte na percussão e mais dois quartetos: um de backing vocals com Arnold McCuller, Amy Keys, Bridgette Bryant e Lamont van Hook e outro de metais com Harry Kim e Dan Fornero nos trompetes, George Shelby no saxofone e Luis Bonilla no trombone. Um verdadeiro timaço de quatorze grandes músicos, que entraram em campo para ganharem o jogo.

    Após dizer algumas poucas palavras em português, complementar que são somente essas que ele conhece e nos agradecer por estarmos no show, demonstrando sua simpatia, Phil Collins inicia com a introspectiva Against All Odds ( Take A Look At Me Now ), onde pude notar que alguns refletores mais proeminentes estavam próximos ao vocalista e a forma que ele cantou este hit do filme Paixões Proibidas fez parecer que ele estava no quarto de sua casa e não diante daquela multidão de fãs, que rapidamente foi ao êxtase logo nas primeiras melodias e vocais desta linda balada, que levou muitos às lágrimas, outros para um vasto estado de felicidade e a uma enorme sensação de tranquilidade, que obviamente procuramos cantar seus versos com ele.

    Com a plateia nas mãos, Phil Collins ganha palmas e muitos gritos assim que recebemos a Another Day In Paradise, uma suave canção mais Pop do álbum ...But Seriously de 1989, que também contou com os fãs cantando seus versos para um sorridente vocalista com olhares de satisfação para a plateia. Os quatro backing vocals começaram a mostrar suas excelentes características nos vocais nos serenos prolongamentos realizados pela banda.

    Neste princípio de show, Phil Collins foi relembrando de sucessos de sua carreira solo com canções mais lentas e dançantes, que foram responsáveis por suas expressivas vendagens de álbuns, como foi o caso da terceira, a I Missed Again do primeiro álbum solo, o Face Value de 1981, onde o estilo conferido pelos metais, backing vocals e seu ritmo pudemos sentir suas linhas de Pop e Jazz, onde devo enaltecer o solo realizado por George Shelby em seu saxofone.

    E esta riqueza que os metais proporcionam para suas músicas ficou evidente em Hang In Long Enough do ...But Seriously, composição em que Phil Collins cantou com firmeza e foi divertindo tanto quanto os solos de sua Big Band em que os músicos interagiam nesta cativante incursão pela Soul Music. Contente, Phil Collins solta um sonoro "Obrigado" e continua dizendo que há alguns anos atrás ele gravou o álbum Testify ( em 2002 ) e deste tivemos a Wake Up Call, outra também mais Pop em que ele cantou com muito sentimento e nos fascinou a cada verso.

    O que chama atenção nas nas canções de Phil Collins é que mesmo nas que são consideradas Pop, há espaço para belíssimas melodias e nesta tivemos um solo esplendoroso do guitarrista Daryl Stuermer, que já está com o ícone inglês desde os tempos das turnês do Genesis nos anos 70.

Mergulho Progressivo

    Mas... e os fãs do Rock Progressivo que sabem da importância que Phil Collins teve para o movimento comandando a bateria ( instrumento que ele abandonou em 1999 por conta dos citados problemas na coluna ) não seriam agraciados neste show?

    Sim... e logo com duas músicas na sequencia, primeiro uma da fase mais Pop com a Throwing It All Away ( uma das responsáveis pelo álbum Invisible Touch de 1986 vender 20 milhões de cópias ), que começou com Phil Collins brincando e provocando a plateia com sua voz até que cantou seus versos seu estilo inconfundível e nos trouxe um envolvente misto de Pop e Progressivo, que nos levou a aplaudir no ritmo enviado do palco enquanto olhávamos para o telão e para ele palco, com prolongamentos que pudemos guardar na memória com a interação banda e plateia que ocorreu.

    A segunda foi uma das que mais gosto do Genesis e que para mim foi o momento mais emblemático do show, que ao sentir seus toques no baixo de Leland Sklar ( que já tocou com Air Supply, America, Bee Gees, James Taylor, Crosby, Stills & Nash, entre outros ) e dos teclados de Brad Cole somados com as imagens de toda a carreira do Genesis desde o início nos anos 70 até o século 21 foi como um filme de todos os discos que ouvimos da banda passando na cabeça nos levando a cantar, aplaudir, a olhar para o telão se deliciando com estas imagens dele e dos demais integrantes, com Phil Collins exibindo interpretação impecável deste clássico do álbum And Then There Were Three… de 1978, enfim, foi uma verdadeira catarse Progressiva nos inundando diretamente da paz que esta música transmite, que a julgar pelos potentes gritos de "Phil Collins... Phil Collins...", que ecoaram em seguida pelo estádio, esta opinião não foi apenas a minha pessoal.

    Rapidamente, o vocalista solta alguns gritos e exclama um jubiloso "Ok.... No Jacket Required", álbum de 1986 em que ele nos presenteou com a animada Only You Know And I Know, que alternou melodias mais Progressivas com ritmos mais Pop, sempre enriquecidos pelo quarteto dos metais e pelos solos de teclados, porém, ampliados pela atraente voz de Phil Collins, que posteriormente apresentou cada um dos músicos de sua banda, que foram um a um recebendo muitos aplausos e por último seu filho Nicholas Collins, que provou ser um grande baterista e mesmo jovem com apenas 16 anos não está no posto do pai por acaso, sendo que ele concluiu: "é um bom menino", justificando a tonelada de aplausos recebidos pelo garoto.

Puro Soul

    Depois disso, Phil Collins anuncia uma das mais românticas da noite com a Separate Lives em que Bridgette Bryant sentou ao seu lado para dividir seus vocais, onde aquela veia Soul poderosa da vocalista ficou evidente e cada vez mais forte levando este cover do Stephen Bishop gravado para a trilha do filme O Sol da Meia Noite a um momento muito afetivo desta noite. Depois de tanta sensibilidade, que certamente agradou aos casais, Phil Collins agradece a atuação de sua vocalista e aos toques mais fortes na bateria de seu filho, hora da movimentada Something Happened On The Way To Heaven, outra que confirmou o sucesso do álbum ...But Seriously e que nesta noite foi exibida com muito suingue em que seus músicos garantiram mais formosura em sua execução, que para nós na plateia foi o motivo de cantar com firmeza seu refrão. Outra vez, o guitarrista Daryl Stuermer solou de forma magnífica no breve momento em que a música lhe permitiu.

    E engana-se também que a carreira solo de Phil Collins é só voltada para as canções Pop, pois, a próxima do set foi a In The Air Tonight de seu primeiro álbum solo e a linhagem instrumental ouvida em seus primeiros acordes e em seu decorrer não só arrepiavam como foram de uma extensa progressividade, daquelas para ouvir de olhos fechados, porém, não nesta noite em que cantamos em coro com o vocalista, que procurou depositar todo o seu sentimento nesta composição nos impressionando com sua vontade e com o crescimento que acontece na música, que fez o estádio pulsar.

     De novo ele nos coloca para dançar com o cover de You Can't Hurry Love do The Supremes, que foi encarregada de passar um ótimo alto astral enquanto que, além de cantar Phil Collins olhava os quatro backing vocals e a turma dos metais andarem pelo palco transformando o show em uma grande festa Soul.

    Segurando firmemente a vibração do espetáculo e interligando com a anterior, Dance Into The Light - que é título do álbum de 1986 - lançou suas melodias mais 'chicletes', onde era impossível deixar de cantar com Phil Collins seus versos e até o telão entrou na dança, pois, exibiu partes da letra para aumentar o entusiasmo dos fãs ( como se precisasse ), que participaram nas palmas e cantarolando o refrão "ooooooo Dancing Into The Light" repetidas vezes.

Desfile de hits com muita gala

   Outra que é mais Pop e que foi gravada pelo Genesis na 'fase Phil Collins' foi a Invisible Touch, que intitula o álbum e nos estimulou a uma nova enxurrada de felicidade, pois, naturalmente veio à mente quando a música estourou e se tornou um sucesso radiofônico dos grandes e vendeu milhares de álbuns, e finalmente, nesta noite não era na rádio ou na TV com seu clipe... era Phil Collins cantando diante de nossos olhos, uma emoção muito grande, que foi alongada para que pudéssemos sentir mais alegria ainda e inteligentemente ele virava seu microfone para ouvir nossas vozes.

    E a sequencia de hits prosseguiu interruptamente com Easy Lover, canção que Phil Collins gravou com Philip Bailey ( vocalista do Earth, Wind & Fire ) e que neste show foi representado pelo Arnold McCuller, sendo que ambos cantaram com muita adrenalina e passaram isso diretamente para o público, que fez questão de cantar com eles e em uma breve olhada para os lados, vi muitas mulheres ou chorando ou com os olhos lacrimejando e também o outro garboso solo de Daryl Stuermer.

    O percussionista Luis Conte, que já esteve nos palcos com James Taylor, Madonna, Eric Clapton, Carlos Santana, começou os toques que levaram à melodia de Sussudio, outra das mais marcantes composições solo de Phil Collins, mesmo que mais Pop e que ao vivo ficam melhores ainda, pois, o som dos metais fluem livremente levando esta música do No Jacket Required mostrar porque ele foi nos anos 80 e 90 um dos reis do Rock de Arena junto a Queen, Status Quo, U2 e tantos outros. Os prolongamentos de Sussudio contaram com solos dos trompetistas Harry Kim e Dan Fornero para depois se tornarem ainda mais relevantes quando serpentinas e papéis picados caíram do palco em um clima de celebração sensacional nesta que foi a última da primeira parte do show.

    Aos gritos de "Phil Collins... Phil Collins...", assovios e muitas palmas, Phil Collins vai rapidamente para o backstage e retorna pouco depois para seu último contato com os fãs acontecer com a representativa Take Me Home do No Jacket Required, uma canção dotada de uma aura espiritual em que sentimos seu estilo bondoso inundar nossos corações e então correspondemos cantando com Phil Collins outra vez, porém, mesmo sabendo, não queríamos que esta sensação acabasse, queríamos que o show durasse muito tempo, mas, a queima de fogos que aconteceu em seguida foi a excelente despedida de Phil Collins de seu público após uma hora e quarenta e cinco minutos de um dos mais aguardados shows de 2018, que será lembrado como o melhor show da vida de muitos dos presentes em que certamente foi uma oportunidade única de vê-lo por aqui.

    Espero que a saúde permita Phil Collins seguir com a Not Dead Yet Tour por muitos anos e agora que ele 'aprendeu' o caminho do Brasil, que possa acontecer uma nova apresentação por aqui, pois, tivemos neste show uma síntese da carreira de um dos mais importantes músicos ingleses de todos os tempos, que nos saudou algumas das pérolas Progressivas do Genesis e alguns dos clássicos de sua carreira solo, onde aliás, um em especial que não constou no set é significativa com o que sentíamos após este show ao se dirigir para casa: One More Night, pois, o esforçado músico inglês superou as limitações de seu corpo e nos entregou um show inesquecível que ficará na memória de cada um de nós e que este primeiro encontro com ele não fique em apenas uma noite.

Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: Pati Patah, Stephan Solon e Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Isadora Ancora da Midiorama
e à Move Concerts pela atenção, oportunidade e credenciamento
Março/2018

Set List do Phil Collins

1 - Against All Odds (Take A Look At Me Now)
2 - Another Day In Paradise
3 - I Missed Again
4 - Hang In Long Enough
5 - Wake Up Call
6 - Throwing It All Away
7 - Follow You Follow Me
8 - Only You Know And I Know
9 - Separate Lives
10 - Something Happened On The Way To Heaven
11 - In The Air Tonight
12 - You Can't Hurry Love
13 - Dance Into The Light
14 - Invisible Touch
15 - Easy Lover
16 - Sussudio

Encore:
17 - Take Me Home

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