Circle Of Infinity Fest com Raven e Leather
Abertura: Living Metal
Sábado, 08 de junho de 2019
no Bar da Montanha em Limeira/SP

    Assim como a produtora Free Pass Entretenimento, que realizou na semana anterior o seu Free Pass Metal Festival lII ( confira matéria ), que nos trouxe mais uma exibição de gala do Avantasia, do Shaman e do Rec/All, a Circle Of Infinity Produções realizou com sucesso o seu Circle Of Infinity Fest com a presença do veterano Power Trio Raven e da Leather, banda liderada pela cantora Leather Leone ( acompanhada por um time de competentes músicos brasileiros ), sendo que ambos são dois grandes nomes do Heavy Metal Tradicional e como abertura tivemos o Living Metal, uma nova banda que chamou a atenção por sua eficaz atuação no palco.

    Responsável por um grande número de shows na cidade de Limeira/SP seja no Bar da Montanha ( palco desta noite ) ou no Estúdio Mirage Eventos, a Circle Of Infinity Produções liderada pelo Edson Moraes tem garantindo à cidade do interior paulista como uma segura passagem de importantes nomes do Heavy Metal Internacional quando estão em turnê pelo Brasil. Só neste ano até a data deste sábado tivemos na cidade nomes como Tankard, Grave Digger, Nuclear Assault, Amorphis, Delain e Vuur. E se olharmos para anos anteriores, aí o número de artistas renomados internacionalmente e nacionalmente cresce vertiginosamente, citando alguns: Paradise Lost, Lacuna Coil, Firewind, Metal Singers ( com Udo, Blaze Bayley, Andre Matos e Doogie White ), Angra, Focus, Dark Tranquility, Pain Of Salvation, Glenn Hughes, Sabaton, Amon Amarth e Abbath, Sacred Reich e Exciter.. ufa!!! sendo que alguns já passaram mais de uma vez na cidade. 

    Nas próximas linhas começo a descrever como foram os shows em um dia que será sempre lembrado como o que Andre Matos nos deixou, pois, infelizmente, neste sábado 8 de junho ficamos sabendo de seu falecimento por conta de um infarto e todos que são apreciadores de Heavy Metal em algum momento da vida acabou ou assistindo a um de seus shows pelas bandas que passou ou ouviu seus álbuns e músicas. Aliás, apesar de motivado para as coberturas dos três shows e ter presenciado três excelentes apresentações no Bar da Montanha, que me deixaram bastante contente,  intimamente, estava bastante entristecido com a prematura partida de Andre Matos. Mas vamos aos shows deste Circle Of Infinity Fest.

Living Metal

Surpresa da capital

    A recém formada Living Metal ficou com a honra e a responsabilidade de abrir a noite em celebração ao Heavy Metal Tradicional desta edição do Circle Of Infinity Fest. Sim, com apenas um ano de banda, o quinteto composto por Pedro Zupo nos vocais, Rafael Romanelli ( ex-Zumbis do Espaço ) e Jonas Soares nas guitarras, João Ribeiro no baixo e Jean Praelli na bateria subiram no palco do Bar da Montanha para divulgar o seu primeiro álbum de estúdio autointitulado, que saiu em outubro de 2018.

    Foi com a dupla Are You Ready For Metal? ( introdução nas guitarras ) e Living For Metal, que vimos o quinteto entrar para valer no palco do Bar da Montanha ( eles passaram o som um pouco antes ) devidamente trajados como manda o figurino mais tradicional, ou seja, roupas de couro, braceletes, luvas, fitas na cabeça, jaquetas de couro, etc. Neste princípio, o Living Metal provou que não estava para brincadeiras e nos enviou uma canção que percebemos os encorpados solos de guitarras da dupla Rafael Romanelli e Jonas Soares na melhor linha do Judas Priest produzindo aquela vontade de 'bangear', sendo que foi o que fizemos. O vocalista Pedro Zupo demonstrou ser possuidor de uma ótima presença de palco se movimentando bastante e curtindo os riffs dos guitarras.

    A ganchuda Living For Metal foi a segunda do set e demonstrou muita energia por parte dos músicos, afinal, dividir o palco com nomes que fatalmente foram influências para eles é motivo de muita animação. Seguiram com firmeza tocando a Hitting The Road e já posso afirmar, a performance do Living Metal garantiu novos fãs para eles. Antes da próxima, o vocalista Pedro Zupo nos saúda dizendo com um forte: "Boa Noite... Limeira, nós somos a banda Living Metal... e hoje estamos aqui para tocar com a Leather Leone e o Raven. Agora esse próximo som fala sobre quem morre em batalha, sobre os sinos da liberdade!!!", sendo que desta maneira ao tocar de sinos nos PA's tivemos a Bells Of Freedom, que começa mais cadenciada e ganha velocidade nos solos de guitarras, que somados ao ritmo do baixo e da bateria consolidam uma canção que mesmo não conhecendo-a ainda ( meu caso e de muitos outros ) já fomos contagiados por ela.

    Com um alto: "Valeu... essa é uma noite de Heavy Metal, estamos aqui o Living Metal, daqui a pouco a Leather, daqui a pouco o Raven... vamos de volta aos anos 80!!!" o vocalista deu a deixa para a cadenciada e melódica próxima música da noite, a Back To The 80's garantir vários "hey... hey..." e muitas palmas do público, que estava aumentando de número ao passar do tempo e chegando no Bar da Montanha. E a canção de andamento simples é para capturar o fã com facilidade, pois, seja pela garra do vocalista ou pelo seu ritmo, fomos instigados a gritar com quinteto sempre que solicitados. Pedro Zupo nos agradece pela presença e também ao organizador do Circle Of Infinity Fest, o Edson Moraes, e ele continua: "este próximo som a gente quer dedicar ao Edson "Pezão" por ter chamado a gente para tocar aqui, a toda galera que veio de São Paulo aí com a gente, pessoal de Piracicaba, e dia 20 de julho a gente vai estar lá, pô.. duracaralho estar aqui e esta primeira música é do nosso primeiro EP e ela chama.. Fire On Two Wheels...". E a robusta criação contou com uma interação grande da galera, que já acompanha a banda há mais tempo, tanto que além de gritarem, eles também agitaram aos solos de guitarras da entrosada dupla Rafael Romanelli e Jonas Soares nesta que Pedro Zupo soltou seus agudos da garganta.

    Novamente nos agradecendo, o vocalista nos convida para visitar o 'merchandise' e faz o sorteio de uma mochila personalizada da banda e pede para gritarmos "Hail The True Metal", sendo que foi o que fizemos até que um fã que gritou mais alto ganhou e levou a mochila para a casa. Esta foi a dica para a última canção do show do Living Metal em Limeira, que foi dedicada para nós todos e olha... mais uma vez eles nos colocaram diante de uma verdadeira sonzeira, cujo andamento novamente nos convoca para socar o ar e sacudir o pescoço. Aliás, ver os quatro homens da linha de frente atuando juntos durante os solos de guitarras lembrou-me do Accept até que o vocalista canta as partes finais da música e meu caro leitor(a)... encerra berrando muito enviando toda sua dedicação ao Heavy Metal. É... o Living Metal realizou uma apresentação que realmente conquistou novos fãs e já recomendo que você assista eles no palco.

Set List do Living Metal

1 - Are You Ready For Metal?
2 - Living For Metal
3 - Hitting the Road
4 - Bells Of Freedom
5 - Back To The 80's
6 - Fire On Two Wheels
7 - Hail The True Metal

Leather

A Rainha Norte Americana do Heavy Metal

    A cantora norte-americana de Rochester/Nova Iorque é considerada uma lenda do Heavy Metal e nos anos 80 integrou ( e liderou ) as bandas Rude Girl e a Chastian do guitarrista David T. Chastian com quem gravou oito álbuns de estúdio cravando alguns clássicos do Heavy Metal alçando o seu nome entre as vocalistas mais empolgadas do estilo. Aliás, já enfatizo nesta matéria, a simpática e carismática vocalista pode ser considerada como a Rainha do Heavy Metal na América assim como a Doro é a Rainha do estilo na Alemanha.

    Neste Circle Of Infinity Fest, Leather Leone nos trouxe canções de seu mais recente projeto, a banda Leather, que nesta noite era composta por ela e os músicos brasileiros Kiko Shred e Vinnie Tex nas guitarras, Thiago Velasquez no baixo e Marcus Dotta na bateria, sendo que ela gravou recentemente o álbum Leather II ( de 2018 ) com Vinnie Tex e Thiago Velazquez, além de Daemon Ross na guitarra e Braulio Desmond na bateria, ou seja, a morena de olhos azuis estava com um novo material nas mãos para nos mostrar e com uma adrenalina única, que vi poucas vezes no palco, mas comentarei mais abaixo.

    Eram pouco mais das 19hs quando os músicos se posicionaram no palco do Bar da Montanha para receberem Leather Leone, que se mexeu tanto que foi difícil fotografá-la, mas demonstrou a grande entrega e dedicação que ela queria nos presentear nesta noite. Foi com a rápida Juggernaut, que tivemos sua eletricidade sendo enviada até nós com um Heavy Metal fervente em que surpreendeu mais com sua movimentação nos ligando as notas extraídas pelos guitarristas Kiko Shred e Vinnie Tex, sendo que ela facilmente conseguia nos fazer ficar socando o ar com seu já citado carisma. Ela já nos cumprimenta perguntando se estamos bem, prontos para o Heavy Metal e prontos para o Leather II ( referência ao seu novo álbum ) para que desta forma possa disparar a rápida The Outsider, onde ela canta soltando seus agudos e no momento dos solos fica mais ao fundo do palco perto do baterista Marcus Dotta para que seus guitarristas possam solar mostrando muita melodia a cada riff e reassumindo o comando na parte final da canção.

    Vendo uma imagem do inigualável Ronnie James Dio no telão na lateral do palco, ela dedica o show ao icônico ídolo do Heavy Metal e muito animada toca a Lost At Midnite, também do Leather II que chega pesada e capaz de nos conquistar instantaneamente pela potência que ela alcança em seus vocais nesta música com DNA de Heavy Metal dos bons. Comunicativa e sorridente, ela grita o nome do guitarrista Kiko Shred e este pede um aumento no som de sua guitarra e logo após ser atendido pela produção, a primeira com o Chastian com a marcante We Bleed Metal, uma canção cadenciada que intitula o álbum de 2017 e que foi vocalizada com destreza e repleta de longos berros de Leather Leone em que socamos o ar plenamente felizes, além de corresponder com muitos "hey... hey... hey...", que deixaram a vocalista contente por estar nos agradando.

    De volta ao Leather II e com a plateia em suas mãos, Leather Leone nos convida a curtir agora a Black Smoke, cuja aura mais sombria aliadas a interpretação ímpar da vocalista, que praticamente nos deixou boquiabertos com sua atuação marcante durante os vários riffs da aplicada dupla brasileira. Em seguida, Leather relembra do Chastian novamente com a envolvente Angel Of Mercy do Ruler Of Wasteland de 1986, cujos toques no baixo de Thiago Velasquez ajudam ela exalar melodias em sua voz daquelas que nos acertam em cheio e expressam toda a sua técnica nos vocais com notas consideravelmente altas... tanto que alguns presentes até procuraram gritar seu refrão com ela enquanto que outros olhavam para a vocalista, que sabe mesmo como fixar um showzão a cada momento que está no palco.

    Os fãs pedem músicas e ela atentamente escuta, porém, foi com a acelerada e repleta de ótimos solos de guitarras Hidden in The Dark do Leather II, que ela seguiu o show comprovando que o álbum realmente é muito bom e em retribuição a baita música que ela cantou, o público no Bar da Montanha faz aquele coro de "Leather... Leather... Leather..." extraindo mais um grande sorriso da vocalista, que canta agora a Let Me Kneel, outra de seu último álbum e que é também demonstrou seu poder de nos capturar instantaneamente, aliás, se havia alguma dúvida quanto a isso, bastava apenas olhar para o palco e ver o que a incansável Leather Leone fazia ocupando todos os espaços, socando o ar, bangeando, dando tapas na cabeça, agachando e sentando no chão, enfim, ela não parava quieta mesmo.

    Sempre dócil ela pergunta se estamos nos divertindo e introduz a For Those Who Dare ( título do álbum de 1990 do Chastian ) em que sua linhagem Heavy Metal garante os "hey... hey... hey..." durante os solos de guitarras e muitos já procuraram cantar com ela os versos da música. A galera pede várias músicas e ela presta atenção em todos os pedidos, porém, as escolhidas pelos fãs não estavam no set desta noite e de seu primeiro álbum solo Shockwaves de 1989, tivemos a emblemática canção título Shockwaves, que alterna vocais fortificados em partes robustas com quase calmos em momentos melodiosos.

     Antes da última, outro fã pede uma canção que não identifiquei qual era e a leva exclamar contente: "Oh my God!!!". Para finalizar sua grandiosa apresentação no Circle Of Infinity Fest, ela quis ouvir nossos gritos e então o Heavy frenético contido em The Voice Of The Cult, canção título do álbum de 1990 do Chastian foi a escolhida para nos emocionar significativamente ao nos dar 1000% em seus show.

    Enquanto os fãs gritavam "Leather... Leather... Leather..." seguidamente elevando a felicidade da cantora com o carinho recebido, mas não havia tempo para mais outra canção, porém, o guitarrista Kiko Shred pegou rapidamente o microfone e relembrou que a última vez que ele tocou no Bar da Montanha no Metal Singers ( relembre como foi ), ele estava na banda de suporte aos músicos, e especificamente também com o Andre Matos e dedicou este show ao fabuloso vocalista - infelizmente - falecido neste triste sábado 8 de junho, aliás, o pessoal da produção atentamente ao momento colocou o DVD do Shaman para tocar nos PA's e realizando uma homenagem ao nosso maestro do Heavy Metal. Bem, sobre a Leather Leone tenho que ressaltar.... que showzão magnífico ela fez centrando em seu recente álbum, porém, sem esquecer da banda que a consagrou... e meu caro leitor(a)... quem perdeu... não tem ideia do esta garota tem a capacidade de fazer no palco, enfim, simplesmente... a Rainha Americana do Heavy Metal!!!

Leather Set List

1 - Juggernaut
2 - The Outsider
3 - Lost At Midnite
4 - We Bleed Metal
5 - Black Smoke
6 - Angel Of Mercy
7 - Hidden In The Dark
8 - Let Me Kneel
9 - For Those Who Dare
10 - Shockwaves
11 - The Voice Of The Cult

Raven

Os incansáveis grandalhões do Metal Tradicional

    Nesta edição do Circle Of Infinity Fest, que foi dedicada ao Heavy Metal Tradicional tivemos para fechar com brilhantismo o Raven, um Power Trio inglês da cidade de Newcastle pertencente a New Wave Of British Heavy Metal, que nos anos 80 teve o Metallica como banda de abertura de sua turnê americana. Eles já estiveram em Limeira em março de 2014 quando foram a atração de abertura do Metallica no Brasil em um curto show no Estádio do Morumbi em São Paulo/SP e aproveitaram o giro para fecharem um show em Limeira no mesmo Bar da Montanha na ocasião. Nestes mais de quarenta anos dedicados ao Heavy Metal, o Raven já lançou vinte e três discos, sejam eles de estúdio ou ao vivo, sendo o último de 2019 nomeado como Screaming, Murder, Death From Above: Live In Aalborg em que traz a banda detonando no palco da cidade dinamarquesa.

    Naquele sábado 22 de março de 2014 em que eles tocaram antes do Metallica ( relembre como foi ) não deu para conferir a totalidade de seu show, mas, agora neste sábado seria possível e o melhor de perto. O trio formado pelos gigantes irmãos John Gallagher nos vocais e baixo e Mark Gallagher na guitarra ( sim, eles são altos mesmo ), além de Mike Heller na bateria era o headliner do evento, então era certeza de um show completo para moer os corações, braços e pescoços dos headbangers. Aliás, a missão deles era difícil, pois, Leather Leone havia acabado de realizar um dos melhores shows que já presenciei em Limeira.

    Eram quase 21hs quando o Raven adentrou o palco do Bar da Montanha, minutos antes eu estava tirei uma foto com a simpática, solicita e atenciosa ( eu já disse isso não é ? ) Leather Leone e aproveitei para agradecê-la pelo show matador que fez neste sábado, além de obviamente tirar uma foto ao seu lado para sempre me relembrar desta data. John Gallagher e Mark Gallagher se posicionaram para iniciarem o show, o primeiro com uma baixo Flying V e o segundo com uma guitarra Oktober para executarem a explosiva Take Control, primeira do terceiro álbum, o All For One de 1983 e que já nos colocou diante da infectante sonzeira da banda. Aliás a movimentação dos dois pelo palco foi algo incrível, pois, eles se alternaram em todos os pontos e como John Gallagher utiliza um microfone acoplado à sua cabeça ( que nem aqueles de apresentadores de TV ), então essa movimentação ficou ainda mais facilitada.

    Após a saudação para a inflamada plateia, John Gallagher dispara a Destroy All Monsters do último álbum de estúdio, o ExtermiNation de 2015 e nos mandam então um som visceral, rápido e que seja nos agudos de John Gallagher ou nos toques fulminantes do guitarrista Mark Gallagher, a reação nossa era de socar o ar ou berrar o título da música com ele. Antes de prosseguir, o vocalista conversa um pouco conosco, demonstra toda a sua eletricidade e anuncia a Hell Patrol, clássico do primeiro disco de 1981, o Rock Until Your Drop. Além de nos brindar com este Heavy Metal repleto de adrenalina, os dois músicos de frente do Raven também fizeram caretas impagáveis no decorrer do show, especialmente, Mark Gallagher, cuja guitarra parecia sumir em suas mãos, pois, além de altos, eles são bastante fortes. No final de Hell Patrol, John Gallagher soltou um agudo fortíssimo provando que sua voz ainda está muito poderosa.

    A galera pede várias músicas e o vocalista diz: "All For One Together...."., que serviu de mantra para que o hino título do álbum de 1983, a All For One chegasse como um raio direto em nossas cabeças e despertou aquela vontade de pular e bangear em sua exibição, e claro, foi o que fizemos, pois, a música é detentora de um poder de te capturar imenso e com eles no palco então, aí era certeza de voltagem no talo para isso. Ainda deste álbum, o Raven toca a acelerada Hung, Drawn & Quartered ( outra do All For One ) cujo solo de guitarra e ritmo produzem uma sensação impactante em cada um de nós, pois, eles deixaram a música fluir e capricharam mesmo no solos e na interação entre os instrumentos.

     Comandando facilmente a plateia, que passa a gritar toda contente "Raven... Raven... Raven...", o vocalista nos questiona se queremos uma nova música e com a resposta obtida ( um baita sim... ) tivemos a também veloz e bastante crua Top Of The Mountain, que futuramente estará em um novo álbum de estúdio dos ingleses e provou que a pegada do trio está tão potente quanto antes. Entre uma enxurrada de "hey... hey... hey...." dos fãs, a cadenciada e fortemente encorpada Rock Until You Drop ( que empresta seu nome ao primeiro disco de estúdio da banda ) foi tocada e contou com paradinhas feitas por John Gallagher nos pontos certos para que nós pudéssemos gritar seu título para a satisfação dele.

    Inclusive, os prolongamentos que eles fizeram no baixo e na guitarra foram daquelas partes de um show que sempre nos relembraremos, ainda mais com vocalista nos desafiando a acompanhar ele nos seus longos gritos e lógico foi o que fizemos. Isto resultou posteriormente em um longo solo de guitarra feito por Mark Gallagher, daqueles que sempre enaltecem o potencial do guitarrista e que são indispensáveis em um show de Heavy Metal, embora muitos pensem o contrário, porém, nós em Limeira estávamos vibrando e interagindo com ele. Em agradecimento a seu solo fizemos o coro de "Mark... Mark... Mark...".

    Com John Gallagher de volta, o Raven envia a pedrada Faster Than The Speed Of Light, que abre o Wiped Out de 1982, o segundo disco do trio e que era muito aguardada pelos fãs, pois, cantaram também com ele e tal com nome, a versão desta noite no Bar da Montanha foi igualmente rápida e com uma intensidade colossal. Aos gritos de "Raven... Raven... Raven..." bradados pelos fãs, o vocalista diz que somos uma família Heavy Metal e vai até o seu último disco de estúdio, o ExtermiNation com a paulada Tank Treads ( The Blood Runs Red ), que também foi muito bem recebida pelo público e até num tem porque não ser, afinal, os caras fazem Heavy Metal do jeito que gostamos. Em seguida, outro clássico com Fire Power do Wiped Out, cujos solos de guitarra e andamento nos acertam em cheio e ficamos olhando Mark Gallagher solar e o seu irmão John Gallagher cantar ( mas sem parar de andar pelo palco ).

    Brincalhão, John Gallagher pede para que berrássemos "Heavy Metal Music all right!!!" e feliz com resultado anunciou a Mind Over Metal do aclamado All For One, como sempre devastadora e com o ponteiro da velocidade no máximo. Sem parar entre os muitos "Hey... Hey... Hey..." que ecoaram pela casa, o Raven tocou a cativante On and On do Stay Hard de 1985 provocando a todos para aplaudirem no ritmo alongado que fizeram esta verdadeira sonzeira. O público até ensaia um coro de Stay Hard, mas, o vocalista brinca dizendo que vai embora, soltando até um 'tchau...', mas, não era o final do show, era para que realizasse seu solo de baixo, agora com um modelo vermelho em 'X' em que utilizou sua alavanca para extrair notas que não costumamos ouvir no instrumento, mas que ficaram lindas ao serem tocadas por ele. Te falo caro leitor(a), se não tivesse visto, diria que eram solos de uma guitarra.

    Este grande solo de baixo chamou a Break The Chain do All For One, que foi precedida por um 'duelo' entre nós e John Gallagher com os "ôôôôôôôôôwwww" para em seguida nos colocarem para vibrar junto as notas de seus instrumentos com esta clássica canção, com direitos a prolongamentos que a deixam sua versão ao vivo ainda mais saborosa. Inteligentemente, eles fazem uma conexão com Black Sabbath nos solos de guitarra que percebemos e acompanhamos nos "ôôôôôôôô". O mais interessante que neste final do show, o Raven fez um Medley, que basicamente fornece um tributo para alguns grandes nomes do Rock e Heavy Metal, sendo a primeira desta sequencia a Wheels Of Steel do Saxon, depois com Rock Bottom do U.F.O. e Victim Of Changes do Judas Priest, ou seja tornaram o Bar da Montanha uma festa só, onde a intensidade de cada uma destas músicas com a cara do trio transbordou nossa alegria.

    O vocalista nos pergunta se queremos mais uma canção ( precisa dizer nossa resposta? ) e rapidamente dispara a Seek and Destroy do All For One, onde fomos seduzidos nos toques de baixo, guitarra e bateria. E o jeito que eles foram conduzindo a música, não tinha jeito de não socar o ar e bangear, pois, ficou claro a potência de seu Heavy Metal. John Gallagher nos agradece e entre vários gritos do nome da banda, eles não saem do palco e tocam a Crash Bang Wallop do Wiped Out numa pegada matadora e crua, que tornam a música quase que um Thrash finalizando as quase 1:45 de show do Raven entre várias distorções de guitarra e baixo destilando o grau da potência de seu Heavy Metal.

    Embora não tenha lotado deveria, quem esteve presente no Bar da Montanha nesta edição do Circle Of Infinity Fest conferiu duas lendas do Heavy Metal, que mesmo com o longo tempo que possuem, são capazes de grandes shows ao vivo, além de serem capazes de ensinar muitos aí que pensam em montar uma banda de Heavy Metal e acham que isso é fácil. Quem não esteve presente, olha.. espero que não... pode demorar muito tempo para ver o Raven e a Leather por aqui novamente. Como disse anteriormente... durante as horas que duraram o Circle Of Infinity Fest tivemos toda a alegria que nosso estilo favorito proporciona quando vemos bandas desta categoria no palco, porém, tanto eu quanto muitos dos presentes estávamos tristes por dentro por saber que Andre Matos não está mais entre nós.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira da ELF Agency
pela atenção, oportunidade e credenciamento
Julho/2019

Set List do Raven

1 - Take Control
2 - Destroy All Monsters
3 - Hell Patrol
4 - All For One
5 - Hung, Drawn & Quartered
6 - Top Of The Mountain
7 - Rock Until You Drop
8 - Guitar Solo
9 - Faster Than The Speed Of Light
10 - Tank Treads (The Blood Runs Red)
11 - Fire Power
12 - Mind Over Metal
13 - On and On
14 - Bass Solo
15 - Break the Chain
16 - Medley: Wheels of Steel / Rock Bottom / Victim Of Changes
17 - Seek and Destroy
18 - Crash Bang Wallop

Galeria de 260 fotos dos shows do Raven, Leather e Living Metal no Circle Of Infinity Fest
no Bar da Montanha em Limeira/SP

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