Evergrey - The Atlantic South American Tour 2019
Domingo, 24 de novembro de 2019
no Bar da Montanha em Limeira/SP

Maravilhosa noite de Prog Metal em Limeira

    O Evergrey voltou ao Brasil depois de oito anos para a realização de apenas três datas em novembro ( sendo elas no Rio de Janeiro/RJ na sexta dia 22, São Paulo/SP no sábado dia 23 e em Limeira/SP no domingo dia 24 ) na turnê de divulgação do novo e excelente álbum The Atlantic, o seu décimo primeiro de estúdio que foi lançado em fevereiro deste ano.

    A data escolhida para o meu primeiro show do Evergrey foi o domingo em Limeira/SP no sempre ótimo Bar da Montanha em mais uma apresentação realizada pela Circle Of Infinity Produções, que teve duração de duas horas onde foram exibidas novas composições e outras que consolidaram os suecos de Gothemburgo como um dos principais nomes do Prog Metal no mundo.

    O público demorou um pouco para chegar no Bar da Montanha para conferirem o retorno do Evergrey na cidade, pois, a banda já se apresentou no já distante ano de 2005 no Nosso Clube, porém, à maneira que o horário do show se aproximava, mais e mais fãs adentravam ao local para presenciarem de perto Tom S. Englund nos vocais e guitarra, que estava acompanhado de Henrik Danhage na guitarra e backing vocals, Rikard Zander nos teclados e backing vocals, Jonas Ekdahl na bateria e Johan Niemann no baixo e backing vocals.

   Poucos minutos depois das 19hs, precisamente às 19:10hs, pudemos ver o baterista Jonas Ekdahl e o tecladista Rikard Zander assumirem seus postos no palco para que depois Henrik Danhage na guitarra e Johan Niemann no baixo entrassem no palco junto a Tom S. Englund que ao serem vistos pelo público já ganharam muitas palmas denotando a ansiedade dos fãs para assistirem o show.

    E foi com a pesada e nova A Silent Arc, que abre o novo The Atlantic, que o show do Evergrey em Limeira teve início, onde já pudemos ver todos os solos do guitarrista Henrik Danhage e os vocais Tom S. Englund com uma certa agressividade no ar em uma belíssima linha melódica provando porque o novo álbum é considerado como um dos melhores do ano. Aliás, eles já passaram muita emoção neste princípio de show e foram agraciados com muitos "hey... hey... hey..." dos fãs no ritmo da música, que nos envolvia em suas partes Progressivas terminando de forma mais melancólica e muito emocionante.

    Sem pausar, apenas sorrindo para nós, Tom S. Englund segue no The Atlantic com a segunda do disco e exibida na sequencia com a Weightless e com uma nova guitarra afinada para esta música, que possui um refrão que entra na cabeça e fez muitos cantarem com ele, todos obivamente devidamente animados por estarem vendo a banda tão próximos como é o caso dos shows no Bar da Montanha.

    Enquanto que Henrik Danhage comandava os solos, Tom S. Englund se movimentava pelo palco transferindo sua energia para nós, que era retribuída nas palmas e nos muitos "hey... hey... hey...", porém, nesta música específica, quem chamou a atenção foi o baixista Johan Niemann pelos toques pesados, pelos backing vocals e pelo tanto que 'bangueou' em sua execução, aliás, em muitos momentos todos sem exceção 'bangueavam' bastante e repetiram isso quase que o tempo todo, sinal, que eles, assim como nós estavam curtindo muito a interação.

    Na primeira ( e curta ) conversa com os fãs Tom S. Englund limitou-se apenas a anunciar o nome da música, que foi a Distance, a linda canção de abertura do álbum The Storm Within de 2016 surgiu através de linhas mais lentas e de uma esbelta harmonia em meio ao seu peso mantendo o nível positivo do show em alta, bem como nossa alegria de estar vendo a banda. Novamente, Henrik Danhage capitaneou os solos de guitarra e elevou a robustez da música, que só foi parada ou quando Tom S. Englund cantava seus versos ou quando todos eles deixaram apenas nós completarmos suas frases em um momento maravilhoso e marcante do show.

    Com a plateia nas mãos, o Evergrey nos mostrou a encorpada Passing Through, a segunda do disco The Storm Within, que também estava na ponta da língua dos presentes e deu para sentir como cada um deles colocou a alma na canção, seja nos solos, nos vocais, ou nos toques de bateria, teclados e baixo, com destaque aos solos e base de guitarras tanto de Henrik Danhage quanto Tom S. Englund.

    E o passeio pelos grandes álbuns do Evergrey continuou com a The Fire, que foi gravada no Hymns From The Broken de 2014, e esta música nos trouxe uma aura sombria com o baixista Johan Niemann apoiando bastante nos backing vocals e já nos fazendo colocar este show dentre os melhores que presenciamos no ano.

    Em Leave It Behind Us, canção de abertura de Glorius Collision de 2011 sentimos sua potência tomar conta do Bar da Montanha, assim como suas formosas melodias e sua letra vocalizada por Tom S. Englund com um grande carisma. Interessante foi que através do tecladista Rikard Zander, o Evergrey fez um prolongamento puramente Progressivo daqueles que você pensa: "valeu o show" de tão bonito que foi e ele foi prontamente acompanhado pelos demais e também por nós nas palmas e nos "hey... hey... hey..." devidamente comandados por Tom S. Englund, que aumentou consideravelmente a eletricidade desta música mais próximo ao seu final.

    E a viagem pelos álbuns do Evergrey até aqui em ordem do mais novo para os mais antigos chegou ao aclamado Recreation Day de 2003 com pesadaça As I Lie Here Bleeding, que é daquelas para se 'banguear' bastante e admirar suas linhas Progressivas, especialmente quando Tom S. Englund solicitou nossa participação nos gritos de "Falling...." e não posso deixar de comentar a alegria dos fãs atuando intensamente com ele.

    Entre uma conversa que foi ambientada nos toques do tecladista Rikard Zander, o vocalista Tom S. Englund cantou instantes depois a balada sombria e pesada Black Undertow, que foi gravada no Hymns For The Broken e foi recebida nas palmas, tanto que na hora que o seu estilo mais Progressivo e dramático chegou, posso afirmar que fomos ao delírio com a perfeição que o Evergrey estava nos passando. E o ritmo de Black Undertow teve um prolongamento nos teclados enquanto o emocionado vocalista conversou um pouco com os fãs até repetir brilhantemente mais uma vez os versos desta composição, que acompanhamos seus versos e viajando em suas notas.

    A canção título do sexto disco do Evergrey lançado em 2006, a Monday Morning Apocalypse, que é um Prog Metal mais tradicional, foi a seguinte do set, porém, eles impactaram mesmo nas duas seguintes, primeiro com a balada Words Mean Nothing, que teve sua letra cantada pela maioria dos fãs com o vocalista no palco, sendo acompanhado apenas de Rikard Zander e este trazendo uma belíssima melodia nos seus teclados que serviram de fundo para esta música do segundo disco do Evergrey, o Solitude Dominacy Tragedy de 1999.

    Esta exuberante melodia nos teclados feita por Rikard Zander continuou elevando a viagem do momento regido por Tom S. Englund, que brincou com a gente nos fazendo gritar alguns 'Fuck Yeaaah!!!" até que anunciou a segunda, a I'm Sorry, que é uma versão do Dilba e que eles gravaram no Recreation Day, aí já com o guitarrista Henrik Danhage no palco e o resto da banda para as partes mais pesadas da canção, que o público fez questão de cantar com eles outra vez.

    Saindo deste momento emotivo, My Allied Ocean nos levou de volta ao The Storm Within com muito peso e muitos solos voltadas ao Heavy Metal feitos por Henrik Danhage, além de uma nova sessão de 'headbanging' com todos da banda sacudindo seus pescoços.

    Sem pausar aproveitando a linhagem encorpada da anterior, o Evergrey tocou a nova All I Have, que exalou suas partes pesadas e mais um refrão daqueles que você aprova instantaneamente. Inclusive, ao olhar atentamente a atuação de Henrik Danhage e o seu estilo de solar sua guitarra, a imagem que lhe vem a cabeça é do Pink Floyd e de David Gilmour.

    Aos gritos de "Evergrey... Evergrey...." berrados pela contente plateia, os suecos dispararam a penúltima música do cd Hymns For The Broken, a The Grand Collapse, que ficou com a honra de finalizar a primeira parte do show com a devida eficácia e vigor, onde saliento os toques fervorosos do baixista Johan Niemann e do baterista Jonas Ekdahl até nossos gritos de "ôôôôôôôôôôô" no ritmo serem suprimidos por Tom S. Englund para encerrar a canção e eles saírem do palco.

    Extasiados não sabíamos se gritávamos, assoviávamos ou aguardávamos o retorno da banda para o bis, mas, a verdade era que o show do Evergrey nesta noite em Limeira entrou para os melhores do ano realizados na cidade. A volta para o palco aconteceu com mais outra fascinante composição com a instrumental When The Walls Go Down e foi iniciada entre falas e toques de Rikard Zander nos teclados seguidos pelo baterista Jonas Ekdahl e assim que seu andamento se tornou maior, os demais nos trouxeram esta canção que fecha o álbum The Inner Circle de 2004 em outro momento potente e muito Progressivo do show, que só não foi maior quando o clássico Recreation Day entrou em cena sendo cantado por todos conferindo uma sinergia única entre banda e fãs daquelas não só guardamos na memória como também nos celulares ( sim, esta muitos ergueram seus aparelhos e filmaram ). E o que estava maravilhoso contou com um solo nos teclados feito por Rikard Zander daqueles em que você admira ainda mais um Rock Progressivo para que ao chegar no instante em que temos a repetição de seu refrão, nós procurássemos cantar fortemente com Tom S. Englund.

    E o Evergrey poderia encerrar com Recreation Day que não teríamos do direito de falar nada pela perfeição exibida até aqui, entretanto, os suecos tinham mais cartas na manga e Rikard Zander preparou o ambiente com outro solo magnífico em seus teclados, que de certa forma prestou uma homenagem a Keith Emerson do Emerson, Lake & Palmer pelo peso e viagens aplicadas.

    Ele foi acompanhado pelo guitarrista Henrik Danhage e estes solos conduziram um discurso de Tom S. Englund dizendo que tocaria apenas mais uma música só, nos agradecendo pela presença e que a escolhida era a A Touch Of Blessing, que abre o cd The Inner Circle e foi recebida nas palmas e "hey... hey...hey..." em uma intensa participação dos fãs, naturalmente extremamente contentes com este soberbo show. E a interação estava tão gostosa que somente quem acompanha bastante o Evergrey percebeu que King Of Errors do Hymns For The Broken foi ligada na anterior e finalizou com primor este sensacional show do quinteto sueco em Limeira.

    Durante a despedida uma bandeira do Brasil com o logotipo do Evergrey incrustado no centro foi entregue para Tom S. Englund que ergueu, saudou os fãs e devolveu para quem lhe entregou. E o tanto de palmas e gritos de Evergrey que eles receberam basicamente já convoca a banda e a Circle Of Infinity Produções para uma volta em Limeira o mais breve possível.

    Após a catarse que tivemos neste grandioso show do Evergrey tive a oportunidade junto a alguns amigos de tirar uma foto com o tecladista Rikard Zander e com o guitarrista Henrik Danhage que saíram do camarim para conversar, tirar fotos, além de autografarem cd's e camisetas dos fãs.

    Sempre é muito bacana e inesquecível um momento assim com os músicos que você acabou de assistir no palco se mostrando bastante solícitos e acolhedores. Aliás, meus caros leitores(as) do Rock On Stage, normalmente este tipo de situação só costuma acontecer em lugares como o Bar da Montanha, porque em capitais, ou temos que ir embora rapidinho, ou a banda já realizou um Meet & Greet e deseja ir para o hotel logo para continuar sua turnê, mas, gentilmente eles nos concederam esta outra incrível alegria.

    Fui embora para casa totalmente satisfeito com esta apresentação do Evergrey em Limeira e sei que cada um dos muitos headbangers presentes também e contarão para os amigos(as): "que showzãooo do Evergrey no Bar da Montanha!!!"; onde a banda demonstrou porque está cada vez melhor e como disse no começo desta matéria, eu já era fã e desejava há muitos anos assistir à um show do Evergrey e finalmente, nesta noite de domingo no Bar da Montanha assisti ao meu primeiro show dos suecos, e posso cravar seguramente aqui... fiquei ainda mais fã da banda após esta primeira apresentação que conferi.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira da ELF Agency
pela atenção e credenciamento
Dezembro/2019

Set List do Evergrey

1 - A Silent Arc
2 - Weightless
3 - Distance
4 - Passing Through
5 - The Fire
6 - Leave It Behind Us
7 - As I Lie Here Bleeding
8 - Black Undertow
9 - Monday Morning Apocalypse
10 - Words Mean Nothing
11 - I'm Sorry
12 - My Allied Ocean
13 - All I Have
14 - The Grand Collapse

Bis
15 - When The Walls Go Down
16 - Recreation Day
17 - A Touch Of Blessing
18 - King Of Errors

 

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