Angra & Scelerata
Quinta, 13 de outubro de 2005
no Bar Opinião em Porto Alegre
/RS

    Antes de ir direto ao ponto, devo lembrar que o Angra é uma banda que merece um respeito fora do comum. E não digo isso apenas pela originalidade e criatividade dos músicos, mas também pelo carinho que eles têm para com os fãs. Na tarde de autógrafos, que ocorreu na Livraria Cultura, no Shopping Bourbon Country, na mesma tarde do show, os membros da banda receberam seus fãs com dedicação, e assinaram tudo o que eles carregavam consigo - alguns foram com todos os CDs da banda. Fora o fato de eles conversarem - ainda que só um pouquinho - com os fãs. Às 21 horas o pessoal já podia adentrar o Bar Opinião.

    Não demorou muito para a banda Scelerata, oriunda de Porto Alegre/RS e formada por ex-integrantes da antiga Holy Fire ( também de Porto Alegre) subir ao palco e mostrar à que vem o debut Darkness and Light, que está para sair dentro de pouco tempo. Tocam a intro Land of the Sins, que abre também a demo Spirits Looking For... da extinta Holy Fire. Holy Fire, segunda faixa da demo, é executada e tem seu refrão cantada em uníssono pelos presentes.

    Seguida de Eminence, música disponível em "mp3" no site da banda, e emendam I'm Alive, clássico do Helloween. Nesta, Carl Casagrande, vocal da banda, mostra a sua similaridade ao vocal de Michael Kiske ( ex-Helloween). Mais uma da demo, desta vez Spell of Time, que mostra a criatividade e versatilidade dos músicos, é tocada antes dá última, que seria outro cover, desta vez de Iron Maiden. O clássico da donzela escolhido foi The Loneliness Of The Long distance Runner, do álbum Somewhere in Time. Destaque para o baixista, Gustavo Strapazon, que encarnou muito bem o mestre Steve Harris, do Maiden.

Angra - Parte 1: Conceitual   

    O espetáculo do Angra começou com a queda da belíssima cortina do anjo de Rebirth, pouco depois das 23 horas, com o término da intro Deus Le Volt, do álbum Temple of Shadows. A excelente Spread your Fire já começa agradando aos ouvidos mais criteriosos e exigentes, e então Edu anuncia que a noite seria especial, pois todo o álbum Temple of Shadows seria executado, na íntegra. Mesmo assim, quando ele anuncia a próxima música, dizendo "Angels...", alguns ainda responderam "cry". Mas tudo bem, Angels and Demons mostra a integrada e impressionante cozinha formada pelo batera Aquiles Priester e pelo baixista Felipe Andreoli.

    A progressiva Waiting Silence é tocada, e parecia que se ouvia ao cd, pois fica muito igual! Edu empunha um violão e tocam a balada Wishing Well. A próxima era Temple of Hate, que continua tão pesada como no disco. The Shadow Hunter tem uma introdução feita no violão por Rafael Bittencourt, que ganha aplausos vigorosos dos que o assistiam, mostrando que bangers amam boa música, seja ela em guitarra superdistorcida, seja ela em violão clássico. A balada no Pain for the Dead é tocada. Nesta, todos se perguntavam se Falaschi faria as partes de Sabine ( Edenbridge ), mas quando a voz dela deve ser apresentada, todos saem do palco, que se mantém no escuro, enquanto se ouve o playback. Ficou bem legal.

    Winds of Destination, que no original tem a voz de Hansi Kürsh ( Blind Guardian ), é a música da vez. Mas quem faz a voz do dito cujo é Andreoli, que, por sinal, não deixou à desejar. Sprouts of Time mostra os vocais mais graves de Edu e Late Redemption tem todas as partes correspondentes ao brasileiro Milton Nascimento cantadas pelo público, emocionado. Morning Star fecha esta parte do set, juntamente com a faixa conclusiva do cd, Gates XIII.

Parte 2:Clássicos

    A banda sai por alguns minutos, mas se enganaram aqueles que pensaram que o show era apenas o álbum Temple of Shadows. Angels Cry tem espaço garantido nesta parte do set, junto com outras da fase antiga como a fantástica Nothing to Say e a óbvia Carry On ( sem a intro Unfinished Allegro), que não deixou à desejar a voz de André Matos, na minha opinião.

    Da fase nova, são tocadas Heroes of Sand, e a belíssima Rebirth, cantada por 90% dos presentes. Saem do palco, enquanto toca a Intro do álbum Rebirth, In excelsis eles voltam com tudo para fechar o set com o clássico da nova fase do Angra, a música Nova Era.

 

    Foi um show muito bonito e bem produzido e a parte conceitual não foi cansativa, simplesmente porque aquele álbum não tem falhas! King Diamond e todos os outros que escrevem histórias em seus álbuns deveriam adotar a tática, que funciona muito bem ao vivo. Os clássicos caíram bem, apesar de terem sido poucos e faltar alguma dos EPs Freedom Call e Hunters and Pray e uma outra do Fireworks, que são todos álbuns muito bons. De qualquer forma, foi um show realmente bom. Agora é esperar um novo álbum, torcendo que a banda não perca o entrosamento e a fórmula.

 Por Rust Costa Machado
Contato:
metalrust@gmail.com 

Fotos: Soraya Sybele Hossain
Nota da Edição: Um abração ao  Rust
 e a Soraya pelo review e as fotos!!!

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