Asia
Sexta-feira dia 23 de março de 2007, Credicard Hall - São Paulo/SP

    Foi uma grande expectativa o show do Asia, a banda é formada por virtuoses músicos do Rock Progressivo dos anos 70, muitos deles considerados dos melhores do mundo, a exemplo do baterista Carl Palmer, um dos únicos bateristas de rock, que pode se comparar com Neil Peart do Rush.


    No show, a grande maioria das pessoas que estavam presentes no Credicard Hall, eram da faixa etária de 40 anos, que acompanharam o Asia nos anos oitenta, faltou uma galera mais jovem. Existem bandas antigas, clássicas do rock como o Deep Purple ou outras, que metade da galera dos shows ou até mais é composta de jovens e adolescentes, mas no Asia isso não ocorreu; pois é, olha só o que dá, parar a banda por vários anos, não lançar álbuns, vira uma coisa datada, que não renova gerações.

    Logo que entrei na casa, me posicionei na minha mesa, e depois de um intervalo eles vieram, e o legal, na formação original da banda - John Wetton ( baixo e vocal ), Steve Howe ( guitarra ), Geoff Downes ( teclados ) e Carl Palmer ( bateria ) entram no palco e iniciam o show com a Time Again, fazendo uma ótima execução, logo após tocaram Wildest Dreams e One Step Closer. Em seguida Steve Howe, começa com o violão a intro de Roundabout do Yes, e senti neste momento que o show do Asia nos proporcionaria grandes e boas surpresas. A Roundabout, foi um dos melhores momentos do show, e foi impressionante o John Wetton, ele cantou a música com o timbre de voz igual do Jon Anderson.

    Prosseguiram com a Without You, Cutting it Fine, depois Steve Howe, mostrou sua intocável habilidade, tocando a instrumental acústica The Clap do Yes Album, tocando com uma beleza incrível de qualidade do som e eu falei - valeu o show, pois é, quantas bandas que já vi em shows com o som abafado, sem equalização, ir no show do Asia, é ver verdadeiros mestres que trabalham perfeitamente na qualidade e tratamento do som.

    Depois foi um trecho da erudita Fanfare For The Common Man, do Emerson, Lake & Palmer, perfeita, uma das principais estrelas do Asia, sem dúvidas é o Carl Palmer, um dos melhores bateristas do mundo, toca extremamente rápido, as baquetas literalmente desaparecem no ar, e o que se vê, é um furacão de percussão, de dar inveja a qualquer baterista de banda Thrash e Death.

    Continuaram com The Smile Has Left Your Eyes/Don’t Cry, e depois, tocaram um dos maiores clássicos do Rock Progressivo, Court of the Crimson King ( do King Crimson ), numa execução impecável, nos fazendo viajar no ambiente progressivo que esta música proporciona. Logo após, tocaram Here Comes The Feeling, Vídeo Killed The Radio Star, e finalmente um dos momentos em que eu mais esperava, o Asia tocou a The Heat Goes On e no fim dela Carl Palmer fez o seu solo individual. Uma decepção, o show inteiro, as intervenções dele nas músicas era impressionante, extrema velocidade, precisão cirúrgica, numa das mãos ele posiciona a baqueta como uma pinça, e no solo ele começou fazendo um solo na caixa e nos bumbos numa velocidade incrível, espetacular, passou para os pratos, uma de suas principais características, solar nos pratos muito rápido, solou pouco nos pratos, e quando ver, solou nos pedestais e nas próprias baquetas, e aí ele parou, olhou para a platéia, fazendo um gesto, tipo: “E aí, tá bom!!” – E aí eu disse: MAS SÓ ISSO!?!?!. Confesso que fiquei decepcionado, um dos melhores do mundo, fez um solo muito curto.

    Pelo menos, a banda depois cobriu o Carl Palmer, tocando talvez o melhor clássico da banda, a Only Time Will Tell, tocada com maestria, e nesta, quem brilhou foi o tecladista Geoff Downes, tocando com imensa habilidade em todos os trechos da música, sendo outro ponto alto do show, e finalizaram o show antes do bis com outro clássico, Sole Survivor, também tocada com brilho e emoção.

    No bis o Asia tocou uma única música, outro grande sucesso que foi a Heat Of The Moment, um dos momentos em que a banda mais se esforçou para agitar a galera, e depois desta a festa acabou.

    O show do Asia, foi muito bom, eu esperava mais, achei que a banda não estava tão empolgada, a tábua da salvação foi o Steve Howe, que tocou a guitarra e o violão com uma beleza única, com timbre impecável de suas guitarras e violão, de emocionar, mostrou que é como vinho, apesar da idade, dá aula das seis cordas. Os outros músicos tocaram bem, devo considerar que o Carl Palmer, solou o show inteiro, porque quando ele intervia nas músicas, era como um solo, porém seu solo individual para mim, decepcionou.

Set list:

1a parte
Time Again
Wildest dreams
One Step Closer
Roundabout (Yes)
Without You
Cutting It Fine
Sessão acústica de Steve Howe com “The Clap” (Yes)
Fanfare For The Common Man (Emerson, Lake and Palmer)

2a parte
The Smile Has Left Your Eyes / Don’t cry
In The Court Of The Crimson King (King Crimson)
Here Comes The Feeling
Video killed The Radio Star (The Buggles)
The Heat Goes On / solo de bateria de Carl Palmer
Only Time Will Tell
Sole survivor
Sessão acústica da banda com “Ride easy”

Bis
Heat Of The Moment
 

Texto: André Torres
Fotos: Ricardo Zupa www.ricardozupa.com.br

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