Cannibal Corpse
Abertura:
Diabolical Possession e Chaosfear
Sexta-feira, dia 19 de outubro de 2007 no Hangar 110 - São Paulo/SP

    Contrariando as informações de que não poderia receber shows internacionais, o Hangar 110 esteve  firme e forte para receber bandas de todos os tipos  - foi o que aconteceu no dia 19 de outubro. A casa ficou completamente lotada para receber a visita da mais técnica das bandas de Death/Gore de todos os tempos, os norte americanos do Cannibal Corpse - que se apresentavam por aqui pela terceira vez.

Diabolical Possession e Chaosfear

    A abertura coube a banda de Pindamonhangaba ( SP Diabolical Possession ( que havia aberto o show do Deicide ), que com seu Death Metal satânico, que aqueceu o público com músicas da demo Exorcising Jesus Christ, como Opus Dei, Profaned Cursed, Holy Genocide, entre outras. Apesar do som estar bastante embolado, a banda conseguiu dar o seu recado, atraindo a  atenção dos bangers presentes.

   Em seguida foi a vez dos paulistas do Chaosfear entrarem com seu Thrash Metal bastante competente. Confesso que estava bastante apreensivo com essa apresentação, pois achei que o público fosse estranhar ( por não se tratar de uma banda do estilo do Cannibal Corpse... ). Mas foi o contrário, já que após o show, o Chaosfear arrebatou  mais fãs, já que a maioria  curtiu as musicas do quarteto - agora com dois guitarristas. A banda tocou musicas do seu primeiro trabalho, One Step Behind Anger ( leia resenha ), além de duas novas, Absolute Rejection e Inner Revolution, ainda mais  raivosas. A entrada do guitarrista Edú Boccomino ( ex-Scars ) deixou a banda ainda melhor, salientando ainda mais o excelente trabalho de guitarras da banda. Destaque também para o baterista Danilo de Freitas, que “senta o braço sem dó”. Foi sem dúvidas a melhor apresentação da banda que vi até agora.

Cannibal Corpse

    Com tudo devidamente ajustado, o Cannibal Corpse entrou no palco com Unleashing The Bloodthirsty, transformando o local num verdadeiro inferno. Sem dar tempo para os fãs respirarem, a banda foi mandando sons como Murder Worship, do último trabalho, o maravilhoso Kill. O ânimo dos fãs era enorme e com muita gente subindo no palco para os 'stagedivings', o vocalista George “Corpsegrinder” Fisher se mostrou bastante irritado logo no início do show - vale lembrar que o palco do Hangar é pequeno, ou seja, não adianta reclamar da irritação do vocalista. Reclamando com a segurança, ou até mesmo empurrando fãs abaixo, Fisher também  fez sua parte destruindo nos guturais e batendo cabeça o tempo todo ( com seu “ventilador” ).

     O set continuou com Staring Through The Eyes Of The Dead, I Cum Blood, do clássico Tomb Of Mutilated, Put Them To Death, Vomit The Soul, Make Them Suffer, do Kill, Decency DefiedCovered With Sores. A banda é muita técnica, dá até para dizer que o Cannibal Corpse é hoje em dia uma espécie de Dream Theater do Death Metal”. O guitarrista Pat O'Brien toca o tempo todo de cabeça baixa, balançando a enorme cabeleira e despejando riffs e solos com muita precisão. O outro guitarrista, Rob Barret - que já havia passado pela banda e estava no Malevolent Creation - também é um excelente guitarrista, cobrindo muito bem as partes do guitarrista Jack Owen ( hoje no Deicide ).

    A massa sonora do Cannibal Corpse é impressionante, produzindo muito peso. Sem muita conversa  o show foi rolando com Born In A Casket, The Pick Axe Murderers, The Wretched Spawn e I Will Kill You. O baixista Alex Webster é outro que passa o show inteiro de cabeça baixa, batendo cabeça e concentrado em seu instrumento - e como toca ! Vale lembrar que ele toca no trio de Death Metal Progressivo ( e instrumental ) Blotted Science.

     Engraçado que quando ia apresentar as músicas, Fischer balançava a cabeça com uns “tiques nervosos”... E o show continuou com Pit Of Zombies, Five Through The Neck, Devoured By Vermin, até chegar na “ultra-mega-clássica” Hammer Smashed Face. Precisa falar a reação dos fãs com essa música? Provocou um  verdadeiro “turbilhão”  na pista. Maravilhoso !  

    O show havia acabado, próximo de cumprir  o horário pré-estabelecido, mas como ainda dava tempo para mais uma, a banda deu o tiro de misericórdia com Stripped, Raped And Strangled, onde Fischer deu stagediving, para a alegria dos fãs - e desespero dos seguranças que tiveram que resgatá-lo...

    Todo mundo pode ir para casa feliz... com torcicolos e alguns hematomas, é claro...

Por Luciano Alemão
Fotos: Bia Alcantara

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