Dream Theater
Credicard Hall - São Paulo/SP, domingo dia 11 de dezembro de 2005

    O Dream Theather, é uma resposta aos miseráveis críticos musicais, dos anos oitenta e noventa, que tentaram afundar o Rock Progressivo, mas estes infelizes perderam a guerra. O Metal Melódico e o Prog Metal ( ambos continuação do rock progressivo dos anos 70 N.E.: ou seja, os filhos do Rock Progressivo ), estão mais vivos do que nunca, demonstrado por todas essas novas gerações de fãs, nascidos nos anos oitenta e noventa.

    E o show dos americanos do Dream Theather, nas duas noites que tocaram no Credicard Hall em São Paulo, foram para estas pessoas um evento sagrado, foi impressionante ver vários fãs cultuando o Dream Theather, como em nenhum outro show de metal em São Paulo, vindo eles de vários lugares do Brasil, eu mesmo conversei com várias pessoas que vieram de Campo Grande/MS, São Luiz/MA, e outros lugares. ( -  E aí críticos quarentões e cinquentões frustrados!!! O que vocês acham disso?? Estão vendo que a voz do povo é a voz de vocês sabem de quem... ). James LaBrie, John Petrucci, John Myung, Mike Portnoy e Jordan Rudess, nos transmitiram mais uma vez a viagem progressiva do Dream Theather.

    No domingo depois de entrarmos na casa, esperamos por pouco tempo, tomando cerveja, e aí depois começou: o Dream Theather entrou no palco tocando a música Glass Prision do cd Six Degrees Of Iner Turbulence, fazendo uma excelente atuação, empolgando a galera tão ansiosa para ouvir o perfeccionismo do som deles, e a banda iniciou o show com muita moral e categoria.     

    Depois tocaram a Just Let me Breath, do cd Falling In To Infinity de 1997 e a sua execução saiu ótima, com perfeita atuação de John Petrucci e do tecladista Jordan Rudess, que deram o magnífico clima do progressivo moderno no show.

    Posteriormente, foi a vez de duas músicas do aclamado cd Awake de 1994, com The Mirror e Lies, iniciada pela Mirror, e que clima foi criado, uma das coisas mais legais do rock progressivo é o clima que as músicas passam, nos transmitindo ambientes, como se estivéssemos numa verdadeira viagem de sensações e imagens. A banda estava afinadíssima, e em Lies foram soberbas, perfeitas, insuperáveis, as subidas e descidas de escala de John Petrucci, os seus solos esotéricos e sombrios, uma das marcas registradas da magnitude do Prog Metal do Dream Theater  

    Depois a galera viajou na balada The Answer Lies Whitin, do cd novo Octavarium, posteriormente eles tocaram These Walls, com o excelente riff de guitarra de Petrucci, e a seqüência de puro, puro rock progressivo nos teclados de Jordan Rudess, com o clima sombrio e místico do Dream Theather e também a excelente atuação de James LaBrie, essa música foi demais, a galera estava emocionada, você olhava para os lados e todos cantavam. 

    Em seguida tivemos Never Enough, com mais uma excelente atuação de James LaBrie. E finalizando a primeira parte do show, eles tocaram a In the Name of God, do recente cd Train of Thought de 2003, mais uma das longas clássicas progressivas do Dream Theather, música que tem também um peso marcante de guitarra e efeitos de teclados. Novamente destaque para os solos de John Petrucci, que fez o solo da música, em extremada velocidade ( parecia uma usina ). 

    Após o intervalo, eles voltaram tocando partes de clássicos do Rock Progressivo dos anos 70, como Close to the Edge do Yes, trechos de teclado do Pink Floyd, 2112 do Rush e outras.

    Após a execução desses trechos, muitos de nós estávamos aguardando que eles tocassem interpretações do Metallica, Rush ou Pink Floyd, como alguns de seus últimos shows, mas eles tocaram o cd inteiro Scenes from a Memory para o delírio dos fãs, e os melhores momentos desta parte do show foram a Strange Deja Vu, com seu ritmo marcante e o canto de LaBrie, que agitaram demais a galera do Credicard Hall. Fatal Tragedy também foi muito legal, em todas as suas fases, com destaque para o solo progressivo junto com metal de Petrucci e Rudess. Mais uma excelente atuação deles foi em Home, com suas duas partes, The Dance of Eternity e One Last Time, em que o clima progressivo tomou conta, sendo mais uma pura longa e virtuose execução de rock progressivo.    

    The Spirit Carries On e Finally Free, foram os momentos das baladas progressivas do show que me fizeram lembrar o Pink Floyd, pois são evidentes as influências do Floyd. John Petrucci fez os seus solos com beleza e maestria, sendo clara a influência de David Gilmour e com essas baladas o show foi encerrado, mas ainda tinha o bis.   

     

    No bis eles tocaram a tão esperada Pull Me Under do clássico Images and Words de 1992, em um dos melhores momentos do show. Apesar de alguns erros, a galera vibrou muito nesta música e o Dream Theather tocou esta música junto com a Metropolis Part.1, do mesmo Images and Words, encerrando este inesquecível show.  

    O show do Dream Theather foi muito bom, mas acho que faltou um pouco de empolgação por parte dos músicos, senti a falta da demonstração dos solos individuais deles. Como é que o Mike Portnoy, não me faz nenhum solo, ele que muitas vezes é citado como um dos melhores bateristas do mundo, sendo comparado com o Neil Peart do Rush, para mim isso faltou e muito. Lembro-me que no Monsters of Rock de 1998, John Myung fez um solo incrível de contra-baixo, desta vez ninguém solou. Mas tudo bem, o show foi ótimo, e o Dream Theather nos passou a sua mensagem, de modernidade, sofisticação dentro de suas mais variadas e soberbas viagens progressivas, como a banda ainda tem uma longa estrada ainda, esperamos que show aqui no Brasil, seja uma constante evolução, desta fundamental banda de Prog Metal ( Rock Progressivo ).

Por André Torres

Set List

The Glass Prison
Just Let Me Breathe
The Mirror
Lie
The Answer Lies Within
These Walls
Never Enough
In the Name of God

Intervalo
Regression
Overture 1928
Strange Deja Vu

Through My Words
Fatal Tragedy
Beyond This Life
Through Her Eyes
Home
The Dance of Eternity
One Last Time
The Spirit Carries On
Finally Free

Bis
Pull Me Under
Metropolis pt 1

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