Premiata Forneria Marconi
Credicard Hall - São Paulo/ SP  - sexta-feira -  01 de julho de 2005

    No Credicard Hall, o Premiata Forneria Marconi, umas das bandas mais importantes do rock progressivo dos anos 70, apresentou toda a sua grandeza musical, fazendo um excelente show, onde mostraram para a platéia que a experiência, só tem de fazer o melhor para a música. Vários fãs foram prestigiar o grupo italiano, que veio pela primeira vez aqui no Brasil. Para quem não sabe, o " PFM ", teve papel fundamental no rock progressivo dos anos 70. Graças a bandas como o Premiata, existem hoje bandas como o Dream Theather, Blind Guardian, Nightwhish e várias outras, que incluem nas músicas, além do rock pesado uma alta dose de música erudita sintetizada nos teclados.

    No show, eles começaram com Appena um Poco, do LP Per Um Amico, que iniciou a viagem da galera na atmosfera progressiva do show, e em seguida, tocaram a mitológica Per um Amico. Infelizmente, o tecladista, vocalista e membro original Flavio Premoli não veio. Em seu lugar vieram dois outros músicos, um tecladista e um violinista. Apesar da falta de Flavio, os outros componentes, que eram: Franco Mussida ( guitarra, violão, vocal ), Patrick Djivas ( baixo ) e Franz Di Cioccio ( bateria e vocal ) não decepcionaram. Os músicos do PFM são grandes instrumentistas com excelente formação musical e mesmo com a influência de jazz e clássicos dos músicos, a pegada do show foi de muito rock. Em La Luna Nuova, tocaram com perfeição as extensas viagens progressiva/erudita, fazendo a galera vibrar. Na clássica Il Banchetto, eles fizeram um arranjo jazz com bossa, que quase tornou o início da musica totalmente diferente do original, até o momento em que eles começaram a cantar, aí percebemos a beleza desta canção, com a perfeita harmonia dos vocais, que nos fez sentir aquela assimilação de rock progressivo, com o sentimento de que estávamos ouvindo a nobreza da cultura européia. 

    Porém, na Il Banchetto, eles não tocaram o grande solo do final, cheio de viagens de teclado ( pena que não ouvimos o tecladista virtuose Flavio Premoli ). Depois eles nos encheram de emoção tocando seqüências de músicas dos principais álbuns dos anos 70, The World Became The World e Chocolate Kings. Tivemos Four Holes On The Ground, primorosamente, que foi uma verdadeira viagem, não é só pelo solo de guitarra ou teclado, mas uma verdadeira viagem em ambientes, transmitidos pela música, essa hora foi um verdadeiro êxtase progressivo. Na minha opinião faltou a música, Is My Face On Straight, que combina perfeitamente após Four Holes On The Ground e aí eu falei: “ Como é que eles não tocam a Is My Face on Straight!!!!”.

    Outra parte insuperável do show, foram as músicas do LP Chocolate Kings, Out of the Roundabout e Harlequim, em que eles tocaram com maestria cirúrgica, sendo um dos melhores momentos do show. Nestas músicas, Di Cioccio cantou muito bem, inclusive melhor que no disco original, com Bernardo Lanzetti. Outras que emocionaram a galera, foram as baladas Dolcissima Maria e Dove....Quando.

    Outro destaque do show foram os solos, em que os músicos mostraram suas magníficas habilidades com seus instrumentos. Franco Mussida, tocou muito bem, fazendo vários solos com peso e muito estilo e o resto da banda também "apavorou". Djivas fez o seu solo de contrabaixo, mostrando muita técnica e impressionando com a velocidade que tocava com os dedos, sem palhetas. E Di Cioccio, que fez os dois papéis, de baterista e vocalista em muitas músicas, cantava a frente, como um vocalista principal, dando um exemplo de profissionalismo ( nestes momentos ele era substituído por um outro baterista ). Outra apresentada foi Impressioni di Setembre em uma execução perfeita, fazendo todos sentirem mais um magnífico e espiritual "Deja Vu" da década de setenta. É... eles estavam com à moral alta, e a Impressioni... saiu maravilhosa, um verdadeiro clássico do progressivo.

    No momento do bis, a galera pediu, pediu e eles vieram. Quando eles retornaram o público vibrou, e os extensos sorrisos dos italianos mostraram que eles adoraram o Brasil, foi muita bonita a satisfação deles pela receptividade dos fãs brasileiros. 

    E tocaram a tão esperada É festa, e foi nesse momento de que Di Cioccio, mostrou o seu dom de showman e a  música ficou excepcional, como se esperava, e Cioccio, comandou toda galera do Credicard Hall e nós não tivemos como escapar do carisma do batera e vocalista. Ele testou a galera da direita do meio e da esquerda ( até eu, que sou mais reservado, pois gosto de prestar a atenção nos shows, tive de aderir ao coro “ÉÉÉ Festaaa!!!”, “ÉÉÉÉ Festa!!!!” ). E foi uma festa mesmo, valeu a pena demais ver o PFM, e espero que venham novamente, para mostrarem mais uma vez o quanto é importante o rock progressivo, estilo irmão do Heavy Metal.   

Por André Torres
E-mail: andreheavymetal@terra.com.br 

 Nota da Edição: Valeu André pelo review e seja bem vindo ao Rock On Stage!!!

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