Véspera de feriado, uma
quarta-feira, a melhor coisa pegar estrada até Catanduva, na região
central do estado de São Paulo para curtir a primeira apresentação do
Primal Fear no Brasil na tour do Devil’s Ground. Pra completar a noite,
abriram as bandas Thalion e Masmorra. O local escolhido pela organização
é ótimo, pois é pequeno e eficiente, além disso, o evento possuiu um
som excelente.
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Thalion começando a
noite |
Quem abriu a noite foi o
Thalion, e particularmente estava querendo ver esta banda que está em
toda mídia metálica brasileira. Fizeram um show curto ( apenas 5
músicas ) e mediano, entre seus sons, rolaram Long Farewell, Follow the Way, mas a melhor música de seu set foi um cover:
Sacrament of Wildness do Nightwish. A banda ainda peca pela
inexperiência, porque seu posicionamento no palco deixa a desejar ( todos
ficavam paralisados no palco!!! ), mas vamos dar tempo ao tempo e ver como
o Thalion fica após alguns shows, já que este era o primeiro após o
lançamento do seu primeiro álbum Another Sun.
A segunda banda de abertura
foi o Masmorra de Monte Azul Paulista/SP, que tem no currículo outro
grande show de abertura, o do Helloween em 2001, também em Catanduva. A
banda estava lançando a ótima demo Remains From A Land, mas
o show não me agradou. Eles agitavam, pulavam, tocam heavy metal
tradicional com pitadas de thrash metal, mas nesta noite não conseguiram
empolgar. Infelizmente, novamente a melhor música do set foi um cover: Symphony of Destruction do
Megadeth.
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Primal Fear em Ação |
É bom que seja dito que as
duas bandas de abertura não sofreram em nada com a qualidade de som,
coisa rara nos show de abertura. E estava chegando o grande momento da
noite, o primeiro show desta terceira passagem do Primal Fear pelo
Brasil...
Começa a ecoar no palco a
introdução Devil’s Ground, surgindo então Randy Black (
baterista ), Stefan Leibing e Tom Naumann ( guitarristas
), Mat Sinner ( baixista ) e Ralf Scheepers ( vocalista ) que abriram a noite com
Angel in Black, seguida da fabulosa Chainbreaker.
O público respondeu a altura cantando em uníssono as músicas, e
principalmente a próxima: Suicide and Mania, uma das melhores
da noite e também de seu último disco. A banda estava bem disposta, com
um comunicativo Ralf Scheepers em noite inspiradíssima e, diga-se de
passagem: que voz!
O show segue com
Running
in the Dust, Visions of Fate e Nuclear Fire,
três porradas fenomenais do Primal Fear, e você percebe que além de
Ralf, outro integrante do Primal Fear estava em noite inspirada, trata-se
de Randy Black ( ex-Annihilator), com uma pegada instigante. Só um
detalhe, isto não quer dizer que Sinner, Leibing ou Naumann
decepcionaram, muito pelo contrário, cumpriram seus papéis com muita
disposição, mas Black e Scheepers estavam demais.
Continuando o set, na
seqüência veio a balada The Healer que foi acompanhada em
coro pela galera, e depois Battalions of Hate, acompanhada de
um solo descomunal de Randy Black ( e digo: não gosto de solos de bateria
em show, mas este não teve como não gostar! ) e voltando com Silver and
Gold e Under Your Spell.
A principal música
do novo disco foi rolada na seqüência: Metal is Forever, com
ótimos dubs na voz de Ralf, fazendo a música não perder sua
essência; o final da primeira parte ficou por conta da clássica Final Embrace,
saem do palco aplaudidos e ovacionados pelo público.
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Mat Sinner |
A banda se
posiciona novamente no palco, começando o bis com Tears of Rage,
seguida de Heart of a Brave, onde Scheepers se emocionou com o
coro da galera, conduzindo-a por alguns minutos o longo Ooohhh, ooohhh,
e pra fechar este bis veio Colony 13. Quando muitos já pensavam que o
set havia terminado, a banda retorna ao palco pra mandar Fear, aí
sim, fechando a noite com grande estilo.
Não tem como não comentar
duas coisas: primeiro, o Primal Fear mostrou que tem muito mais humildade
que muita bandinha que começou ontem, além de um profissionalismo
espetacular e demonstrarem que tocam por prazer, pelo METAL. Segundo: o
pequeno público presente ( por volta de 500 pessoas ) não deixou de
agitar, cantar e apoiar a banda nem um minuto sequer. Por fim, agradeço a
Apache Records por mais este evento, e esperamos que venham outros...
Texto e Fotos: Leandro Sartori
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