Virada Cultural – 4ª Edição - São Paulo/SP
Sábado e domingo, dias 26 de abril e 27 de abril de 2008
A
quarta edição da Virada Cultural de São Paulo (
www.viradacultural.com.br
), foi simplesmente uma maratona musical de primeira linhagem, digna de
Primeiro Mundo. Não irei me ater a detalhes, pois isso vocês podem
conferir no site oficial do evento, só digo que foram 24 horas a contar
das 18 horas do sábado dia 26/04/08 até o fim do domingo dia 27 ( na
verdade contabilizamos mais de 24 horas, pois terminou lá pelas 20 horas
do domingão ).
E
como o que nos importa é Rock na Veia, vamos direto ao ponto: o
palco Rock República, uma belíssima estrutura montada em plena
Praça da República, centro de Sampa, também conhecida como reduto de
hippies, putas, travestis, viciados e afins ( será que teve alguma
ligação desses seres com o Rock propriamente dito, por parte da
prefeitura? É uma resposta que jamais saberemos ).
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E exatamente às 18:30 se inicia o primeiro show da jornada, O Terço,
renomadíssima banda de rock progressivo dos anos 70 que agora volta com a
formação quase-clássica ( quase pois o baterista Luis Moreno faleceu há
alguns anos ) e acrescido de Cláudio Venturini ( irmão do
organista/vocalista original Flávio Venturini ) na guitarra,
pois o nosso herói Sérgio Hinds apareceu de braço quebrado, apenas
cantando ao lado de Flávio, mas mesmo assim no final do set ele
ainda tocou três na guitarra e solou como nunca, foi de chorar!
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Em seguida
outro ícone do progressivo brazuca, o Terreno Baldio, uma espécie
de Gentle Giant do Brasil apresentaram por uma hora ( o tempo de
quase todas as bandas na verdade ) um sonzão viajandão e bem 'bixo
grilo' mesmo, com violino distorcido e muito ácido no ar.
E vem mais progressivo,
mas dessa vez com umas pitadas de rock pesado e até o presente momento a
banda que mais lotou a praça de interessados em ver e ouvir, estou
falando da grande volta do Casa das Máquinas, renomadíssima banda
de duas baterias que estrondou ouvidos e mentes nos anos 70 e acabou
implodindo a si mesma pouco depois de uns 3 discos, mas dessa vez, com os
bateristas originais ( Marinho e Netinho, também dos
Incríveis e Clevers ) acrescido agora de ninguém mais
ninguém menos que Andria Busic ( baixo e vocais ) do Dr.
Sin cantando como nunca visto antes e o guitarrista Faíska que
nos presenteou com partes de Deep Purple por todo o show. Não
faltou clássicos da banda como também não faltou quem as cantasse a plenos
pulmões como se fossem os últimos hits do momento e fosse olhado com
estranheza pelos adolescentes desinformados ao redor ( esse foi o meu
caso...hehehe ). Maravilhoso! E anunciaram que esta foi à volta
oficial da Casa das Máquinas à ativa, sejam bem vindos Rockeros!
Agora que os ânimos estavam ouriçados era hora de Heavy Metal e ninguém
melhor do que os detentores do primeiro hino do metal brazuca ( Salém
), estou me referindo ao Harppia, que apareceu com o baterista
original Tibério, até aí tudo bem, mas quando entra Jack
Santiago ( vocalista original há muito tempo brigado com Tibério
) e Ravache segurando seu baixo, os dois pulando e acenando ao
público, todos ficaram excitados, mas eis que entra um guitarrista ( se
não me engano Marcos Rizzato do Miasthenia ) e um outro
vocalista em cena, com mais um desconhecido mas muito bom baixista,
ninguém entendeu mais nada, até que o tal vocalista explicou que aquele
seria o show de 25 anos da banda e teriam muitas surpresas por vir e
começaram a tocar vários sons do disco menos cotado da banda, Flight
que tem um repertório em inglês e não agradou muito.
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Saí para ver se pegava o show do Sá Rodrix e Guarabyra no Teatro
Municipal ali perto, mas a fila era do tamanho da muralha da China. E
voltei ao palco do Rock quando me deparei com a formação original do Harppia ou seja
Jack ( vocais ), Ravache ( baixo ),
Tibério ( bateria ) e ninguém menos que Hélcio Aguirra
( guitarrista hoje no Golpe de Estado )
executando A
Ferro e Fogo que era o nome
do clássico EP lançado pela banda em 85 seguida de Asas Cortadas e
a mais do que digna Salém, A Cidade das Bruxas que contou com Percy Weiss
( segundo vocalista do Harppia e que também
cantou no Made in Brazil e Patrulha do Espaço ) nos
vocais dobrados ao lado de Jack e dos novos integrantes da banda.
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Um final feliz pra festa de aniversário do Harppia, ainda mais pelo
fato de a guitarra de Hélcio ter fatalmente apagado no começo de Salém o que impulsionou o público a cantar mais alto ainda empurrando
a banda adiante até o problema ser solucionado no final do som, uma cena
maravilhosa de videlidade eterna ao metal!
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E falando em fidelidade ao metal eis que chega a hora mais
esperada, Paul
Di´Anno que a princípio executaria o Killers na íntegra
e que chegando ao palco sorridente e de bengala, começou o show com Ides of March seguida de
Wratchild, mas depois descambou por
fazer o que bem quis, executando clássicos de sua carreira solo, clássicos do Iron Maiden como Prowler, Remember Tomorrow
e Killers sim.
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Inclusive nesta apareceu um pai todo orgulhoso do
metal que corria nas veias trazendo seu filhinho de uns 4 ou 5 aninhos nos
ombros e o garotinho bangeava feito banger velho de guerra com os dedinhos
em forma de chifrinhos erguidos em direção ao palco e roubando
literalmente a cena naquela área da multidão, pois todos que estavam ao
seu redor começaram a reverenciar o novo headbanger que o pai carregava
nas costas. Cena Linda!!! Para o bis ele reservou Running Free e Blitzkrieg Bop dos
Ramones, sim ele não tocou Iron Maiden
( o som ) e a galera adorou essa surpresa final, pouco mais de
1h15m de show ele se despede.
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Na
seqüência viriam Andreas Kisser, Overdose e Vulcano,
mas a praça deu uma bela esvaziada, mesmo por que em questão de meia hora
os Mutantes apresentariam a nova formação e novas canções no palco
da Avenida São João e muita gente foi lá para ver, inclusive eu, mas nem
vou falar muito desse show, pois, além de ficar longe pra burro minha
'máquina corporal´ já dava sinais de desgaste e eu só
assisti o show, sem curtir mesmo, vi o som novo que se chama Mutantes
Depois, uma bela canção que está disponível gratuitamente na net.
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Só
me excitei quando já perto do fim o baterista original Dinho Leme puxou a batida pesada e acelerada do hino
A Hora e a Vez do Cabelo
Crescer ( Cabeludo Patriota ), que tem um puta peso, punch e muito a ver
comigo. Mas já era 5 horas da matina e eu queria fazer um pit-stop que foi
até às 5:40 quando rumei de novo ao Teatro Municipal para assistir
ao show do segundo guitar-hero que o Brasil conheceu ( o primeiro eu
tinha acabado de ver, Sérgio Dias dos
Mutantes ) Pepeu Gomes
que executaria um show instrumental baseado no disco Geração do Som
de 1978, um trabalho incrível executado com muito peso e técnica
imprescindível por uma banda bárbara num lugar fenomenal.
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Sim, foi
tudo isso mesmo, mas nem tudo isso segurou nossos olhos e muita gente que
estava lá naquele suntuoso teatro agüentou por muito tempo e caiu no sono
várias vezes ( inclusive eu ). Saímos de lá com o sol na cara
e ainda vi um pedacinho do show do Vodu na República, depois
rolou Korzus e diretamente do Mato Grosso do Sul O Bando do
Velho Jack executando um som muitíssimo mais pesado que seus discos e
com um som extremamente alto, muito bom mesmo!
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Depois disso vieram bandas meia-boca como o tal Cachorro Grande que
diminuiu de tamanho e peso nos últimos tempos, seguidos de Lobão e
Arnaldo Antunes, dois shows de violão que não me agradariam mesmo,
aí eu saí de cena para descansar e só voltei a muvuca no fim da tarde pra
ver o Ultraje à Rigor, mas o atraso de mais de meia-hora aos meus
olhos pareciam um descaso com o fã que estava lá naquele puta aperto e
sufoco comparável somente ao show do Paul Di´Anno e Mutantes,
mas esses dois fizeram um show pontual, então me enchi e fui embora para
bem longe do palco minutos antes deles aparecerem. Ouvi algo de longe tipo
covers demais pra uma banda de mais de 25 anos. tocaram umas 3 dos Ramones
e até Paranoid do Black Sabbath, tem algo errado
aí.
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Mas
o saldo no final da festa foi demasiadamente positivo. Que venham mais
'noites brancas' ano que vem. Eu estarei lá!
Por
Alexandre WildShark
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