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Prolusion abre o cd em um clima tenso e lírico com alguns gritos e caprichadas partes orquestradas para que o A Sorrowful Dream possa exibir seu Dark Metal com a agressiva Amálgama, onde os guturais de Éder Alves de Macedo e os operísticos de Josie Demeneghi transitem em uma atmosfera ora extrema, ora mais sinfônica envolvendo o ouvinte de uma forma como se enviasse um feitiço e conquistando nossa atenção. Depois em Entwined, eles mergulharam fundo em uma quase introspectiva composição, graças ao piano tocado por Mari Vieira, porém, seus furiosos vocais a transformam em algo próximo à um Doom Metal com claras passagens de Gothic Metal ambientado em um andamento de teclados sombrios e guitarras distorcidas, sendo que a longa canção sofre alterações em seus minutos expressando através da interpretação dos dois vocalistas um caótico conflito entre seus personagens.
E a raiva incontida dos vocais de Éder Alves de Macedo é elevada a níveis cada vez maiores até ser quebrada com a suavidade dos vocais de Josie Demeneghi na quarta composição de Passion, a faixa Silent Words, que exibe uma dualidade por trechos mais calmos e outros devastadores muito bem embasados em linhas instrumentais notáveis, onde não tenho como destacar um dos músicos em especial, pois, todos em harmonia atuaram com muita competência em cada parte.
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Em Solo Awakening somos expostos a uma harmonia mais tranquila e aos formosos vocais de Josie Demeneghi em uma composição mais sinfônica, que vai ganhando mais vigor até que Eder Alves de Macedo traga seu peso com o uso de seus guturais poderosos, que conferem uma aura sinistra à canção, onde percebe-se como os demais integrantes estão sincronizados com a proposta da banda por conta das inúmeras variações instrumentais realizadas com competência por eles, que aumentam significativamente o direcionamento da música e a torna um hibrido de Prog com Metal Extremo.
Na sequencia com nuances de Jazz e um mergulho nas linhas mais góticas temos In Hebetude, que vai elevando-se em seu decorrer graças a atuação dos versáteis vocalistas do A Sorrowful Dream. É impressionante e importante citar como eles modificam a estrutura da música de um caos coordenado para uma furiosa aniquilação sonora quando desejado. E antes do término da canção temos um momento de piano, bem mais deprimido ao som de violino, que é algo feito com muito primor pelos gaúchos.
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Por ser um disco tão complexo musicalmente falando com variadas alterações de andamento o tempo todo, climatizações, experimentalismo, passagens claras por Gothic Metal, Rock Progressivo, Doom Metal, Symphonic Metal, Passion é um álbum que serão necessárias várias audições para que se consiga absorver tudo o que o A Sorrowful Dream desejou nos mostrar em seus 53 minutos, que de tão intensos, consistentes, únicos e diferenciados que são te deixarão ligados em cada um deles. É... os gaúchos voltaram com um cativante lançamento.
Nota: 10,0.Sites: http://www.asorrowfuldream.com/, https://www.facebook.com/asorrowfuldream
e http://asorrowfuldream.bandcamp.com/.Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2016