Agressor - Victim Of Yourself
Independente - 10 músicas

    O Agressor é uma banda de Macaé, cidade do estado do Rio de Janeiro e pratica um thrash metal com forte embasamento dos anos áureos do thrash metal e lança em abril de 2006 seu primeiro cd Victim Of Yourself de forma independente. Engana-se quem pensa que a banda é recente, pois eles já estão na ativa desde 1986, quando lançaram sua primeira demo Destruição Metálica.  Aproveitando para contar um pouco da história da banda, em 1998 é lançada uma segunda demo intitulada Kill Or Die. Passando por algumas divergências musicais a banda acaba em 1991.

    Passados 10 anos do final da banda, Kill Or Die foi relançado pelo selo Dies Irae e motivou o retorno das atividades do Agressor com a seguinte formação: Beco ( Guitarra ), Ivan ( Baixo ) e Paulo ( Bateria / Vocal ). Com a banda reestruturando-se durante os anos seguintes e sofrendo algumas mudanças na formação, o atual line up é o seguinte: Paulo, Beco, Cláudio Daflon ( substituindo Ivan no baixo ) e Alexandre Paulista  na segunda guitarra.

    Formação estabilizada é hora de entrar no estúdio, o escolhido para para gravar o álbum foi o DGQ na cidade de Cabo Frio/RJ. O responsável pelas gravações, mixagem e masterização do álbum foi Davi Baeta e este processo durou de setembro de 2005 a janeiro de 2006. Ouvindo Victim Of Yourself nota-se que ele fez um ótimo trabalho nas 10 músicas que estão no disco. A temática escolhida pelo vocalista/baterista Paulo é sobre a relação do homem no mundo, onde a muitos sofrem por causa de guerras, forme, intolerância, covardia, drogas, ou seja, vítimas de si mesmo. E a bela arte gráfica do disco, com um desenho ilustrando o tema de cada música é dele também.

    O álbum abre com Toxicomaniac que possui um começo cadenciado que mostra uma bela pegada na bateria com vocais agressivos em rápidos solos de guitarra num thrashão oitentista, cuja letra é sobre os efeitos ruins causados pelo vício em drogas. Seguindo com Old Man, que é uma rápida e agressiva pancada com viradas no melhor estilo do Megadeth. A letra conta os problemas das pessoas mais velhas e tenho de destacar a ótima interação da dupla de guitarristas da banda que realizam solos marcantes.   

    Muito interessante é a letra de P-36, canção que relata os fatos ocorridos na tragédia da plataforma de petróleo brasileira que pegou fogo e afundou, num thrash metal altamente bem tocado e matador. Nos trechos cadenciados, preste atenção nos vocais de Paulo e no baixo Claúdio Daflon que marcam sua presença competentemente. A música seguinte é Onde Está A Coragem - a única cantada em português - que mostra mais velocidade que as anteriores com ótimas intervenções da bateria, cuja letra descreve os problemas sociais brasileiros de forma bem agressiva e mostra guitarras com muita técnica de Alexandre e Beco. A cadenciada Sacred Words é a seguinte e além de tecer críticas ao aumento de religiões mostra bons e longos solos de guitarras feitos por Beco.

    Indiscutivelmente um dos melhores momentos do disco é Manipulation Of Masses - um thrash pesado no melhor estilo da Bay Aera - que na primeira audição já ficamos com a música martelando na cabeça, principalmente pela forma dos solos das guitarras. A letra nos diz para não acreditarmos em tudo que é publicado nos jornais, rádios e tv´s e sempre procurarmos ter a nossa própria opinião. Sempre mandando muito bem nas funções de batera/vocal, Paulo mostra isto novamente na cadenciada e com solos distorcidos Eyes To The World, que é uma porrada de primeira onde temos críticas para que nós como cidadãos mudemos essa situação de fome, aids, violência, pressionando nossos governantes. Algo a se notar nesta música é o excelente solo de guitarra feito por Beco.

        Outro ponto forte do álbum é com certeza Mercenary Politician, que começa com um discurso do Lula de 1987, quando era candidato. De início é cadenciada e vai ganhando peso e velocidade num ótimo um thrash que critica os políticos corruptos que assolam o país. Nos solos, tanto Alexandre quanto Beco demonstram alto potencial nas guitarras e promovem maravilhosas inversões no final. A música seguinte é Dr. Death, que conta a história do Dr. Wouter Basson, oficial do exército do regime do Apartheid, que fez atrocidades com o povo africano e acabou absolvido por falta de provas. Na parte sonora temos uma rápida e ótima canção para banguear bastante, para isso, veja o ótimo trabalho de bateria, os longos e rápidos solos de guitarra que conquistam o ouvinte logo de cara. Para encerrar Victim Of Yourself  temos Puppets Of Society outra rápida e agressiva pancadaria do batera Paulo seja nos vocais ou nas batidas dilaceradas que ele promove em sua bateria, acompanhadas de perto pelas guitarras. E a letra é uma ferrenha crítica a sociedade moderna que pensa mais no dinheiro.

    Em resumo, você acha que não aparece mais nada de interessante no thrash metal atual? Então trate de conhecer o Agressor o quanto antes e ouça o thrash metal de alta qualidade que é praticado por esses cariocas e martele sua cabeça, pois tenho certeza que eles tem tudo para firmar-se na cena.

Site: www.agressor.com.br
E-mail: agressor@agressor.com.br

Por Fernando R. R. Júnior

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