Bloody -  Slow Death 
9 faixas - independente

    A banda formou-se na cidade de Hortolândia, interior de São Paulo, no ano de 2002. Desde seu início, a idéia é mostrar a mais pura essência do thrash metal e isso começou a ser realizado com o lançamento do cd demo Eat Your Brain. Depois de dois anos e meio no underground e com mais de 1200 cd´s vendidos, a banda ganhou fôlego e lança em agosto de 2005, o seu excelente primeiro full lenght: o cd Slow Death, e detalhe de forma independente. Possuindo a formação solidificada com André Tabaja no baixo, Paulo Tuckumantel nos vocais, Fábio Bloody na guitarra e Luis Coser na bateria, o Bloody grava Slow Death no Da Tribo Studio entre abril a julho de 2005, sob supervisão de Ciero ( do Broken Heads ) que assina também a produção.

    Antes de comentar as músicas do disco, tenho que ressaltar duas coisas: primeiro - a excelente qualidade gráfica do disco ( passando pelo encarte, que possui todas as letras traduzidas  e a capa, que realmente mostram um grande trabalho de Shask ) e segundo - a ousadia, pois nos dias de hoje com todos os recursos técnicos possíveis, o Bloody preferiu gravar seu disco completamente de forma analógica para que soasse conforme os grandes lançamentos das bandas thrash dos anos 80,  como Kreator, Sodom, Sepultura, Metallica ( dos antigos ), e para a surpresa de todos, o resultado alcançado pelo Bloody foi um "thrashão" cru, visceral, que leva o ouvinte realmente para os anos 80.

    A música que abre Slow Death é a Againist The Storm com vigorosos solos de guitarra e uma cadência na bateria, além dos vocais com pitadas de death metal - um thrash nos moldes do Sepultura dos anos 80. Seguindo com Seeking For Blood que mostra de início palhetadas rápidas e a bateria com um peso matador num "thrashão" de primeira com solos cadenciados. Inquisition, a terceira faixa, que é a melhor até aqui, mostra uma ótima introdução na bateria de Luis Coser e riffs de guitarras cadenciados que ditam como a música vai seguir: um thrash para ser bangueado com a letra criticando padres que vendem lugares no céu entre outros pecados.

    A seguinte é Justice With Blood  que já abre com um solo rápido na guitarra de Fábio Bloody, prosseguindo no decorrer da faixa e que a torna a mais rápida até aqui. Note as levadas na guitarra que temos nos solos e me diga : São ou não são marcantes? Levadas essas, que são seguidas novamente de uma grande velocidade determinada pela bateria em uma letra onde o tema abordado é sobre condenados por crimes graves ( como assassinato, por exemplo ) e que devem morrer. A canção Eat Your Brain  foi título do demo de 2002, mostra sons mórbidos e um excelente set instrumental de baixo, guitarra e bateria abrindo campo o enorme potencial da voz de Paulo Tuckumantel. Destaco também, os excelentes solos de guitarra de Fábio Bloody que fazem de Eat Your Brain outro grande momento deste disco.

  Slow Death, que intitula o primeiro full lenght do Bloody é a seguinte, abrindo com um solo sombrio e cadenciado que explode num riff matador de Fábio Bloody, sendo com certeza o momento ideal para " rodas de empolgação " ( que tendem a ser  insanas ) durantes os shows do Bloody. Endless Game conta com a importante participação de Frank Godzik ( ex-Sodom e Kreator, atual Mystic ) fazendo aquele " thrashão oitentista " calcado no estilo alemão, ou seja, bem mais cru, rápido e com solos impecáveis.

    Em God Of Disgrace temos solos cadenciados de guitarra e um excelente trabalho na bateria com uma ótima letra sobre os homens no poder que somente fazem guerras ( como insistem em fazer alguns líderes mundiais ), outro destaque desta faixa é a bela performance dos vocais  Paulo Tuckumantel. Para encerrar este primeiro cd do Bloody temos a música Real Vision que conta com outra participação, desta vez de Ciero ( guitarrista do Broken Heads ) numa música onde o destaque são novamente o peso das guitarras e do baixo de André Tabaja, que juntamente com a bateria de Luis Coser promovem um verdadeiro massacre sonoro.

    Com certeza muitos " ouvidos novos " podem " torcer o nariz "  pelo fato do cd ter sido gravado de forma 100% analógica, mas o que temos neste álbum Slow Death é o mais puro thrash metal oitentista sem frescuras. Faço votos para que as gravadoras vejam logo a qualidade destes rapazes do Bloody e os contratem para vôos maiores, afinal, potencial para isso, eles mostraram neste álbum que tem.

Site: www.bloody.com.br
E-mail: bloody@bloody.com.br

Por Fernando R. R. Júnior

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