Dark Avenger - Alive In The Dark
 Duplo - 20 Faixas - Shinigami Records - 2015

    No dia 21 de dezembro de 2003, a excelente banda de Power Metal brasileira chamada Dark Avenger originada em Brasília/DF realizou no Led Slay em São Paulo/SP o show comemorativo pelos seus 10 anos de existência e agora, mais de 10 anos após esse show, a Shinigami Records lançou no mercado o álbum duplo em 'paper sleeve' Alive In The Dark, que contém o set executado neste dia com as canções extraídas dos álbuns Dark Avenger ( 2005 ), Tales Of Avalon: The Terror ( 2001 ) e X Dark Years ( EP 2003, que foi incluído na integra como bônus ).

    No show principal deste Alive In The Dark, o Dark Avenger contou em sua parte final com a participação especial da Camerata do Ipiranga e sua produção é assinada por Richard Navarro e o vocalista Mário Linhares, sendo que o primeiro álbum duplo ao vivo da carreira dos brasilienses teve a belíssima arte de sua capa criada por Marcos Ravelli. O line up do Dark Avenger neste dia era composto por vocalista Mário Linhares nos vocais, Marcus Valls e Hugo Santiago nas guitarras, Tomaz Vital nos teclados e piano, Gustavo Magalhães no baixo e Rafael Dantas na bateria.

    Após o anúncio oficial do show e os agradecimentos para os fãs, o exuberante e contagiante Power Metal do sexteto começa com a canção que intitula a banda, a Dark Avenger 2003, onde percebemos a potente voz de Mário Linhares e contamos com os vibrantes solos de guitarras da entrosada dupla Marcus Valls e Hugo Santiago, que ora estão mais cadenciados, ora mais rápidos, sempre se sobressaindo bastante e nos conquistando, que graças as evoluções notadas nos teclados de Tomaz Vital, se ligam na acelerada Who Dares To Care, que exibe vários solos melodiosos, que estão muito bem combinados em suas partes instrumentais deixando o vocalista à vontade para cantar e passar muito carisma em cada um de seus versos.

    Sem pausar temos Crown Of Thorns, que traz seus ares grandiosos e altamente cativantes de linhas cadenciadas nas guitarras, além de muito peso vindo da bateria de Rafael Dantas liberando Mário Linhares para soltar seus agudos, Inclusive, quero te convidar para reparar no brilho dos solos da empolgada dupla de guitarristas da banda, que trazem uma aura bastante Heavy Metal e também as sempre esperadas mudanças em seu andamento, especialmente nos teclados e que soam bem, quando feitas com a categoria do Dark Avenger.

    Após o vocalista pronunciar um "Boa noite São Paulooo", eles tocam a Die Mermaid!, que segue cadenciada e melodiosa em seus primeiros riffs, mas ganha velocidade em seu decorrer e conta ainda com a atuação impactante de Mário Linhares nos vocais. Depois, reparamos em 'licks' de bateria bastante poderosos e que são somados aos teclados, e assim, apresentam as linhas que formam a pesada Utther Evil, que prossegue Alive In The Dark em uma atmosfera que flerta com o Progressivo e impressiona pelo jeito que o versátil vocalista canta seus versos. Para Clas Myrddin somos surpreendidos com as melodias de Jingle Bells, afinal, o show em questão foi gravado poucos dias antes do Natal em ritmo Heavy Metal para então o Power Metal rápido estourar e manter o alto nível do cd, seja nos velozes e eficientes riffs de guitarras, nas belas melodias dos teclados ou no entusiasmo vindo da bateria, estando combinados ou não.

    Na sequencia, após confirmar o que sentimos na audição da anterior com o vocalista afirmando: "essa ficou muito boa" e concordo... realmente ficou mesmo, o Dark Avenger executa a Tales Of Avalon com seu fortificado andamento épico de várias sensacionais modificações, que suspendem o índice positivo do cd, ficam mais acelerados e eletrizantes no decorrer da música. Com dedilhados que passam muito 'feeling' e que chamam as palmas dos fãs, Rebellion com seu ritmo cadenciado faz uma convocação para uma batalha e depois recebe toda a velocidade típica utilizada por todos no Power Metal através de melodias infectantes e vocalizações marcantes, que fãs do Iced Earth adorarão.

    E a pegada continua com Unleashed Hell com a exibição de um andamento pesado, onde as guitarras e a bateria pavimentam o caminho para Mário Linhares disparar seus poderosos vocais. Fechando o primeiro cd, mas não o show, o Dark Avenger nos expõe a 'rifflerama' de Armageddon, que tem alguns de seus versos divididos entre Mário Linhares e a plateia, afinal, acompanhá-lo durante a música inteira não é fácil, embora os presentes tentaram. São momentos assim que deixam claro o que foi este show.

    Na abertura do segundo cd de Alive In The Dark aos gritos de 'Dark Avenger' entoados pelos presentes por várias vezes temos a puramente melódica Morgana, cujos solos de teclados feitos com precisão por Tomaz Vital encantam mesmo no ambiente cheio de solos de guitarras de Marcus Valls e Hugo Santiago criando uma aura sombria para Mário Linhares vocalizar sua letra e finalizar a primeira parte do show.

    Para o bis, os brasilienses retornam com a participação da Camerata do Ipiranga para a melancólica Symphonic As The Rain no piano e com as palmas dos fãs, além de vocalizações emocionantes de Mário Linhares entre os dedilhados mais calmos, conferindo uma alma cinematográfica a este trecho do show e que é deveras deliciosa de se ouvir, ainda mais quando dão uma palhinha em trechos das melodias da trilha sonora de O Senhor dos Anéis, que se você for fã dos filmes da série irá reconhecer instantaneamente.

    E ainda com a Camerata do Ipiranga, a emoção é mantida no alto com The Lament, que recebe muitas palmas no ritmo da canção e na audição do cd recomendo você fechar seus olhos para sentir seu poder e todo o sentimento que está em suas notas musicais. Mário Linhares pede para que os fãs cantem com ele a Give A Chance e foi atendido pela fanática plateia transformando e elevando a vibração desta parte do show a deixando mais introspectiva e claro... belíssima. Antes de executar a última do show, Mário Linhares apresenta a banda e conduz a alegria de todos com Symphonic Caladvwh, que neste formato se torna responsável por apetitosas viagens e produz saborosas sensações positivas em cada um de nós.

   Se acabasse aqui, Alive In The Dark já seria um clássico do Heavy Metal Nacional, mas conforme escrevi anteriormente, o Dark Avenger incluiu o raro EP X-Dark Years e a primeira foi a Dark Avenger 2003 com climatizações progressivas que culminam em seu pesado e eficiente Power Metal, que novamente te inspiram a cantar com a banda.

    Pouco depois de conferir a versão ao vivo de Symphonic Caladvwh, o Dark Avenger exibiu neste cd sua 'contraparte' de estúdio e aí tome belos dedilhados no violão, belas harmonias e belas linhas melancólicas até tristes eu diria, e isso dura até que eles voltem a nos emocionar bastante, seja nos vocais, no piano ou nos solos de violino, que juntos te levam para os tempos medievais.

    Em seguida, o sexteto colocou Utther Evil - Delirious com Tomaz Vital extraindo notas sensibilizantes em seu piano, que são de certa forma até que um tanto serenas e se conectam com Utter Evil - Tragedy, onde o Heavy Metal aflora e sente-se porque a música foi uma das melhores na parte ao vivo deste álbum, com todos os seus sucessivos e matadores solos na parte instrumental, que claramente tece flertes com o Prog Metal. Por fim, no término deste Alive In The Dark, temos a verdadeira paulada Unleash Hell, que assim como sua versão ao vivo, deixa claro o seu andamento Power Metal altamente pesado e agradável.

      Mais que um disco altamente recomendado para os fãs do Heavy Metal Nacional, este Alive In The Dark coroa os mais de 20 anos de carreira de uma das mais conceituadas, eficazes e melhores bandas que temos no país, que é o Dark Avenger em um show que realmente foi histórico, memorável e inesquecível, que agora está registrado em cd. Longa vida ao Dark Avenger, que teve a ousadia de nos brindar com um fabuloso álbum duplo ao vivo, fato que é raro de se acontecer por aqui e parabéns à Shinigami Records por sempre acreditar em nossas bandas.
Nota: 10,0.

Sites: http://www.talktodark.com/, https://www.facebook.com/darkavengerofficial
e https://soundcloud.com/dark-avenger-band/.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2016

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