Deventter
- Lead...On
11 Faixas - Independente - 2009
O início do
Deventter aconteceu em 2001 na cidade mineira de Borda
da Mata, época que o tecladista Hugo Bertolaccini e o
baixista André Gabriotti resolveram compor músicas juntos.
Do duo inicial, a banda foi completada André Marengo e
Danilo Pilla nas guitarra, Caio Teixeira na bateria e
pelo vocalista Felipe Schäffer. Com o line up solidificado,
eles vão para o Vitrola Digital Studio e gravam o primeiro cd
7th Dimension ( de 2007 ), que
mostra a mescla de rock progressivo com o heavy metal. Aliás, pouco
antes do álbum ser lançado o baixista André sai da banda
dando lugar à Leonardo Milani. E assim o Deventter foi
show a show conquistando mais e mais o seu lugar no cenário
brasileiro e cravou aberturas para Circle II Circle, Dream
Theater e a participação no Roça´n´Roll ( um
dos festivais mais tradicionais do país ). Dando seqüência
ao excelente trabalho de 7th Dimension, eis
que o sexteto prepara este Lead...On lançado em
2009 e gravado no Norcal Studios em São Paulo/SP. Ouvindo o cd asseguro que o
sexteto se supera e mergulha fundo no melhor do prog-metal que com
certeza agradará os fãs com esta temática sobre lideranças.
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O.M.T.
começa com falas de Charles
Chaplin interpretando o personagem Hynkel do filme " Great Ditactor "
para então o peso surgir em uma ótima melodia interpretada com emoção
pelo vocalista Felipe Shäeffer. A parte progressiva aparece mais ao meio
da música com a viagem realizada no baixo de Leonardo Milani e na
bateria de Caio Teixeira. A segunda, 6000, é
muito mais pesada que a
primeira em uma competente evolução instrumental que denota influências dos norte-americanos do Dream Theater. Felipe Schäeffer vocaliza muito
bem mesmo trazendo ares perfeitos à música mesmo com todo o peso que é
aplicado, especialmente
pelo batera Caio Teixeira. Não posso esquecer aqui de citar mais
um outro grande destaque individual de 6000, presente nos
solos precisos da dupla de guitarristas do Deventter.
Para a terceira Bunkers & Bankers
ouve-se a ótima introdução até que o vocalista Felipe Schäeffer cante
acompanhando o peso desenvolvido pelos guitarristas André Marengo
e Danilo Pilla que tocam
com muita cadência. Atenção para o riff no melhor estilo imortalizado
por David Gilmour que tem no meio da música e que segue até o final,
sinta como ele é um convite para viajar. Reflected já exibe uma harmonia
mais suave, porém, com um forte trabalho de percussão com a voz de
Felipe encontrando-se perfeitamente com a parte instrumental dos
demais membros do
Deventter, e estes fatos que fazem de Reflected a mais progressiva deste início
de Lead...On, aliás os teclados de Hugo Bertolaccini aparecem bem mais e
lideram a viagem.
Definitivamente após três
momentos de puro heavy metal com leves pitadas mais progressivas, o
Deventter exercita nas canções seguintes a sua veia de rock
progressivo mesmo e na bela All Rights Removed sente-se muito bem
este fato, seja na compenetrada atuação do vocalista ou nos
competentes trabalhos do baixista Leonardo Milani e do tecladista Hugo Bertolaccini. Após duas incursões mais
suaves, Transcedence Inc. retoma o lado heavy metal da banda com um
longo riff de guitarra, muito peso no baixo e na bateria. Ainda
assim, o Deventter mostra muita técnica nas partes mais
progressivas, pois entram e saem de momentos mais pesados para
melodiosos com muita facilidade nesta excelente composição.
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O título da sétima música de
Lead...On é simplesmente " ... " ( isso mesmo apenas as reticências
) e temos aqui um mergulho bem fundo com os teclados e as
vozes de Hynkel ( o personagem de Charles Chaplin que faz alusão a
Adolf Hitler no filme "Great Ditactor" ) e esta curta canção abre espaço
para a pesada e rápida This Grace, que já aparece em seguida com
suas guitarras avassaladoras e com os vocais sendo executados ao
fundo, enquanto
isso, muitas mudanças no andamento são sentidas; mudanças essas que evoluem
para sensacionais efeitos. A fórmula utilizada não é novidade para
ninguém no mundo de hoje, mas se apreciamos quando bandas como o Dream Theater
as usam, porque então não considerar a brilhante This
Grace como a melhor deste álbum? Escute-a e me escreva se concorda
caro leitor(a).
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Losing Track Of Time mantém a
linha pesada e rápida da anterior, tanto que parece interligada à
ela, pois quase não percebe-se a mudança de faixa e o Deventter
mostra que, desta vez, a idéia é tocar mais agressivo prog-metal
que são capazes de fazer. Down To The Apex abre espaço
para que os guitarristas peguem os violões e juntamente com o
vocalista Felipe passem muita emoção, enquanto ao fundo, sente-se os teclados de
Hugo Bertolaccini climatizando o som após a grande incidência
de peso que ouve-se nas duas anteriores. Se prefere os momentos mais
viajantes, então Down To The Apex é a pedida.
Lead...Off
inicia com uma bela melodia extraída do teclado de Hugo
Bertolaccini que ajuda a acontecer a jornada
que nós esperamos ao ouvir um cd como este Lead...On e o versátil
Felipe entra cantando com muito feeling nos mostrando outro momento único deste álbum.
Quando Lead...Off se fortalece com as guitarras e o teclado
aparecendo mais, o resultado é um eficiente prog-metal que tem a
honra de encerrar este cd da forma emocionante que ele foi ao longo
de seus mais de sessenta minutos.
Não foi por
acaso que
Mike Portony do Dream Theater convidou o Deventter para abrir o show
deles em Belo Horizonte/MG em 2007, Se no primeiro cd 7th
Dimension a banda já mostrava muita competência, aqui eles provaram que
serão fortes candidatos aos grandes expoentes do prog-metal brazuca.
Site:
www.deventter.com e
www.myspace.com/deventter
Por Fernando R. R. Júnior
Outubro/2009
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