Dirty Glory - Mind The Grap
 12 Faixas - Independente - 2015

    O quinteto de Hard Rock paulistano Dirty Glory estreou com o EP It´s On em 2011 com três composições próprias e o clipe para Mr. Jack. No ano seguinte, fizeram uma versão acústica muito bem aceita pelos fãs e em 2013 registraram o clipe e o single para Every Time I Think About You. Desta forma, Jimmi DG nos vocais, Dee Machado e Reichhardt nas guitarras, Vikki Sparkz no baixo e Sas na bateria partiram para os trabalhos que se tornaram o seu debut, cujo título é Mind The Grap, que foi lançado em 6 de novembro de 2015 e mostra claras influências de muita gente boa, tais como: Guns´n´Roses, KISS, Danger Danger, Van Halen, Aerosmith entre tantos outros.

    A capa de Mind The Grap é de Vimark Minsk Betaruse mostra um garoto atravessando os espelhos e no final se tornando mais velho com muito glamour. Aliás, na contracapa e nos encartes o visual Glam Rock/Hair Metal do quinteto fica evidente. As gravações de Mind The Grap foram realizadas por Luís Lopes e Jimmy DG no Studio Flapc4 em São Paulo/SP ( onde nomes como Joe Lynn Turner, Andreas Kisser, Musica Diablo também registraram seus trabalhos ), sendo que ambos assinam a mixagem. A masterização ficou por conta de Levi Seitz no BlackBelt Mastering em Seattle nos Estados Unidos.

    Com uma pegada Hard Rock cheia de eletricidade e deveras contagiante a la Mötley Crüe Sticks And Stones abre Mind The Grap em uma base de guitarras e vocais inspirados nos anos 80, com um ótimo refrão e solos caprichosos no estilo que crescemos ouvindo. De começo encorpado e andamento mais devagar, a empolgante Failing The Test é um Hard híbrido de influências de Def Leppard e Aerosmith, que é guiado pelas linhas de guitarras e pelos vocais, que em seus trechos nos quais temos um coro, só posso dizer uma coisa: são simplesmente sensacionais. Ah... note os momentos onde o Dirty Glory parece te convocar para gritar o "hey" com eles e também a vibrante acelerada no final. Com a adrenalina de seu Hard Rock em alta, através de contundentes riffs de guitarras de Dee Machado e Reichhardt, a festiva 20 Years Of Moving On marca a terceira de Mind The Grap. O vocalista Jimmi DG canta seus versos criando aquela vontade de se pegar o encarte e acompanhar a sua letra, porém, ele incendeia mesmo quando toca sua gaita.

    Para Beyond Time temos linhas mais elaboradas destacando em seu princípio, o baixo de Vikki Sparkz e os vocais de Jimmi DG, que junto aos demais produzem envolventes melodias, que você irá gostar logo em sua primeira audição e coroando esta canção, o Dirty Glory incluiu um solo 'Slashiano' e típicos vocais em coro, que fazem a alegria dos fãs do estilo. Em Black Lightning, os paulistanos deixam a música fluir graças à força de suas guitarras, que traçam o caminho para que Jimmi DG comande a festa em sua eficaz atuação nos vocais muito bem amparados pelas linhas de baixo de Vikki Sparkz e pela bateria de Sas. Mas, não pense que esta quinta canção fique sem seus solos de guitarras... eles estão aqui também e são muito cativantes. Depois desta que pode ser apontada com uma das melhores do cd, o Dirty Glory nos envia a rápida e puramente Hard Rock "chiclete" Fire, cuja capacidade de ficar na memória é imensa, seja em seus vocais posivitos ou em suas sagazes melodias.

    Com Dawn The Human Race, o quinteto nos exibe um emocionante Blues no violão, que nos passa a ideia de uma encruzilhada ( tal como a do filme ) até que seu Hard Rock apareça e nos conquiste nos convincentes vocais de Jimmi DG e no infectante ritmo de guitarras, baixo e bateria.

    O single Every Time I Think About You reaparece neste Mind The Grap em sua belíssima versão com violões e pelo seu poder de alta comoção - realmente - esta balada jamais poderia ficar de fora deste cd e também dos shows do Dirty Glory, aliás, repare no brilho de seus solos de guitarras, no seu final - que está cheio de 'feeling' - e nos vocais em coro e me diga se consegue ouvir sem cantar junto esta canção que parece extraída dos primeiros discos do Skid Row. Com o vigor do Rock´n´Roll e claras mostras de influências do Guns´n´Roses temos Waht´s Her Name Again?, onde além de seu grandioso andamento de guitarras em riffs mais Hard e Blues, além da combinação esmerada de baixo, bateria e piano incidental contamos com vocalizações que são simplesmente cintilantes e a inclusão da gaita novamente nos pontos exatos ateando mais fogo e prazer em sua audição.

     O hit Mr. Jack, que é daquelas canções que são indicadas para abrir o show dado aos seus potentes solos de guitarras e a sua grande ligação que tece com o fã logo de cara é a décima de Mind The Grap. E não tem jeito... Mr. Jack é sonzeira que te inspira a cantar, socar o ar e fazer o "air guitar" nos seus caprichados solos. Enfim, se o cd acabasse aqui eu já me consideraria plenamente satisfeito, entretanto, ainda temos outra divertida criação do Dirty Glory com Modern Gods, versada no melhor do Hard Rock oitentista, ou seja, vocais contagiantes, riffs constantes e em alguns momentos mais sujos de solos mais rápidos, que conduzem o ouvinte ao delírio e um final futurista, que retoma a alegria de seu refrão. Para fechar este que poderia e deveria figurar na lista dos melhores álbuns de 2015 e é um dos melhores que ouvi em 2016, temos com o vocalista Jimmi DG no piano, a emocionante e bela balada The Sentence, onde percebe-se a sua entrega a cada verso.

     Se o Dirty Glory tivesse surgido em Los Angeles, Boston, Miami ou em alguma cidade da Suécia, certamente com o apoio que a mídia por lá concede ao Hard Rock, eles seriam apontados como a sensação internacional do estilo, mas como são 'brazukas', os caminhos serão mais difíceis, porém, faço votos para que eles sejam sim a sensação do Hard Rock nacional, pois, talento, capacidade de fazer belas músicas eles já possuem. Enfim, Mind The Grap é a garantia de prazer e satisfação aos seus ouvidos. E detalhe importante, embora a versão física seja muito mais prazerosa ao ritual de audição do cd, Mind The Gap é encontrado em todas as plataformas digitais de streaming e downloads gratuitos.
Nota:  10,0.

Sites: www.dirtyglory.com; www.facebook.com/dirtyglory;
www.instagram.com/dirtyglory_official e www.youtube.com/dirtygloryband.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2016

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