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Borderline começa com uma significativa evolução de guitarras, que se modificam ganhando mais velocidade para que André Meyer urre com muita fúria em um ritmo destruidor. Em Psycho Terror Class, o quinteto inicia com toda a agressividade que os vocais raivosos de André Meyer permitem somados a 'blast beats' e pedais duplos do baterista Dionatan Britto, além de solos fortificados promovendo uma artilharia frenética. Essa mistura de vocais ferozes com andamento de guitarras ora cadenciados e ora acelerados é uma marca da banda neste cd e para Justice Done By Betrayers, que é uma crítica ao judiciário de uma forma colérica percebemos muito bem isso. E não posso deixar de enaltecer os responsáveis pelos longos solos, que despertam a vontade de bangear no ouvinte, estou falando das atuações de Ricardo Silveira e Marcos Machado.
Em The Human Negligence Is Repugnant, faixa que intitula o cd, o Distraught ataca com uma enorme quantidade de fúria nos vocais e solos matadores de guitarras exibindo a sincronia da dupla Ricardo Silveira e Marcos Machado, que aparecem muito bem no ímpeto raivoso vindo da ligação baixo e bateria. Tem horas que uma banda se supera e esta é uma delas e o título desta quarta música não poderia soar mais atual. Com My God Is My War, o Distraught entra quebrando tudo na mais destrutiva faixa até aqui, pois as linhas instrumentais que eles fazem deixam o vocalista solto para berrar lotado de ódio se aproximando a um Death Metal, pois o cara canta de forma visceral. Muito interessante também é citar as inversões de ritmo que eles fazem, pois colocam trechos cadenciados curtos em vociferações aniquiladoras que enriquecem ainda mais a potência da música.
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O set instrumental inicial de Lords Of Corruption faz uma síntese do que está por vir: uma porradaria intensa e cheia de cólera, que alterna para trechos mais cadenciados e um refrão que te fará cantar quando a ouvi-la ao vivo ( ou mesmo em casa nas audições do cd ). Para finalizar The Human Negligence Is Repugnant temos a instrumental Silent Face com dedilhados sombrios no violão que passam muita categoria e servem para até acalmar após as dez bordoadas que encontramos no cd. Mas, como a proposta do Distraught é voltada para o Metal, temos incrustada no álbum uma surpresa: um cover para Overkill do Motörhead, em uma versão que ficou matadora e não faz feio para a original, muito pelo contrário, porém, com uma raiva bem maior que está estampada em cada um dos seus minutos.
Os 20 anos que os gaúchos do Distraught possuem na cena serviram para dar a experiência necessária para a banda lançar um trabalho que é marcante, consistente, poderoso, violento, com uma produção cristalina e que deve ser melhor apreciado pelo público brasileiro, mesmo com a quantidade de grandes bons nomes que temos no país.
Nota: 9,0.Sites: http://www.distraught.com.br, http://www.facebook.com/distraughtband,
http://www.metalmedia.com.br/distraught/ e http://www.myspace.com/bandadistraught.Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2013