Encéfalo - Slave Of Pain
11 Faixas - Independente - 2012

    O quarteto criado na cidade de Fortaleza/CE intitulado Encéfalo formou-se em 2002 começando a tocar covers de suas principais influências como Sepultura, Destruction, Kreator, Slayer, entre outros.

    Daí, como normalmente acontece com a maioria das bandas, eles começaram a investir em som próprio, que resultou na demo Destruction em 2008 e alguns anos mais tarde, em 2012 é lançado o primeiro cd Slave Of Pain de forma independente com produção, mixagem e masterização assinada por Moisés Velozo e realizada nos estúdios 746 e VTM ( em Fortaleza/CE ).

    Isso trouxe para as onze faixas gravadas por Álex Maramaldo nos vocais e guitarra, Laílton Souza na guitarra, Augusto Filho no baixo e Rodrigo Falconieri na bateria aquele clima ótimo do Thrash Metal oitentista. A capa foi ilustrada por Thyago Olyveira ( designer gráfico e cartunista ) que fez um ótimo trabalho traduzindo a ideia do quarteto.

    A abertura Slave Of Pain acontece com a faixa Intro com o som de teclados orquestrando uma violenta cena de batalha, pois ouvem tiros, recargas, ruídos de máquinas, e quando são interrompidos, as guitarras e a bateria recebem uma considerável velocidade, já estamos nos urros da feroz All The Hate In My Soul, que é um Thrash Metal com pitadas de Death dotado de uma ótima pegada ( aliás, a mistura Thrash e Death é sentida em todo o disco ). Depois com um intricado ritmo no baixo de Augusto Filho muito bem aliado à bateria e com as guitarras temos o inicio da pancadaria presente em Emptiness Brain, que é vocalizada com muita agressividade por Álex Maramaldo em meio à solos explosivos nas guitarras podendo facilmente cativar o ouvinte, que nesta hora estará provavelmente bangeando. Só nestas duas faixas já deu para notar que o Encéfalo quer seu fã batendo a cabeça o tempo todo e em Reactions, que após o solo de baixo de Augusto Filho, vemos as guitarras aparecendo com firmeza junto aos irados e urrados vocais de Álex Maramaldo. As boas evoluções nos longos de guitarras são um destaque à parte e um verdadeiro presente aos thrashbangers.    

    Em Despair temos um solo distorcido na guitarra e urros nervosos nos vocais, que trazem toda a atmosfera caótica que caminham para uma violência sonora muito bem conduzida pelo Encéfalo em alta velocidade. Em seguida, Nightmare exibe as viradas nas guitarras de Laílton Souza e Álex Maramaldo ditando o ritmo inicial para que o último libere todos os guturais em um andamento furioso na medida, que os fãs de Metal apreciam. Ouvindo o cd percebe-se que a produção está muito caprichada e bem cuidada a cada faixa do cd, pois ouve-set tudo com muita clareza, e na hora da sétima, que é a Destrocter, encontramos a bateria de Rodrigo Falconieri aparecendo muito bem em uma verdadeira avalanche de pesados solos de guitarras que ora estão rápidos, ora mais cadenciados e capitaneando tudo isso encontramos os poderosos vocais urrados de Álex Maramaldo.

    Mais uma vez o baterista Rodrigo Falconieri chama a atenção no inicio da esmagadora My Own Way, que é conduzida muito bem pelos guitarristas do Encéfalo criando o raivoso ambiente que fica ainda mais forte com a cólera urrada pelos vocais de Álex Maramaldo, mas o maior destaque desta oitava música de Slave Of Pain é a paradinha que eles fazem para depois retornarem elevando ao máximo ao seu momento mais brutal, seja nos vocais ou nos estilhaçantes solos que temos nas guitarras, e lógico, sempre com uma base excelente de baixo e bateria.

    Com velocidade, garra e uma fúria só controlável pelos seus quase quatro minutos, Destruction prova que com o Encéfalo a situação é a seguinte: bordoada em cima de bordoada, e o melhor, sempre tocadas de forma envolvente e com muita qualidade. Com uma sequencia de repiques de bateria que se liga ao ritmo das guitarras, chega a vez da raivosa The Last Gate, que apesar de Álex Maramaldo vociferar direitinho, me rendo à vigorosa parte instrumental com suas alternações como maior destaque desta décima canção do cd.

    Coube à faixa título, Slave Of Pain, encerrar de forma mais cadenciada este primeiro trabalho do Encéfalo. Entretanto, o que o quarteto de Fortaleza realiza nesta última faixa o que deixou bem claro por todo o disco: muita ímpeto, que especificamente nesta é visto com uma nova 'paradinha', que recebe um riff que rapidamente ganha velocidade em mais uma atuação eficiente do baixista. Isto me leva a imaginar uma coisa: se a banda reproduzir tudo isso ao vivo proporcionará as mais alucinantes rodas.

    Dizer que Slave Of Pain é bom é balela! Trata-se de um grande lançamento da Metal Media no mercado brasileiro que te empolga logo na primeira audição do começo ao fim devido a grande categoria exibida pelo quarteto. Em suma, Slave Of Pain é muito bom mesmo e te recomendo incluir logo na sua coleção.
Nota: 10.

Sites: www.myspace.com/bandaencefalo e www.twitter.com/bandaencefalo.

Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2012

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