Henceforth
11 músicas - Voice
Music
A gravadora
Voice Music lançou no final de 2005 o primeiro álbum do Henceforth,
banda que já está na batalha desde o final de 1993, quando o guitarrista
Hugo Mariutti e o baterista Fábio Elsas ( ambos ex-Wardeath
), além do baixista André Nikakis ( ex-Final Garden
) se juntaram e formaram uma nova banda.
Em 1996 gravaram seu primeiro
trabalho demo: The Last Day - que contou com os vocais de
Daniel Matos, o irmão mais novo de André Matos. Algum tempo
depois Daniel sai e com o BJ assumindo os vocais, o
Henceforth grava sua segunda demo: In The Garden. Com isso
partem do underground paulistano para abertura de alguns shows do Angra.
Já em junho de 2000, quando estavam prontos para gravarem o primeiro cd, BJ
sai da
banda e é substituído por Frank Harris. Nesta fase o Henceforth
enfrenta problemas nas gravações do cd e para completar, a saída de André
Nikakis ( que vai para a Grécia ), o acaba resultando em uma
suspensão temporária dos trabalhos da banda.
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A formação que
retoma as gravações deste excelente registro com força total no início
de 2003 é a seguinte:
Hugo Mariutti na guitarra, Fabio Elsas na bateria, Frank Harris
nos
vocais, Cristiano Altieri nos teclados e Luis Mariutti no baixo, substituindo
justamente André Nikakis. E o resultado dos trabalhos realizados com
Guilherme Canaes ( engenheiro, produtor e mixagem do disco ) no
LG Brainless
Brothers and Mosh Studios foi um álbum realmente difícil de se rotular com
muitas influências de hard rock, prog metal, pitadas de gothic rock, rock
progressivo puro e claro, heavy metal. Para aqueles que apreciam rótulos do
som das bandas, quando deparo-me com um caso como este do Henceforth,
eu prefiro dizer que é uma sonzeira de primeira grandeza, que você caro
leitor(a), tem de conhecer. Toda a ótima parte gráfica de capas e
encartes são um belo trabalho de Patrick Nicholas Korb.
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E antes de comentar as músicas, não
posso deixa escapar um detalhe, Hugo e Luís também tocam no Shaaman
e você já pode pensar que o som do Henceforth seja semelhante a essa
banda, mas deixo claro que as únicas igualdades entre as duas bandas são: os dois membros
citados, a alta qualidade do som e que são ramos da árvore do heavy metal, só. De resto, ouça
um álbum do Shaaman e ouça este do Henceforth e veja como
ambos são completamente distintos
entre si.
Abrindo o disco com
a curta In The Garden temos um heavy metal tradicional com pitadas de gothic,
nela já ouvimos os excelentes vocais ragasdos de Frank Harris somados a
belas e bem construídas melodias nos teclados de Cristiano Altieri. É uma curta,
porém, muito boa faixa deixando um gosto de quero mais no ar. A segunda tem o
título de I.Q.U. ( quando pronunciada em inglês fica semelhante a I´m
Kill You ) e sua letra é justamente sobre armas químicas e de destruição em
massa, devidamente encaixada uma melodia perfeita. Esta música tem ainda
a participação especial de André Matos em vocais limpos num excelente dueto
com os agressivos de Frank Harris. No solo, Hugo Mariutti esbanja técnica na
guitarra, mostrando influências dos anos 70, solando da mesma forma que o mestre
Ritchie Blackmore fazia em tempos de Deep Purple e Rainbow,
ou seja, usa todo o braço de sua guitarra.
A terceira é Rise
Again que possui uma linda linha melódica inicial com efeitos bem viajantes,
além de: um refrão marcante, vocais limpos de Frank e os teclados de Cristiano Altieri
mostrando muita progressividade no final da música, confira. Depois é a vez de
Higher Ground, cujo tema é reencarnação, chegar com seu solo cavalgante com
efeitos distorcidos de guitarra e um maravilhoso set instrumental. Os vocais
e o andamento desta música me lembraram um pouco o Test For Echo do
Rush e
chamo sua atenção também para os violões antes dos solos de guitarra.
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Seguindo com a bela
balada The Pain, música aberta com um longo solo melódico e que
possui também uma melodia de teclados
e cordas que lembram os ótimos hard rock dos anos
80, destaque para Frank Harris cantando de forma cativante ao ouvinte e
a
excelente percussão de Fábio Elsas.
White Addiction,
com
letra sobre médicos viciados em morfina ( inspirada em uma matéria de uma
revista ), é a sexta do cd onde os destaques são: o pesado trabalho na
bateria de Fábio Elsas, a guitarra em ótimos solos e os teclados com efeitos experimentais;
e claro que este formidável set instrumental tem Frank Harris com
vocais que alternam momentos agressivos com linhas limpas perfeitas. Both Sides
relata os contrastes sociais do Brasil, onde os vocais mais graves de Frank
estão
de volta e a bateria mostra-se cheia de ótimos repiques. Muito legal é a inversão da música, com um andamento mais rápido,
quase prog metal. Note também duas coisas nesta canção: ao fundo Luís
Mariutti declamando notas em seu baixo de forma maravilhosa e os solos
de guitarra e teclados criando uma melodia marcante e viajante.
A seguinte é
Parallels que tem seus teclados notadamente progressivos e experimentais num
lindo set instrumental de mais de um minuto para então os vocais limpos
ao fundo participarem da música. O clima viajante é garantido com os solos
lentos e um poucos distorcidos na guitarra de Hugo e os teclados de
Cristiano. E aproveitando
essa veia progressiva da banda, a nona música é Issues, que é iniciada com um solo
de guitarra que
lembra muito o que o Rush costuma fazer em seus discos. A linda e
empolgante melodia desta música bem animada e que levanta a alma é
determinada no andamento da guitarra e do
"abuso" maravilhoso de solos de teclados e bateria, além dos vocais
contribuírem muito para essa viagem numa letra sobre os segredos que
guardamos dentro de nós.
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Com um clima mais gótico,
um excelente e intrigante trabalho de percussão em meio a um riff de
Hugo Mariutti, temos a faixa Opened Door, cuja letra é
sobre a reflexão de nossas escolhas. Encerrando com Nervous Breakdown,
que possui em sua letra a história de alguém que sofreu um colpaso nervoso devido ao stress.
Essa música mostra uma ótima pegada, um jeitão gótica, solo de
teclados com efeitos fantásticos, vocais ao fundo relativamente apagados e
novamente a bateria de Fábio e a guitarra de Hugo se
destacando.
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É meus caros amigos(as),
o Henceforth demorou para chegar ao seu primeiro full
lenght, mas essa demora foi totalmente compensada pela majestosa
originalidade, qualidade e competência deste lançamento, afinal, eles
souberam mesclar elementos de várias vertentes do rock com perfeição. Tenho
que dizer que isso sempre me leva ao término da audição do cd a sentir
aquela vontade de ouvi-lo novamente. Recomendação: trate de conhecer este
álbum o mais breve possível.
Clique aqui e leia a
entrevista com o
Henceforth
Fotos: Henceforth -
www.henceforth.com.br
Gravadora: www.voicemusic.com.br
Site:
www.henceforth.com.br
Por Fernando R. R. Júnior
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