Mad Old Lady - Power Of Warrior
10 Faixas - Independente - 2015

    Em 2011, o vocalista Eduardo Parras criou o Mad Old Lady, banda de Heavy Metal que em pouco tempo lançou o seu primeiro cd intitulado como Viking Soul, que obteve uma boa recepção e rendeu à abertura de shows para nomes como o Alcatrazz ( confira matéria ), Tarja Turunen , Offspring, Texas Hippie Coalliton, Mad Max e Marillion em suas passagens por São Paulo. Este Power Of Glory contém as músicas de Viking Soul, porém, em ordem diferente e um importante fator: a mixagem e a masterização de Tommy Hansen, o mestre que produziu os clássicos Keepers The Seven Keys I e II do Helloween nos anos 80.

    Desta forma, o Mad Old Lady teve acesso a experiência do renomado produtor e ao seu Jailhouse Studios na Dinamarca. Outro ponto que incidiu para a regravação foi para frisar o novo line up do Mad Old Lady, que além do já citado Eduardo Parras nos vocais, conta com Tiago de Moura e Timo Kaarkoski ( finlandês que reside no Brasil ) nas guitarras, Rafael Agostino nos teclados, Fernando Giovanetti no baixo e Guga Bento na bateria.

    Power Of Glory é aberto com Viking Soul, que traz uma introdução épica e nos leva a imaginar que estamos no mar antes de uma batalha para depois recebermos os solos melodiosos de Tiago de Moura e Timo Kaarkoski e os vocais empolgados de Eduardo Parras em uma base de baixo, teclados e bateria deveras envolventes, que despertam a vontade de se cantar com a banda. Um pouco mais rápida e sempre cheia de melodias Power Metal, To Blind To See passa muita energia positiva em seus minutos com direito à uma interpretação cheia de feeling nos vocais e no seu andamento instrumental. Com ótimos repiques feitos pelo baterista Guga Bento e ótimas linhas de teclados comandadas por Rafael Agostino, Prison traz uma vibrante composição, que pelo ritmo aplicado e a forma de cantar de Eduardo Parras sentimos o desejo de pegar sua letra e acompanhá-lo. Agora, o mais interessante é a sua atmosfera setentista no estilo do Deep Purple.

    A balada My Heart mostra Rafael Agostino extraindo muita emoção em seus teclados junto ao vocalista Eduardo Parras em um andamento épico, onde percebe-se como a banda caprichou em cada nota. Essa é daquelas para se cantar abraçado à namorada nos shows e fechar os olhos durante os solos de guitarras.

    Power Of Warrior, a faixa título, começa trazendo um ar de batalha bastante admirável em sua linha instrumental até que os guitarristas Tiago de Moura e Timo Kaarkoski a conduzam para um Heavy Metal contagiante e com um Eduardo Parras em grande atuação, seja nos trechos falados ou nos cantados e detalhe, o seu refrão é para novamente sair cantando junto com a banda.

    Depois é a vez de Far Away, onde o baixista Fernando Giovanetti mostras suas garras junto aos solos da dupla de guitarristas em uma canção mais cadenciada e vocalizada com muita garra por Eduardo Parras. Entretanto, o que chama a atenção mesmo são os solos de teclados de Rafael Agostino, pois, trouxeram improvisos e uma nova aura de Deep Purple ao som do Mad Old Lady.

    Com o som de uma locomotiva em funcionamento e também ótimos solos de teclados, que conferem um aumento da energia, Mad Train salienta um eficaz Rock´n´Roll, que exalta a forma de cantar do vocalista com uma pegada já utilizada por muita gente boa dos anos oitenta e que gostamos na hora. Em Glances In The Dark, as tradicionais linhas melódicas estão de volta em vocalizações mais graves para uma canção que pende mais para o Hard Rock, mas que é também é bastante gostosa de se ouvir.

    De linhas medievais, King marca com sua introdução nos teclados de Rafael Agostino, a nona de Power Of Warrior e nesta, o Mad Old Lady retomou seu lado épico com vocais em coro típicos de um clamor para uma batalha e que estão aliados a uma bela sequencia instrumental, com destaque aos repiques do baterista Guga Bento, ao crescente que sentimos nos teclados e aos seus ótimos solos de guitarras.   

    Fechando o cd temos Someone, que após um trovão segue com dedilhados e solos de guitarras que vão ganhando força e velocidade transformando assim, a canção em um Power Metal cheio de vigor, que nos envia um convite para se cantar com a banda, especialmente o seu refrão de fácil memorização. Tenho que novamente evidenciar os ótimos solos de guitarras e de teclados devidamente combinados, que levam à um final puramente 'Purpleano'.

    Creio, ouvindo este Power Of Warrior, que a regravação aos cuidados do prestigiado Tommy Hansen e todo o trabalho que o sexteto teve para estar devidamente afiado fez muito bem ao Mad Old Lady, pois, transformou o álbum teoricamente mais cru ( o Viking Soul ) em uma baita sonzeira, que agradará muitos headbangers do Brasil e do mundo.
Nota: 9,0.

Sites: www.madoldlady.com e https://www.facebook.com/MadOldLady.

Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2015

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