Motosserra Truck Clube - Na Estrada
12 Faixas - Independente - 2012

    O Motosserra Truck Clube formou-se em Varginha/MG em 2006, durante um churrasco entre amigos e desde então vem fazendo um Rock'n'Roll pesadão e cantado em português. Em 2008, saiu o demo Num Vai Prestá, que já apresentava a temática concentrada em histórias de caminhoneiros, motociclistas, lenhadores, bares, mulheres, que é amplamente explorada neste cd por Thiago Giovanella nos vocais, Raphael Wagner e Daniel Botrel nas guitarras e backing vocals, Odillon Piassa no baixo e backing vocals e Bruno Rodrigues na bateria.

    E com a boa aceitação que o Motosserra Truck Clube obteve, o caminho para o lançamento do primeiro cd ficou mais fácil. Desta maneira, eles foram ao Estúdio Baguisons e Estiolion entre 2009 e 2011 para as sessões de gravação, mixagem e masterização de Na Estrada com o produtor Paulo Henrique.

    Na Estrada abre o disco no violão com um dedilhado mais lento dotado de acordes de Blues, que recebem mais velocidade nos riffs elétricos de Raphael Wagner e Daniel Botrel, e aí meu amigo(a), a sonzeira meio Motörhead meio Baranga vai direto e sem freios. O vozeirão grosso de Thiago Giovanella dá vida ao bom Rockão cantado em português do Motosserra Truck Clube. Fazendo referência aos caminhões fabricados pela famosa empresa sueca, Volvorine é um Rock'n'Roll pesadão e bem rápido, que assim como a primeira, já te cativa na hora, seja nos vocais roucos e graves, ou seja na combinação bem feita de baixo e guitarras, aliás não posso deixar de comentar o seu refrão: "O Bicho é mau..."  que entra na cabeça logo na primeira audição.

    Num Vai Prestá entra com muita distorção de guitarras e uma criativa letra, que está um tanto agressiva, mas possuidora de um grande potencial para agradar os fãs pela vibração que é passada a cada uma das notas tiradas pelo Motosserra Truck Clube. Num Vai Prestá segue em no ritmo de uma história totalmente envolvente, que vai culminar em mais um refrão poderoso e que te conquista na hora. Na próxima que é intitulada apenas de Madeira, temos o curioso 'causo' do lenhador Zé Brasil em um andamento mais cadenciado em uma excelente base instrumental um tanto quanto 'suja', porém, muito gostosa de se ouvir, que ganha uma aceleração final com muitos e caprichados solos de guitarras. Se nas três primeiras você entende porque do Truck Clube do nome da banda, nesta fica claro a ideia da parte do Motosserra.

 
    Em Cafetão de Bueiro, o Motosserra Truck Clube realiza solos que são próximos de um Thrash Metal para depois seguirem com seu Rockão mais ríspido em uma letra muito engraçada, cujo destaque também localiza-se nas evoluções feitas pelo baterista Bruno Rodrigues. Depois é a vez da praticamente Punk Joga A Mãe ser exibida no puro ímpeto dos vocais de Thiago Giovanella em um estilo que me lembrou o Matanza, mas os pontos mais interessante estão nas viradas eletrizantes que os mineiros fazem na música e também nos solos de Raphael Wagner e Daniel Botrel nas guitarras.

    A seguinte possui o engraçado nome Born To Be Uai, entretanto, não é uma versão do clássico Born To Be Wild imortalizada por Sttepenwolf e sim uma divertida história de um “Zé”, que trabalha na roça e é tocada com muito peso do mais puro e simples Rock'n'Roll. E o mais bacana é que o Motosserra Truck Clube não economiza nos solos de guitarras. Depois, o ritmo elétrico e animado continua com Os Caçadores de Ressaca enfatizando algumas bebidas destiladas famosas em sua letra, que mais uma vez temos os solos - “na medida” - das guitarras. A nona é Catapulta e nesta o Motosserra Truck Clube conta em sua letra, o porque do personagem ter o apelido do título em um andamento Rock pesadão, que alterna solos mais crus com outros mais elaborados e totalmente contagiantes.

  Voltando a acelerar em uma linha Country pesada temos Risca Faca, que além dos solos mais fortes nas guitarras, sua ameaçadora letra conduz a um refrão, que você certamente cantará junto com o quinteto ao vivo e detalhe, ouvimos Thiago Giovanella gritando o nome da banda em algumas partes, o que aumenta consideravelmente a identificação entre o fã com o estilo Motosserra Truck Clube de ser.

    A CountryCore Tira Gosto é a penúltima de Na Estrada e além de seu andamento rápido de guitarras, posso dizer que é a mais “gastronômica” do disco e seu maior destaque está na virada -  cheia de ótimos solos de guitarras - que o Motosserra Truck Clube realiza no meio da música passando uma energia que te fará agitar bastante nos shows. Encerrando este ótimo lançamento temos É O Fim, que como as demais, é muito embasada na vibração extraída das guitarras de Raphael Wagner e Daniel Botrel para que Thiago Giovanella cante sua letra com um bom tanto de raiva. Vale lembrar que os melhores solos de Na Estrada estão presentes nesta última música, pois são aqueles que parecem que não acabam nunca.

    Que bom que temos bandas como o Motosserra Truck Clube surgindo no Brasil, que investem na "sonzeira' pesadona com letras divertidas e estradeiras. São bandas assim que manterão a chama nomes como Motörhead e AC/DC acesas e detalhe, no caso dos mineiros com letras na nossa língua. Se você gosta de um "sonzão" encorpado, que deixa claro que esse papo de 'metrossexual' é idiotice do século 21, que crava sua bandeira no que tem de melhor na vida, ou seja, Rock, mulher, bebidas e neste caso específico, lenhadores e caminhões, então inclua Na Estrada na sua lista de compras.
Nota: 9,5.
 
Sites: http://www.motosserratruckclube.com.br; http://www.myspace.com.br/motosserratruckclube; http://twitter.com/motosserratc e http://www.facebook.com/motosserratc.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2013

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