Necromancer - Forbidden Art
9 Faixas - Heavy Metal Rock - 2014

    Com quase três décadas dedicadas aos lados mais extremos do Heavy Metal, o Necromancer é uma banda carioca fundada nos tempos do colégio pelos irmãos Luiz Fernando e Luiz Cláudio. A primeira demo, com o sugestivo nome Demo I data de 1987 e pouco depois saiu a Necromancer, porém, havia muita instabilidade no line up. Em 1994, lançaram a demo Science Of Fear e dois anos depois a demo Victims Of Maneuverings, comprovando a dificuldade de se trabalhar no Underground brasileiro.

     Ainda assim, com muita dedicação e esforço, o Necromancer se apresentou nos palcos cariocas como o Circo Voador, o Caverna e o Garage, além do Rainbow Bar e o Teattro Mambembe em São Paulo dividindo o palco com MX, Dorsal Atlântica, Multilator, Explicit Hate, Deathrite, Viper, Sigrid Ingrid, Prime Mover, entre outros.

    Com a experiência acumulada nestes anos todos de batalha, em 2012, a banda recebeu uma proposta da gravadora paulista Heavy Metal Rock para o lançamento do seu primeiro full lenght, com músicas regravadas das demos anteriores e outras que não haviam sido gravadas. E obviamente, que o então trio - Luiz Fernando na guitarra e backing vocals, Marcelo nos vocais e Alex Kafer na bateria, baixo e backing vocals - aceitou imediatamente e desta forma o Forbidden Art nasceu. Atualmente são acrescidos por Gustavo Fernandes no baixo e Edu Lopez na guitarra. As gravações e mixagem de Forbidden Art aconteceram entre julho a outubro de 2013 no Rio de Janeiro/RJ no Hanoi Studio por Fernando Perazo e com a capa de Marcelo Vasco do O2 Desgin.

    A instrumental Necormantia dá início ao trabalho com bons riffs de guitarras, que ganham velocidade e vão pouco a pouco, com uma expressiva técnica, sendo conduzidas pela banda a Necromancer, um Thrash Metal rápido, que denota uma pegada oitentista 'a la' Slayer e Exodus, sabe daqueles em que a bateria está no estilo 'arrasa-quarteirão' e a guitarra fornece junto ao baixo aquela base forte? Então, esta música foi criada nestes moldes e além de seus vocais agressivos, conta ainda com uma parte instrumental mais longa  que é para se bater a cabeça durante as evoluções, que te conquistam instantaneamente.

    Em seguida temos Deadly Symbiosis, que após seu riff inicial exibe uma linha cadenciada que vai crescendo junto a uma boa dosagem de raiva exprimida pelo vocalista Marcelo. Entretanto, as alternações de andamento, que são embasadas nos solos de guitarras dão uma cara mais oitentista à música de forma que os fãs do chamado Old School apreciarão em sua primeira audição. Sem diminuir a potência, Dark Church prossegue Forbidden Art com os vocais ferozes de Marcelo, com os solos de guitarras e bateria sendo executados à uma velocidade e intensidade que muitas bandas clássicas de Thrash Metal há tempos parecem terem se esquecido de colocar em seus discos ( viu Metallica!!! ) e quando ouvimos alguém que faz isso como se deve, vemos o quanto o Thrash Metal é bom de se ouvir.

    Depois recebemos os dedilhados mais calmos, que trazem uma aura mais sombria ao som do Necromancer com Havocs And Destruction, marcando assim, a quinta faixa do cd e que vai ganhando em seu decorrer mais peso e uma linha cadenciada dotada de ótimas adições de solos de guitarras feitos por Luiz Fernando e Alex Kafer, porém, sempre com as enfeitiçantes e incansáveis 'baquetadas' deste último em sua bateria, e isso tudo sem contar a atuação devastadora do vocalista Marcelo.

    Em Middle Ages, o Necromancer nos expõe a uma furiosa faixa que vai exibindo seu encanto à maneira que seus minutos vão passando, pois temos alternações de andamento feitas com muito peso e categoria pelos músicos juntos com vocalizações sempre raivosas.

    Com Plundered Society vemos a banda 'sentar a porrada sem dó e nem piedade' na classe política em um ritmo igualmente destruidor cantado com ódio por Marcelo, aliás, para confirmar basta apenas reparar na força dos seus riffs de guitarras e na atuação de Alex Kafer na sua bateria. The Rival, a seguinte, entra a todo vapor e aplica um andamento ainda mais aniquilador a Forbidden Art, entretanto, eles souberam encaixar trechos cadenciados com ótimos repiques de bateria durante os insanos vocais de Marcelo. A última do cd é uma composição gravada em setembro de 2011 e novamente, a eletricidade das guitarras se faz presente devidamente em sincronia com a bateria, que dita o ritmo e a aniquilação de Desert Moonlight, que é ora mais rápida e ora mais cadenciada, mas sempre agressiva todo o tempo, pois seus vocais passam aquela vontade de realizar um heabanging.

    Tocar um Thrash Metal que é voltado para as linhas mais Old School em tempos que temos muitos sub-estilos e variações é uma tarefa que deve ser executada com habilidade e o Necromancer o fez com muita competência neste Forbidden Art. Temos aqui um excelente álbum firmado nas tradições e fundações do estilo e que deve ser conhecido por você caro leitor(a).
Nota: 9,5.

Sites: https://www.facebook.com/necromancerbr.

Por Fernando R. R. Júnior
Fevereiro/2015

Voltar para Resenhas