Optical Faze - The Pendulum Burns
12 Faixas - MS Metal Records/Voice Music 2013

    As origens do Optical Faze remontam ao inicio do século 21 em Brasília/DF e em pouco tempo depois, em 2001, eles se apresentaram no Porão do Rock em sua cidade natal ( considerados como uma das revelações do evento ) e o primeiro registro foi o cd demo intitulado I de 2004, que rendeu muitos elogios à banda atualmente formada por Mateus Araújo ( vocais e guitarra ), Jorge Rabelo ( guitarra ), Pedro Gabriel ( teclados ), Renato Carvalho ( bateria ) e Vicente Júnior ( baixo ).

    Curioso foi o vocalista Marco Lindoso ter saído dois dias após o show de lançamento deste primeiro trabalho e consequentemente levar a banda à uma procura incessante por um novo vocalista. Quando o então guitarrista Mateus Araújo assume os vocais, o Optical Faze chegou ao estilo que ouvimos neste cd, mas antes lançou o EP Riots In The Iris Sea. Entretanto, o primeiro álbum completo intitulado como The Pendulum Burns só saiu em 2013, após ter sido escrito durante oito anos com o processo de gravações e mixagem  realizados em janeiro de 2012 por Rhys Fulber ( responsável por Paradise Lost, Fear Factory e outros ) no Surplus Sound em Los Angeles com masterização de Maor Appelbaum ( que já trabalhou com o Sepultura e o Cynic ) no Maor Appelbaum Mastering na Califórnia/EUA.

    Trail Of Blood abre o cd com uma melodia intricada que denota influências de Prog Metal com vocais mais voltados para o Thrash Metal agressivos e limpos. Jed Simon do Strapping Young Lad, participa na hora dos solos de guitarras. São muito interessantes as variações do Prog Metal em viagens próximas a um Thrash/Death. Depois temos Pressure, que é mais crua especialmente pela forma que a bateria de Renato Carvalho aparece e como os vocais de Mateus Araújo são urrados. O curioso é um fundo que os teclados de Pedro Gabriel fazem tornando-a mais viajante contrastando com a ira presente nesta canção. Nos primeiros instantes da sombria Moment Of Nothing parecem que teremos uma viagem grande, mas o Optical Faze incluiu uma pesada sequencia de toques de bateria e linhas cadenciadas de guitarras. Os vocais agressivos de Mateus Araújo mergulham esta terceira música em seu lado mais Metal, mas sem esquecer claro dos trechos mais calmos e progressivos ( aliás, que viagem pesada temos em seu final ). Só por estas três faixas já posso dizer que The Pendulum Burns é um álbum que deve ser ouvido com atenção, pois o Optical Faze funde com perfeição a fúria do Thrash/Death com as viagens do Prog Metal.

    E falando viajar a seguinte exibe uma linha mais introspectiva, que é vocalizada competentemente por Mateus Araújo nos passando uma mescla de caos e cadência enfatizando o baixo de Vicente Júnior e óbvio, sempre os teclados de Pedro Gabriel ao fundo exibindo variações muito interessantes. Em Lie To Protect percebemos um crescente que ganha em peso e agressividade instrumental até que na chegada dos vocais a composição sofra uma inversão, nos levando assim para um final viajante em alguns momentos e apocalíptico em outros. Com um andamento mais sinistro Mind Cage entra em cena com Pedro Gabriel extraindo notas mais calmas e muito harmoniosas de seu teclado, porém este clima dura até que as guitarras de Mateus Araújo e Jorge Rabelo surjam com firmeza. Ainda assim, esta é a mais progressiva das músicas de The Pendulum Burns, que possui sua dosagem grande também de vocais coléricos e de um ritmo Thrash dos mais mortíferos ( vide a bateria que você irá entender do que estou falando ).

  Com o lado mais Metal em latência novamente chegamos a Carved com suas alternâncias que ora estão mais cadenciadas e muito agressivas e ora totalmente viajantes, pois o Optical Faze gosta de surpreender o ouvinte a cada momento. Em Red Sun, o quinteto inicia de forma furiosa acelerando mais o andamento com uma parte instrumental precisa e de muita técnica com vocais limpos e agressivos durante seu decorrer para culminar em um final pesadaço.

    Com as variações típicas de nomes do Prog-Metal, The Collapse recebe toda a raiva dos versos cantados por Mateus Araújo em momentos mais progressivos que você não faz “aquela viagem” porque o Optical Faze não quer e literalmente mete a mão em uma das mais fortes faixas do cd. Com uma atuação que concede ainda mais potência ao som do quinteto, a bateria de Renato Carvalho ambienta e dita o ritmo de Ghost Planet, que mais uma vez conta com os vocais irados de Mateus Araújo em curtos e ótimos trechos progressivos, onde são exibidos distorções e um breve solo de guitarra de Jorge Rabelo.

    Destacando a participação de Leah Randi, que já gravou com Paradise Lost e Conjure One temos o cover de Never Let Me Down Again do Depeche Mode com uma linha eletrônica que o Optical Faze deixou bem mais Metal e agressiva. Para o encerramento de The Pendulum Burns temos Tired com a bateria de Renato Carvalho com uma considerável rapidez compartilhada com os solos de guitarras culminando em toda a fúria dos vocais certeiros de Mateus Araújo em um fundo progressivo.

    The Pendulum Burns, que está embalado em um 'digipack' de luxo com a arte de Michal Karcz e conta com um ótimo encarte é o resultado de uma galera que tem a ousadia de criar um álbum com muita categoria aliando estilos díspares como o Prog Metal e o Thrash/Death Metal de uma forma que enfeitiça o ouvinte, ou seja, é mais um disco que te recomendo conhecer caro leitor(a).
Nota: 9,5.

Site: www.opticalfaze.com.br, https://www.facebook.com/OpticalFazeOfficial e
http://msmetalpress.com/ptbr/artista-optical-faze/.
 

Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2013

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