Panzer - Resistance
 12 Faixas - Shinigami Records - 2016

        Em seu quarto álbum de estúdio intitulado como Resistence, os veteranos Thrashers paulistanos do Panzer fazem uma mescla de linhas mais modernas com a sua pegada mais conhecida e antiga em um álbum que serve para comemorar os 25 anos de carreira com a estreia de seu novo vocalista Sérgio Ogres ao lado de Edson Graseffi na bateria, André Pars na guitarra e Fabiano Menon no baixo.

    As gravações de Resistence foram realizadas entre maio e junho de 2016 com a produção de Henrique Baboom e André Pars, sendo que o primeiro assina também a mixagem e a capa que mostra uma chapa enferrujada com o logo e título do cd do Panzer bastante forte em uma chapa metálica nova é do baterista Edson Graseffi.

    Aos dedilhados mais calmos e emocionantes 96 abre o cd, que começa a ferver para valer assim que o 'Thrashão' Old School de The Price entra em cena com riffs envolventes e os ótimos vocais de Sérgio Ogres expelindo desta maneira muita raiva a cada instante e o interessante são os trechos falados inclusos na canção, que trouxeram uma aura do Metallica por darem uma acalmada no ritmo e também os solos melódicos na guitarra, que culminam em uma linha crescente até remeter ao seu estilo inicial e retornar aos dedilhados. Mais cadenciada em seu andamento, que está um tanto que arrastado e notadamente mais agressivo em seus vocais, Impunity tece uma crítica com estridentes solos de guitarra feitos por André Pars, além de contar com uma virada empolgante na bateria de Edson Graseffi, quando a faixa recebe algumas pontuais acelerações. Porém, seu estilo está mais próximo a um Crossover/Heavy Metal Moderno demonstrando um novo caminho ao Panzer.

    Se eles ousaram na canção anterior, na próxima nomeada como No Fear, a ordem foi de apresentar um Thrash Metal inflamado, raivoso, de vocais coléricos e um ritmo ótimo para se bater a cabeça, seja quando está em seus momentos cadenciados ou quando ganha algumas adições de velocidade. E em tempo... foque seus ouvidos nos solos de André Pars na guitarra e também na sua letra que é sobre a violência do dia a dia. Mais encorpada, To Scream In Vain entra despejando raiva através dos vocais de Sérgio Ogres em um andamento devidamente contagiante, que flerta com o Death Metal em seus urros, que aparecem entre vigorosos solos de guitarra. Para Alone, que é a sexta de Resistence, o Panzer atacou com uma faixa que começa furiosa e cadenciada, mas que depois sofre uma modificação melódica e acelerada, que se alterna com o caos percebido antes e esta divisão deixam a música intrigante e inesperada para o ouvinte no que vai acontecer, além também de aglutinar novos novos caminhos ao seu Thrash Metal.

    Em Attitude, o quarteto investe em mais uma composição cadenciada e significativamente pesada, que por conta da tamanha violência de seus vocais sentimos que praticamente eles voltaram a flertar com o Death Metal resultando em uma 'bordoada' para se banguear e socar o ar com força nesta homenagem ao Motörhead. Inclusive recomendo ficar atento à beleza dos solos de guitarras.

    Insanamente veloz Do It! mostra o 'tanque de guerra' do Panzer solto e disposto a esmagar com tudo que estiver pela frente através de seus vocais e sua linhagem fortificada, que exibe momentos nos quais você sente que serão ideais para abrirem as rodas destruidoras nos shows.

    A cadenciada e bastante agressiva nos seus vocais The Old And The Drugs For Soul já é a nona de Resistence ( cd bom é assim... você não sente passar ) nos convoca para 'banguear' e posteriormente ir para roda, onde novamente foram inclusos solos de guitarra feitos com precisão por André Pars. O rolo compressor vem mais aniquilador em The Resistence, que transita entre o Thrash e o Death na mais matadora das canções do cd, que te causa a vontade de socar o ar e sair pulando graças ao seu ritmo orientado pelos solos de guitarra e em seus versos enraivecidos neste verdadeiro nocaute sonoro. Apresentando um curioso andamento calmo com ares de hino, vocais suaves e dedilhados, You May Not Have Tomorrow surpreende e emociona facilmente, além de ser possuidora de uma letra belíssima. Depois de respirar um pouco na faixa anterior recebemos para encerrar o cd uma versão em espanhol da sétima canção intitulada como Actitud, que ficou tão caótica e demolidora quanto sua contraparte em inglês.

    O Panzer demonstrou neste novo cd lançando no Brasil pela Shinigami Records, que o vocalista Sérgio Ogrês está à vontade na banda e o mais importante: está incorporando outros estilos ao seu Thrash Metal raivoso, o que é deveras importante, pois, torna a audição de Resistence mais desafiadora ao fã e deixa claro que os rumos para o futuro serão igualmente dizimadores quanto no passado, ou seja, as divisões de ataque continuarão a avançar e conquistar novos e importantes territórios para a banda, além é claro de manter em seu comando os já dominados.
Nota: 9,0.

Sites: http://panzermetal.com.br/.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2017

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