Scibex - Path To Omors
9 faixas - Independente - 2013

     O Scibex é mais uma surpresa mineira, originada na cidade de Ituiutaba, que em menos de dois anos de banda conta com um single, um EP e em 2013 lançou o seu primeiro full lenght, o álbum Path To Omors, que caminha pelo que costumam chamar de Avant-garde, mas o agressivo e brutal conceito aplicado aqui é totalmente original.

    Path To Omors foi gravado e mixado no Cheder Records Studios em Uberlândia/MG por Rodrigo Nepomuceno, enquanto que a masterização é de Brendam Duffey no Norcal Studios em São Paulo/SP e Edgar Franco assina a arte do cd. Os responsáveis pelas nove músicas com letras sobre uma ficção científica interplanetária ( ou seja, algo bem incomum ao que ouvimos normalmente em álbuns de bandas extremas ) são Diogo Bald nos vocais, Thales Valente na guitarra e violão, Lennon Oliveira na guitarra e João Paulo no baixo.

     Cryptic Comfort Zone abre Path To Omors com um Thrash Metal agressivo e técnico, que é muito bem executado pela banda seja quando aplicam vocais guturais ou limpos, porém, eles surpreendem na levada mais melodiosa e progressiva que fizeram no meio da música. Aliás, o Scibex embute uma viagem com os dedilhados no violão feitos por Thales Valente, que retorna com o peso em linhas que me lembraram no Rush dos tempos de Farewell To Kings. Depois, com um clima introspectivo, que fica mais sombrio, Built To Collapse inicia de de forma mais cadenciada e exibe os vocais raivosos de Diogo Bald em um crescente instrumental virtuoso, que enaltece a dupla de guitarristas do Scibex, antes de mergulhar em mais uma grande viagem, que quebra e enriquece a música. Mas, como o quarteto é mais voltado para o Metal ( e extremo ) eles saem com força e destacam pelas variações que realizam na música.

    Em Embrace Of Silicon ouvimos uma leve distorção de guitarras feitas por Thales Valente e Lennon Oliveira, que ambientam a pegada mais cadenciada e enfurecida desta terceira canção de Path To Omors, e aí o versátil Diogo Bald mostra sua categoria ao cantar os trechos mais limpos. Muito interessante de se destacar também é a viagem acústica que eles promoveram no meio da música para terminar quebrando tudo de novo no estilo sinistro que a conduziram, ou seja, mais guturais raivosos, limpos e muito peso de guitarras, além de dedilhados suaves.

    Após o término mais tranquilo da anterior, para a seguinte, a Static, recebemos linhas agressivas nos vocais e riffs de guitarras que evoluem caminhando para um ponto totalmente viajante, porém, nesta hora mais uma mudança acontece: os vocais ficam calmos e só voltam a ficarem 'nervosos' novamente no final de música. Entretanto, o interessante é que a veia progressiva que o Scibex criou aparece muito bem. Para Mermaid Serpent notamos um aumento de peso pela forma que o baterista toca em seu começo, mas o Scibex quebra o ritmo e te espanta novamente pelas linhas de guitarras mais sujas. Nesta quinta composição é evidenciado os toques no baixo de João Paulo e como ela passa fácil dos sete minutos, eles alternam seu andamento a todo momento, mas sempre com muita precisão e tenho que destacar a viagem 'megamente' progressiva que o quarteto aplicou, pois nenhum fã do estilo desde dos anos 70 poderá por defeito.

      Com Being, Thales Valente exibe os mais bonitos dedilhados no seu violão que foram gravados neste cd e nos conduz para uma imensa viagem, mas isto até que ele deixe o violão para junto a Lennon Oliveira dispararem as linhas coléricas de suas guitarras, que tecem o caminho para as vocalizações furiosas de Diogo Bald em cada um dos seus versos. Atente também para o brilho que eles criaram no final desta sexta música de Path To Omors.

    De começo mais suave nos solos de guitarras feitos pela dupla Thales Valente e Lennon Oliveira, Heralds Of Noosphere evolui de uma forma cadenciada e devidamente progressiva, que vai te cativando pelo nível das variações que eles aplicaram e sempre com muitos momentos de dedilhados e longos solos de guitarras feitos com muita habilidade, além é claro de vocais ora guturais, ora limpos.

    Para Path To Omors, faixa que intitula o cd, o Scibex promove uma viagem cheia de progressividade no piano envolvendo o ouvinte e nos convidado a fechar os olhos, mesmo quando as guitarras reaparecem mais poderosas junto aos vocais do versátil Diogo Bald. Quero de convidar caro leitor(a) para perceber o excelente trabalho do baixista João Paulo nesta faixa e também os elementos a la Rush antes do retorno da consistente melodia no piano e dos trechos mais nervosos da canção. A curta e instrumental Vast & Secular tece uma viagem mais calma, tem a honra de encerrar Path To Omors revelando todo o seu brilho.

    Em resumo: Path To Omors irá te levar para ótimas e raivosas viagens. Se gosta de bandas que possuem a garra de um Thrash/Death Metal com um Progressivo técnico de qualidade e músicas longas, e vocais inerentes à um Black Metal, este álbum do Scibex é sua pedida, te conquistará logo de cara e possivelmente te levará a exclamar: que riqueza instrumental e vocal que temos aqui... e o melhor... mais uma banda do Brasil.
Nota: 9,0.

Site: http://www.facebook.com/scibexomors, http://soundcloud.com/scibexomors
e http://www.youtube.com/user/OfficialScibex.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2013

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