Scrok - Welcome To Terror
9 Faixas - Enternal Hatred Records - 2013

    Como é interessante saber que o Heavy Metal no Brasil floresce com qualidade em locais que se possui poucas notícias de sua cena, e este é o caso dos maranhenses da cidade de Timon, que começaram o Scrok no ano de 1993. Em 1998, a demo tape intitulada como First tornou-se o primeiro registro da banda e o primeiro demo-cd foi o Real Truth, com uma faixa interativa para o clip da composição título. Como infelizmente acontece com muitas bandas brasileiras, muitas mudanças na formação aconteceram e em 2007, temporariamente encerraram suas atividades.

    O retorno aconteceu em 2011, e em pouco tempo lançaram o EP Devastation, com o fundador Valter "Índio" Reis nos vocais e baixo, Juliano Souza e Eduardo Macedo na guitarra, além de Félix Briano na bateria. Foi somente no final de 2013, que o primeiro full lenght, o cd Welcome To Terror foi lançado pela Eternal Hatred Records, ou seja, após 20 anos de batalha. Este álbum foi gravado, mixado e masterizado no Orange Studio por Mike Soares entre março a junho de 2013 e teve sua desolada capa criada por Fábio Pitombeira da Full Rock e Leno Carvalho da Dynamite Entertainment.

    E o Scrok prossegue seu estilo "quebra-tudo" com a rápida Terror From The Sea, que aborda a matança feita pelos portugueses no início da colonização do Brasil em vocais totalmente ( e corretamente ) furiosos. Repare quando realizam suas ótimas viradas de andamento durante os solos de guitarra. Em mais uma ácida crítica ao que encontramos neste mundo contemporâneo, a quinta do cd é Corrosive Capitalism, que em seu decorrer alterna trechos cadenciados com ótimos solos de guitarra e vocais sempre com muita raiva da forma que a música pede, aliás, temos aqui um solo ideal para uma abertura de roda.

    Depois, com um vigoroso riff de guitarra promovido com muita habilidade por Juliano Souza, temos o espaço liberado para o ritmo destruidor que é imposto em seguida pela banda em Northeast ( Misery And Faith ), que marca esta curta faixa, que está, de certa forma, interligada a instrumental Desolations, cujos dedilhados de violões nos levam à um momento de reflexão.

    E com uma distorção mais forte vinda da guitarra de Juliano Souza chega a hora da banda soltar seu rolo compressor novamente com a explosiva Kill The Tyrants, cuja letra crítica é passada em vocalizações coléricas. Chamo sua atenção para reparar na beleza do solo de guitarra, eles souberam mesclar a raiva do Thrash mais visceral com belas e pesadas melodias. A última é a acelerada Bem-Vindo Ao Terror/My Name Is Rage, que passa sua ira descomunal em versos em português e inglês, conquistando assim o ouvinte e elevando o potencial de ataque do Scrok, que segue incansavelmente por seus minutos, apenas com exceção feita ao seu final ( com uma percussão intrigante feita por Felix Briano ).