Válvera - Cidade Em Caos
 9 Faixas - Independente - 2015

    Glauber Barreto e Rodrigo Torres criaram o Válvera em janeiro de 2010, após já terem tocado em bandas de Punk Rock, Blues e Rock´n´Roll. A ideia por trás do nome Válvera é a junção das palavras valvulados ( os melhores amplificadores são assim ) e 'paulera' ( um dos muitos nomes do Metal ), mas neste caso, graças ao timbre envolvente dos 'amps'.

    Depois de cinco anos de árduas batalhas pelo cenário underground, Glauber Barreto no vocal e guitarra, Rodrigo Torres na guitarra e backing vocal, Jesiel Lagoin no baixo saíram de Votuporanga/SP para a capital paulista e firmaram o baterista Vini Rossignolo para logo então registrarem o seu primeiro full lenght com o nome de Cidade Em Caos no Mr. Som Estúdio aos cuidados dos renomados Marcelo Pompeu e Heros Trench, que assinaram as gravações, mixagem e masterização.

    As letras são em português e junto as melodias pesadas foram responsáveis para que o Válvera pudesse se apresentar no noroeste paulista no Festival Metal Pesado Brasileiro ao lado do Korzus, do Almah, do Kiko Loureiro e do Claustrofobia no Sesc Osasco e ao lado de Metalmorphose e Muqueta na Oreia na festa de lançamento de seu próprio cd, com a participação de Marcelo Pompeu no seu show.

    A abertura de Cidade Em Caos ocorre com os pesados solos de guitarras do cativante 'Rockão' de Prá Baixo dos Pneus, onde ouvimos o vozeirão de Glauber Barreto em uma letra direta e atirada como um soco na cara. A cozinha de Jesiel Lagoin no baixo e Vini Rossignolo na bateria postam-se com eficiência para que a dupla Glauber Barreto e Rodrigo Torres possam solar naquela animação cheia de garra que diferenciam esta música das demais e levam seus versos entrarem na sua cabeça, especialmente o irônico refrão. Depois, com uma introdução bem contagiante e significativamente encorpada, hora da faixa título Cidade Em Caos, que mantém a linhagem Heavy Rock e exibe vocais um tanto agressivos através de evoluções impactantes nas guitarras de Glauber Barreto e Rodrigo Torres, que variam formidavelmente resultando em uma 'rifflerama' que te conquista na primeira audição, ainda mais se você for fã da pegada de nomes como os paulistas do Baranga.

    Em O Miserável, o Válvera segue um pouco mais devagar com a exibição de lustrosos riffs de guitarras até que Glauber Barreto cante os interessantes e reais versos desta cadenciada canção. Aliás, quando eles aumentam a velocidade dos solos de guitarras recebemos o melhor momento do cd até aqui. E o ótimo Heavy Metal do quarteto continua com a empolgante Escravo do Acaso, que passa por trechos cavalgantes, outros com dedilhados e alguns na mais pura melodia de guitarras de bases oitentistas, e isso tudo vem destacar as vocalizações mais  emocionantes de Glauber Barreto e percebe-se que a banda se superou.

    Na sequencia de Cidade Em Caos temos Sangue e Ouro, que o Válvera realiza uma introdução instrumental muito vibrante até que seus vocais entrem trazendo linhas mais rápidas e cativantes, que te atraem para sentir a sua letra bastante ácida, que se deve prestar atenção para se curtir mais, e isso, sem levar em conta as eficazes 'baquetadas' de Vini Rossignolo e os solos de guitarras de Glauber Barreto e Rodrigo Torres, que conferem mais sustentação aos vocais.

  

    Com vocais falados, dedilhados e um ar sombrio, a cadenciada O Céu Pode Esperar entra com firmeza e pouco depois sofre uma alternação mais Rock´n´Roll, que garante a satisfação do ouvinte, que se amplifica nos momentos nos quais ouvimos os solos de guitarras que estralam faíscas fervorosamente. Além das verdades nas letras, os caras souberam como elevar a energia da canção na hora certa.

    Apresentando um solo de bateria de muita competência feito por Vini Rossignolo, que traz o andamento eletrificado e dotado de bons vocais temos Redenção, canção que possui ótimos e melodiosos solos da entrosada dupla de guitarristas da banda juntos à uma atuação marcante do baixista Jesiel Lagoin comprovando o tanto que o Válvera está afiado.


 

   Para Hora do Show, o quarteto ataca com uma verdadeira e impactante sonzeira que transita pelos caminhos do Rock´n´Roll pesado em linhas que passam muita adrenalina, uma letra verdadeira sobre o estilo de vida do fã de Rock e Heavy Metal, retrata proposta da banda, onde gosta-se da música imediatamente, e em tempo... repare e delicie-se nos solos de guitarras.

    Aos dedilhados mais calmos, que são pouco depois suplantados pela alta voltagem dos riffs de guitarras e pelas pancadas na bateria chegamos na última faixa de Cidade Em Caos, que é a Extinção e nos mostra claras influências de Metallica em sua introdução e no seu subsequente andamento, que te convida - graças aos seus sempre atrativos solos de guitarras - a cantar com Glauber Barreto, inclusive, assim, como em outras do cd, recomendo pegar seu encarte e acompanhar sua letra.

    Existe uma fórmula para se criar um álbum que na sua primeira audição te leve a dizer: "que sonzeira nua, crua, rústica e ao mesmo tempo fascinante!!!"? O Válvera prova que sim, pois, incluiu ótimas letras em vocais mais graves e os somou com o peso direto extraído através dos ótimos e constantes riffs de guitarras, que foram aliados a uma pegada forte na bateria e no baixo produzindo um resultado que leva a banda a garantir o direito de clamar o seu lugar entre as melhores bandas de Heavy Metal de base oitentista que cantam em português, como ficou claro nas nove faixas de Cidade Em Caos, que recomendo você conferir e ver se concorda comigo: eles fizeram uma notável estreia.
Nota: 9,5.

Sites:  http://www.valvera.com.br/; http://www.facebook.com/bandavalvera
e http://www.youtube.com/valveraoficial.

Por Fernando R. R. Júnior
Janeiro/2016

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