Wild Child - Seven
7 Faixas - MS Metal Records - 2015

    Os amigos Felipe Souzza ( bateria e vocais ) e Marcelo Gelbcke ( guitarra e vocais ) formaram o Wild Child em 2007 na cidade de Curitiba/PR com a intenção de executarem músicas de bandas clássicas do Hard Rock Internacional em casas de Rock da capital e do interior. Porém, com a entrada de Thiago Forbeci ( baixo e vocais ) em 2010, o Wild Child começou a criar suas próprias composições, que resultaram no ano seguinte no álbum Inside My Mind, que foi lançado de forma gratuita na Internet para download e audição, o que lhes rendeu elogios da imprensa especializada. Foi no final de 2011 que o vocalista Erik Fillies juntou-se à banda.

    Em 2013, o agora quarteto curitibano lançou o bootleg Inside My Mind LIVE! At The Studio…, que foi gravado ao vivo MGC Estúdio e eles também o colocaram para download gratuito no site. Com a experiência adquirida neste período, em dezembro de 2013, o Wild Child deu início às gravações de seu segundo álbum, que recebeu o título de Seven e será o assunto desta resenha.

    A produção de Seven foi conduzida pelos integrantes Felipe Souza, Marcelo Gelbcke e Thiago Forbeci para a Wild Child Productions e suas gravações foram realizadas no mesmo MGC Estúdio em Curitiba/PR entre dezembro de 2013 e julho de 2014. Os processos de mixagem e masterização receberam os cuidados de Jefferson Dombrowski no Q10 Studio também em Curitiba/PR entre agosto e setembro de 2014. A capa e encartes foram criados por Carlos Fides do Artside Digital Studio. Seven, lançado em 2015 pela MS Metal Records é um álbum conceitual, que é mais progressivo e pesado, mas, sem descartar as influências de Hard Rock e Grunge do quarteto, vamos ao seus detalhes. 

    Com a sonoridade comum a um cais de porto, que em breves instantes depois recebem fortes riffs de guitarra, Never Let Yourself If Down abre Seven e exibe o Metalcore/Prog Metal do Wild Child com alternações de vocais e de ritmos que passam muita musicalidade e nos apresenta uma complexidade muito grande a cada nota tocada. Detalhe: logo após eles executarem os trechos pesados da música a terminam de uma forma surpreendentemente mais suave. Depois em Myself In Pieces, o quarteto apresenta linhas mais cadenciadas graças ao riffs de Marcelo Gelbcke, que se intensificam a medida que seus minutos passam junto aos acordes produzidos pelo baixo e pela bateria, que levam seus vocais a transitarem por momentos excelentes neste Heavy/Thrash arrebentador. Dotada de um envolvente toque feito com muita categoria pelo baixista Thiago Forbeci, All I Want I Need revela uma mistura de Heavy Metal com uma pegada eletrônica, que são vocalizadas por Erik Fillies com muita habilidade e chegam a um momento exuberante quando seu ritmo é acelerado ( confirme reparando no solo de guitarra ) e então, esta terceira canção mergulha em um momento Progressivo mais introspectivo, que novamente torna a crescer, ganhar velocidade e desta maneira, conquistar de vez o ouvinte.

    Trazendo uma linhagem mais Heavy Metal, a pesada Find Your Way prossegue Seven com a pegada cativante do quarteto de Curitiba, que aqui deixa claro suas influências de Southern Rock na linha de um Black Label Society e não foi por acaso que ela foi a escolhida como o primeiro single, que foi disponibilizada antes do lançamento do álbum.

    Ao som de tiros, explosões e ataques aéreos, The Circle Of Hate entra com trilhando um Hard Rock mais sujo entre belas e pesadas melodias, que tecem sua ligação facilmente com o ouvinte e o ganha de vez no refrão, que é vocalizado com muito ímpeto por Erik Fillies. Outro destaque fica para os solos de guitarra de Marcelo Gelbcke, que comandam com precisão os caminhos que esta quinta música do cd devem seguir em sua roupagem que atravessa o Grunge e o Southern Rock.

    Dividida em três partes, a mais progressiva das músicas de Seven, a Church Balls entra em cena com I: Refflections criando um fascinante clima Heavy em suas primeiras notas mais progressivas com os holofotes direcionados ao baixista Thiago Forbeci até que o vocalista Erik Fillies mostre muita versatilidade e emoção em meio a alternações marcantes ocorridas na bateria de Felipe Souzza, que no decorrer de seus minutos enaltecem as participações de Abner Melo, Jessica Lunardelli, Thiago Alencar e Wanessa Siewert nos diálogos dos personagens. Na segunda parte desta épica canção temos a instrumental II: In The Heart Of The Night, onde o Wild Child se superou e revela um grandioso som de muita técnica, que adentra de vez ao Prog Metal, porém, com nuances de Jazz e que se ligam na terceira parte, a III: The Endless Cycle, que é mais suave, tal como se fosse uma balada deveras introspectiva até receber sua dosagem de peso, que eleva sua energia produzindo um andamento bastante animado e termina em uma considerável harmonia simples, enfim, ouça com atenção esta que é disparada a melhor do cd.

    Para finalizar esta grande obra que é este álbum Seven temos a sintomática Don´t Turn Off The Light, que começa mais tranquila e logo em seguida ganha sua alternação de momentos leves com outros mais vigorosos, que são vocalizados com muita entrega por Erik Fillies e tudo isto está muito bem aliado a uma base instrumental de muita destreza, que passam a ideia que o personagem das letras do disco foi embora do cais que o Wild Child nos propuseram no início do cd.

    Decerto, que as principais e mais expostas influências contidas em Seven sejam voltadas ao Prog Metal, porém, o Wild Child não se acomodou e colocou neste terceiro disco de sua carreira excelentes pitadas de Southern Rock, Thrash Metal e até um tanto de Metalcore e o melhor.... soube fazer isso com o devido capricho, não deixando em nenhum momento o trabalho cansativo. Em suma, estamos diante de mais um produtivo lançamento brasileiro da MS Metal Records.
Nota: 9,5.

Sites: http://www.wildchild.com.br/, http://www.facebook.com/wildchildbr,
http://www.soundcloud.com/wildchildofficial e http://www.soundcloud.com/wildchildofficial.

Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2015

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