Entrevista com Carlos Stein do Nenhum de Nós

    Com 29 anos de carreira, os números do Nenhum de Nós são bastante impressionantes, afinal, são mais de 1895 shows, vários prêmios alcançados e mais  de um milhão de discos vendidos ( sejam de estúdio ou ao vivo ).

    Os gaúchos, que desde sua origem mantém a mesma formação estão em plena turnê de seu mais recente trabalho, o álbum Sempre É Hoje ( o décimo sétimo da sua consolidada carreira ). Para saber os detalhes deste novo álbum entre outras curiosidades, o Rock On Stage conversou com o guitarrista Carlos Stein nesta entrevista exclusiva, que você pode conferir nas linhas abaixo.

Rock On Stage: No novo álbum, “Sempre É Hoje”, vocês fazem uma homenagem ao músico argentino Gustavo Cerati, inclusive a capa de Martin de Pasquale também é uma homenagem a ele correto? Bem, como foi o processo de composição deste 16º trabalho da carreira da banda?
Carlos Stein:
É sim uma homenagem ao Gustavo Cerati. Quanto à foto de Martin de Pasquale, coincidentemente também argentino, foi uma sugestão de nosso produtor, Antônio Meira.

    Sobre nosso processo de composição, como geralmente ocorre, partimos das letras. O que fizemos diferente foi que deixamos os arranjos para o estúdio, com a presença de nosso produtor, o JR Tostoi. Dessa forma aproveitamos melhor as suas contribuições.

Rock On Stage: Porque a escolha “Milagre” como o single do novo trabalho?
Carlos Stein: Costumamos ficar atentos às sugestões de pessoas próximas, com diferentes níveis de envolvimento com o trabalho. Foi assim que Milagre acabou sendo escolhida... foi a "mais votada".

Rock On Stage: Como foi a participação e a escolha da cantora paulista Roberta Campos na faixa “Foi Amor”?
Carlos Stein: A Roberta Campos é uma das boas revelações da música brasileira. E se revelou admiradora de nosso trabalho. Um dia resolveu compor uma canção para uma letra do Thedy Correa ( vocais ) e a música ficou fantástica. Acabou entrando no álbum. Também não desperdiçamos a oportunidade de contar com a sua bela voz.

Rock On Stage: Para “Estrela do Oriente” ( e também na “Foi Amor” ) vocês convidaram o Quinteto da Paraíba para realizar um arranjo de cordas na música, peço-lhe para comentar um pouco como foi trabalhar com essa galera.
Carlos Stein: Infelizmente, não tivemos contato com eles. Foi tudo via arquivo. O JR Tostoi já havia trabalhado com eles e nos indicou. Compramos a ideia imediatamente. É uma linguagem de cordas fantástica. Valorizou muito nossas canções. Além de Estrela, a canção Foi Amor também teve arranjo deles.

Rock On Stage: Como tem sido a recepção tanto da crítica e do público com “Sempre É Hoje” em seus diversos formatos digitais, além do tradicional físico ( o meu preferido ). E inclusive o que vocês pensam sobre esses diversos formatos e também sobre a pirataria digital, que hoje acontece muito?
Carlos Stein:
A recepção tem sido muito boa. Para alguns, é surpreendente nossa decisão de investir em músicas inéditas com quase trinta anos de carreira, mas, é o que nos move, a criação.

    Sobre os formatos, eu lido muito bem com eles. Tenho uma assinatura do Spotify e acho que funciona muito bem para mim, que sou bastante curioso em relação a artistas novos. Além disso, é a melhor forma de combater a pirataria, a meu ver, já que o 'streaming' tem preços razoáveis e remunera os artistas, preservando seus direitos.

Rock On Stage: Como foi trabalhar com JR Tostoi na produção de “Sempre É Hoje” e como foi o processo de mixagem feito por João Milliet?
Carlos Stein: O JR Tostoi teve uma identificação imediata conosco. Ele tem uma visão de música muito legal que nos desafiou em vários momentos na gravação. Ele tem também uma energia muito boa e sabe manter um clima criativo no estúdio.

    O João Milliet fez uma 'mix' perfeita de nosso disco. Ele nos enviava as músicas para avaliarmos e simplesmente não havia nada a acrescentar ou mudar. Estava tudo no lugar certo.

Rock On Stage: Vocês estão retornando a São Paulo para uma nova apresentação na capital, agora no Cine Jóia, quais lembranças do show de lançamento de "Sempre É Hoje" no Teatro Bradesco e quais as expectativas deste novo show na capital paulista? E o que falta para uma excursão maior por cidades do interior de São Paulo?
Carlos Stein: Nossa expectativa é reencontrar o público maravilhoso que nos assistiu em nossos outros shows no Cine Jóia. O show do Teatro Bradesco foi um dos primeiros do lançamento do disco e acho que hoje estamos tocando as novas canções com mais naturalidade. Sobre shows no interior de SP, temos feito alguns, mas, concordo que poderiam ser muitos mais. Vamos trabalhar nisso.

Rock On Stage: Vocês ganharam o prêmio Premio Açorianos de Música da Prefeitura de Porto Alegre (RS) de melhor DVD de 2013 por Contos Acústicos de Água e Fogo ( confira resenha ), o que ele representa para a banda e qual a sua importância?
Carlos Stein: Como todo o prêmio, é um reconhecimento, e sempre é legal ter o trabalho reconhecido, mas não colocamos isso no centro de nossas preocupações.

Rock On Stage: Como funciona o processo de composição do Nenhum de Nós, seria algo do tipo: primeiro as melodias e depois as letras?
Carlos Stein: Mais o contrário disso. Mas varia bastante. O Thedy Correa tem seu jeito de compor, assim como o Veco Marques ( guitarra ), o João Vicenti ( acordeom e teclados ) e eu.

    Acho que isso responde porque o som do Nenhum de Nós é tão variado. Eu gosto de partir da letra e ir "pescando" melodias através da história que ela conta. Tento fazer com que a letra soe convincente, que faça sentido através da melodia.

Rock On Stage: Agradeço pela entrevista. Deixe uma mensagem para os fãs e os leitores do Rock On Stage.
Carlos Stein: Aguardamos vocês em nossos shows. Gostamos de compartilhar esses momentos com as pessoas que nos fazem ter tanto prazer em nossa trajetória.

    Aos leitores da Rock On Stage, continuem valorizando esse veículo. Ele é fundamental para o Rock Nacional.


Por Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Giovanna do Vale
- Márcia Stival Assessoria
Novembro/2015

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