Entrevista com Wanderson Barreto do Rygel

    Completando quase quinze anos de atividades, os santistas do Rygel estão no momento divulgando o seu terceiro cd de estúdio, o ótimo álbum Revolution ( leia resenha ), que mostrou uma modificação no som da banda para um Heavy Metal com influências mais modernas... isso com relação ao Prog Metal exibido no segundo cd, o Imminet ( confira resenha ). Nesta entrevista exclusiva ao Rock On Stage, o guitarrista e vocalista Wanderson Barreto que comentou sobre o porque do nome da banda, o novo álbum, seu processo de produção e composição, as modificações de integrantes, influências, a abertura para o Cavalera Conspiracy e as novas apresentações da banda, inclusive aqui em Espírito Santo do Pinhal/SP no III Absolute Metal Festival, confira nas linhas abaixo.

Rock On Stage: É sabido que a estrela de Rigel é a mais brilhante da constelação de Orion e que esta supergigante azul é trinta e cinco vezes maior que o nosso Sol e cinco mil vezes mais luminosa que ele, quais motivos levaram a batizar a banda com este nome?
Wanderson Barreto:
Olá a todos.... Foi nosso antigo baterista que fundou a banda comigo ( Vagner Silva ), que achou esse nome e achamos que tinha tudo a ver com uma banda de Metal. Nos usávamos um outro nome no início, mas resolvemos mudar porque achávamos que não combinava conosco. Ao encontrar esse nome na Internet ( Rigel ) fizemos uma pesquisa e resolvemos só alterar para Rygel por motivos de registro, e acabou ficando.

Rock On Stage: Em comparação do álbum "Imminent" para este "Revolution", o Rygel modificou seu som de claros flertes com o Prog Metal para uma pegada de um Heavy mais intenso, mais direto. Quais motivos levaram a esta mudança?
Wanderson Barreto:
Eu já tinha essa intenção no Imminent de fazer um som mais pesado e com a mudança de integrantes, acabou sendo bastante natural essa “Revolução” na banda.

Rock On Stage: Em 2012, o Rygel era um quinteto e hoje a banda é um quarteto, quais os motivos que levaram a esta formação? E como foram as saídas e entradas de integrantes?
Wanderson Barreto:
O ano de 2013 foi um ano muito difícil para o Rygel principalmente por motivos externos. Anibal Pontes ( guitarra ) foi morar fora e não podia continuar, depois Vagner Silva ( bateria ) teve problemas de saúde e não pode mais continuar ( hoje ele já está melhor e voltou a tocar depois de um tempo parado ) e Daniel saiu por motivos pessoais logo em seguida.

    Foi um período muito difícil em que tivemos que tomar algumas decisões importantes e após alguns vocalistas serem testados, uma delas foi eu assumir os vocais, incentivado pela própria banda e amigos ( o que me assustava no início, mas hoje vejo que foi uma decisão acertada ), acabei caindo de cabeça na ideia e fui procurar Nando Fernandes para me auxiliar com essa transição. Hoje, a banda está muito feliz e o Rygel está extremamente sólido com Rick Reis ( baixo ), Vinnie Savastanno ( guitarra ) e Pedro Colangelo ( bateria ) e eu ( guitarra e vocais ).

Rock On Stage: Como tem sido a aceitação do novo disco pela imprensa e pelos fãs?
Wanderson Barreto:
Foi excelente!!! É extremamente gratificante ver as resenhas, a reação do público diante do disco e diante dos shows ( pois, muitas pessoas foram para ver como a banda estava agora como um quarteto )... Todas positivas. Estamos muito satisfeitos e felizes com a repercussão extremamente positiva do nosso trabalho.

Rock On Stage: Em "Imminent", a produção era de Marcelo Pompeu e Heros Trench e agora para "Revolution" vocês escolheram Thiago Hospede, por quais motivos levaram a mudança de produtor e como foi trabalhar com ele?
Wanderson Barreto:
Como nós queríamos uma abordagem diferente do Imminent e queríamos uma abordagem mais moderna, nosso raciocínio foi pegar modernidade que o HardCore vem apresentando e misturar com as nossas ideias uma pouco mais “clássicas” de melodia e construção musical.

    Como eu conheci o Tiago Hospede na Feira da Música do ano passado e bateu uma sinergia muito forte de ideias logo de cara, convidei ele parar fazer o 'trampo' comigo e ele aceitou o desafio. Convidei Nando Fernandes para me ajudar na produção dos vocais junto com o Tiago Hospede e trabalhar com eles foi muito tranquilo. São profissionais de primeira linha que sabem muito bem o que fazem e arrancam sempre o melhor de você!

Rock On Stage: Quais são os principais temas das músicas de "Revolution" e quais delas você aprecia mais?
Wanderson Barreto:
O Revolution é um disco que fala sobre sentimentos humanos ( dos mais diversos ). Cada música retrata um estado emocional diferente do ser humano, que vai de um suicida terrorista com as suas convicções até um sentimento coletivo de humanidade. É difícil falar qual eu gosto mais ( fica difícil você dizer qual filho você gosta mais ), mas digamos que a Arisen eu tenho uma ligação particular.

Rock On Stage: Porque vocês escolheram The Story Begins como o primeiro single de "Revolution" e ela está despertando a curiosidade dos fãs para conhecerem o novo trabalho da banda?
Wanderson Barreto:
Ela foi escolhida justamente porque ela sintetiza algumas características que a banda quer evidenciar e fora que foi uma música extremamente bem aceita por todos que ouviram antes do lançamento e acabou pegando o público.

Rock On Stage: Quando fiz a resenha do cd "Revolution" notei algumas influências dos caminhos que o Heavy Metal tem seguido através de nomes como o Adrenaline Mob, estou certo? E além dos americanos, quem mais influenciou a banda?
Wanderson Barreto:
Exato! O Adrenaline Mob tem uma pegada pesada que gostamos, fora que Russell Allen nos vocais dispensa comentários. Mas, as nossas referências são diversas que vão do Death Metal como por exemplo, o Death, o Dimmu Borgir até o Hard Rock do Whitesnake. Somos quatro caras que ouvimos de tudo mesmo e acaba virando essa 'mistureba' toda.

Rock On Stage: Qual o significado da capa de "Revolution"? Seria alguma menção aos tempos secos que estamos atualmente vivendo?
Wanderson Barreto:
A capa tem bastante haver com os momentos difíceis que a banda passou e sobreviveu... assim como a árvore da capa que, mesmo em um solo extremamente seco e hostil, se mantém de pé! E acabou coincidindo com essa situação difícil que o país atravessa conforme você citou.

Rock On Stage: Como foi trabalhar com Nando Fernandes, que assina a produção dos vocais no cd?
Wanderson Barreto:
Foi muito tranquilo. Como eu disse, eu procurei ele para me ajudar a assumir os vocais e eu já trabalho com ele há dois anos. Quando entramos no estúdio, ele já me conhecia o suficiente e facilitou demais o resultado final. Ele é um grande mestre, excelente profissional e um grande amigo.

Rock On Stage: O Rygel é uma banda independente e o álbum "Revolution" foi lançado em um luxuoso 'digipack' triplo, algo de certa forma incomum e que valoriza o formato físico, como vocês avaliam o cenário musical atual nos tempos de downloads ilegais e este mundo novo de tecnologias digitais?
Wanderson Barreto:
O Rygel sempre primou pela qualidade do material. Digipack é algo bastante atual, pouco explorado, e que agrega valor ao produto. Não rolou nenhuma gravadora, pois, não pintou nenhuma proposta que atendesse nossos anseios e por isso decidimos fazer do jeito que nós queríamos, sem obstáculos e nem entraves.

  Com relação ao cenário musical, essas novas tecnologias tem os dois lados da moeda: ao mesmo tempo que facilita a divulgação e a produção de discos, enche a Internet com bandas pífias de baixa qualidade, sem a mínima condição de ser chamado de músico. A oferta é tanta na Internet que... você... como banda séria, tem que batalhar demais para provar para o ouvinte que não é mais uma banda tosca que grava um disco totalmente mal gravado, coloca na 'net', e fica enchendo o saco de todo mundo para votar para determinado festival ou curtir a página.

Rock On Stage: Como funciona o processo de composição na banda? Tem a participação de todos?
Wanderson Barreto:
Geralmente sou eu ou o Vinnie quem trazem as ideias iniciais, montamos o ´”esqueleto” da música e depois a galera trabalha junto para refinar as coisas, cada um dando a sua contribuição.

Rock On Stage: Em abril deste ano vocês abriram o show do Cavalera Conspiracy em Santos, como foi o show e o que significou para a banda esta abertura?
Wanderson Barreto:
Foi sensacional. Max foi um dos caras que me influenciou quando moleque. Imagina a minha animação em tocar junto com os caras... Foi TOP demais!!! Esse show nos possibilitou um alcance maior de publico e mídia!

Rock On Stage: O Rygel se prepara para apresentar aqui em Espírito Santo do Pinhal em novembro, quais as expectativas da banda para este show?
Wanderson Barreto:
As melhores possíveis. Esse festival é super bem conceituado e estamos muito felizes em ter a oportunidade de tocar em Espírito Santo Do Pinhal. Quero ver o mosh pit 'comendo solto', muita energia e peso!

Rock On Stage: Quais os planos para o futuro? Existe alguma comemoração pelos 15 anos de banda?
Wanderson Barreto:
Mês que vem lançamos um clipe de uma faixa do cd Revolution, ano que vem teremos outro que será o resultado da nossa promoção “Before The Dawn” aonde a galera está participando enviando vídeos que filmaram de nós nessa tour tocando essa música ao vivo. Ano que vem faremos outra abertura de uma grande banda no Brasil e shows, shows, e mais shows... o quanto a gente conseguir tocar! Com relação ao aniversário de 15 anos, estamos negociando algumas coisas bem legais, que em breve estaremos divulgando.

Rock On Stage: Muito obrigado pela entrevista, deixo o espaço livre para você e também para enviar uma mensagem aos leitores(as) do Rock On Stage e aos fãs da banda.
Wanderson Barreto:
primeiramente muito obrigado Rock On Stage pela entrevista, muito obrigado a todo mundo que nos ajudou e nos ajuda até hoje, aos fãs que sempre estão presentes e a você leitor headbanger que ajuda a manter tudo isso de pé! Visite nosso site para maiores infos e merchandise: www.rygel.net e Facebook: https://www.facebook.com/RygelOfficial?ref=hl.
MUITO OBRIGADO A TODOS!!!!

 

Por Fernando R. R. Junior
Novembro/2015

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