Rock On Stage: Seja bem vindo ao Rock On Stage, primeiramente gostaria de te pedir para apresentar o Sunrunner aos brasileiros e que você contasse um pouco mais sobre essa linha Heavy Prog adotada pela banda que é diferente com relação à utilizada por nomes como Dream Theater e Symphony X.
Joe Martignetti: Olá pessoal do Brasil! Somos o Sunrunner, banda de Rock Progressivo de Portland, Maine. Chamamos de Prog Pesado, porque estas são as palavras que mais se aproximam de descrever o que fazemos. Nós tocamos Rock com influências de Iron Maiden e Black Sabbath, e o nosso gênero está mais próximo da linguagem Progressiva. No entanto, nosso estilo não é tão técnico quanto o Dream Theater, temos um estilo meio Led Zeppelin. Mais cru, menos técnica. Adotamos uma abordagem simples ao vivo e não somos tão detalhistas em nossas produções. Também esses caras são virtuosos extremos, nós somos apenas caras que tocam Prog.

Rock On Stage: O Sunrunner possui três cd´s de estúdio lançados. Gostaria que você comentasse um pouco de cada um e como foi a evolução do primeiro álbum o "Eyes Of The Master" ( 2011 ) para o "Time In Stone" ( 2013 ) e que culminou no "Heliodromus" ( 2015 ), enfim, o que cada um te agradou mais. Joe Martignetti: Nosso primeiro álbum foi o nosso álbum mais experimental. Anos e anos de prática com line ups diferentes, e desenvolvendo nosso som que começou como uma mistura de Rock, Jazz, Metal e música popular de todo o mundo.     O segundo álbum, o Time In Stone foi mais deliberadamente pesado e envolveu a colaboração de um guitarrista incrível, Doug Porter. O álbum mais recente é a exploração mais Progressiva destes elementos pesados misturados com alguns temas orientais.

Rock On Stage: O formato em Power Trio facilita para que a banda soe mais Heavy Metal? E quais bandas ou Power Trios influenciaram a forma de tocar do Sunrunner?
Joe Martignetti: Nós temos optado ao longo dos anos por ter apenas três membros do que ter até seis ou sete membros tocando no palco ao mesmo tempo. Mas, sempre deve haver um trio central. O desafio com um trio é obter um som cheio o suficiente para que as músicas do álbum tenham conteúdo. A vantagem de ter um trio é que todos nós temos muito mais liberdade para levar a música onde quer que ela vá e há menos "cozinheiros na cozinha", que nos permite concentrarmos na "receita".

Rock On Stage: O terceiro cd "Heliodromus", que estará sendo o motivo desta primeira tour no Brasil tem em suas letras o mistérios do Mitraísmo, como vocês foram mergulhar nesta proposta para a composição?
Joe Martignetti: A mitologia por trás da música não deve ser tomada literalmente. Tomamos consciência do Mitraísmo quando foi trazido ao nosso conhecimento que Heliodromus significa literalmente "Sunrunner" e decidimos investigar mais. Nós simplesmente queremos invocar o senso de aventura e o desenvolvimento espiritual de um herói na nossa mensagem musical. Contamos com elementos da história, ocultismo, folclore e misticismo, porque estes são grandes temas e pensamos que eles merecem ser trazidos na canção.

Rock On Stage: Na capa de "Heliodromus" temos um desenho de Jan Barlow conhecido como Song Of The Earth, você sabe qual o seu significado e como ele vai de encontro com a temática do disco? Joe Martignetti: Jan tem trabalhado com a gente já há algum tempo, nós damos-lhe a liberdade artística, sabendo que vai representar a nossa música, então, ele é o único que poderia melhor responder a essa pergunta. Rock On Stage: Dentre as músicas de "Heliodromus", as minhas favoritas são 'Keepers Of The Rite', 'Star Messenger', 'The Plummet' e a suíte título, que é realmente impressionante, e para você, qual(is) seria(m)? Joe Martignetti: Technology's Luster!

Rock On Stage: Como tem sido a recepção de "Heliodromus" na imprensa especializada e com os fãs?
Joe Martignetti: Nós tivemos muitos comentários e 'feedback' dos fãs. Acho que para a maioria das pessoas é o melhor álbum do Sunrunner!!!

Rock On Stage: Como foram os processos de gravações de "Heliodromus" através dessa junção do analógico com o digital na mixagem e culminando com a masterização em fita novamente? Peço para comentar também a importância de Todd Hutchisen na fase de gravação, de Jimmy Martignetti na fase da mixagem e de Pat Keane na masterização.
Joe Martignetti: Nós gravamos no estúdio Acadia em Portland, com Todd Hutchisen. Queríamos fazer o álbum inteiro analógico do começo ao fim, mas, é tão caro e o equipamento é difícil de encontrar. A fita em si é bastante cara. Tivemos que fazer uma mescla digital / analógica. Então, o que fizemos foi gravar o básico ( bateria, guitarra, baixo, vocais ) em fita e ter a cabeça de reprodução do gravador de cassetes encaminhado para a interface de gravação digital. Por isso, fomos capazes de capturar a compressão analógica da fita. Recomendamos altamente este processo para quaisquer bandas que podem ter em suas mãos ProTools, por exemplo. Então, isso fez parecer legal ( risos ).

Rock On Stage: Com três cd´s lançados e um quarto quase pronto, vocês já começam ter aquelas gostosas dificuldades para a escolha do set list, e aí te pergunto, quais motivos levam para escolher uma música ou outra? E para você quais os fãs vibram mais nos shows?
Joe Martignetti: Canções como Ironhawk são conhecidas pela maioria dos nossos fãs e realmente funcionam. Temos um monte de música e às vezes é um monte de informações para se manter em nossas cabeças. Então pensamos na quantidade adequada de músicas para tocar ao vivo, tentamos incluir um 'mix' de músicas de cada um dos nossos álbuns, e claro, algumas do nosso novo álbum.

Rock On Stage: Vocês já estão estudando a possibilidade de lançar um álbum ao vivo ou mesmo um DVD? Caso positivo, onde ele seria gravado?
Joe Martignetti: Temos alguns shows ao vivo que foram gravados por Lenny Smith. Estamos pensando em fazer um DVD ao vivo ou Blu-ray e que seria especialmente interessante se fosse de um festival ao ar livre em algum lugar como São Paulo, mas, por enquanto ele ainda está na nossa lista de coisas para fazer.

Rock On Stage: Nestes últimos anos alguns dos ícones mais importantes do Rock e Heavy Metal como, por exemplo, Lemmy Kilmister, David Bowie, Keith Emerson e Roye Albrighton nos deixaram. Para vocês teremos uma renovação no Rock e podemos dizer que o Sunrunner faz parte dessa renovação?
Joe Martignetti: Sim, claro. À medida que avançamos mais e mais, as gerações passadas de grandes nomes estão morrendo e os novos talentos estão chegando. Essas lendas do Rock'n'Roll saem de cena para que os sucessores entrem. Esperamos continuar essa tradição do Rock.

Rock On Stage: Você conhece alguma coisa sobre a música brasileira e em especial das bandas brasileiras de Metal? Já chegou a ouvir alguma?
Joe Martignetti: Nós amamos música brasileira, da Bossa Nova ao Samba. Temos ainda estudado a escola rítmica e harmônica que é música brasileira. Conhecemos algumas bandas de Metal do Brasil e todos elas são 'foda'. Por exemplo, nomes como Angra, Viper e Sepultura.

Rock On Stage: Muito obrigado pela entrevista, deixo o espaço livre para você para suas considerações finais, um convite aos fãs e também para enviar uma mensagem aos leitores(as) do Rock On Stage e aos fãs do Sunrunner. Joe Martignetti: No momento em que vocês lerem esta entrevista, saibam que acabamos de chegar ao Brasil e esperamos conhecer alguns de vocês, Metalheads, para tomar uma cerveja e curtir Rock! Escutem nossa música e venham ao show! Obrigado amigos! Por Fernando R. R. Júnior - Rock On Stage Tradução: Carol Manzatti Agradecimentos à Susi dos Santos da Som do Darma Agosto/2016 Links: www.sunrunnermusic.com; www.facebook.com/sunrunnermusic; www.youtube.com/sunrunnermusic e www.minotaurorecords.com.

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