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Entrevista com Samy Elbanna do Lost Society
"A música nunca vai morrer, o Metal definitivamente nunca vai
morrer!"
O
jovem quarteto finlandês Lost Society da cidade de Jyväskylä,
que é composto por Samy
Elbana nos vocais, Mirko Lehtinen no baixo, Arttu Lesonen
na
guitarra e Ossi Paananen na bateria possui apenas seis anos
de atividades e três excelentes álbuns de Thrash Metal: o
Fast Loud Death ( 2013 ), o Terror
Hungry ( 2014 ) e o Braindead
( 2016 ), que são versados na pegada oitentista e estão chamando a atenção
na Europa e também no Brasil, especialmente, após o seu
lançamento do último (
leia resenha ) pela
Shinigami Records em parceria com a Nuclear
Blast Records.
Para conhecer mais do Lost Society e alguns dos
segredos deste novo trabalho, o repórter Fernando R. R.
Júnior do Rock On Stage
conversou com o vocalista Samy Elbanna, que falou
sobre a adoção desta linha mais pura do Thrash Metal, de
influências, da primeira turnê com o Suicidal Angels,
de uma visita no Brasil e vários outros temas, que podem
serem conferidos nas linhas abaixo.
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Rock On Stage: A banda iniciou
sua atividade muito jovem, você Samy, tinha apenas 14 anos,
conte-nos do início do Lost Society, quando foi criado o
ideal, enfim, quando você sentiu a projeto ia se tornar uma
coisa concreta?
Samy Elbanna: Voltando no tempo,
em 2010, eu só tinha uma ideia. Queria começar uma banda com
meus amigos e passar um tempo fazendo isso. Após um ano e
meio tocando em pequenos shows e mudando membros no verão
de 2011, nós finalmente decidimos a formação final e
começamos a gravar nossa primeira demo séria.
Nesse ponto,
eu realmente comecei a sentir que isso seria algo grande.
Pouco depois de tocar em nossos primeiros shows como uma
banda completa e liberando duas demos, assinamos contrato com a
Nuclear Blast Records, que era absolutamente enorme para
nós. Desde então, estamos trabalhando mais do que nunca e
estamos no melhor momento de nossas vidas.
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Rock On Stage: O Lost Society
pratica um Thrash Metal que é matador como nos anos 80,
porém, soube como absorver as influências atuais. Como você
define a pegada da banda?
Samy Elbanna: As
raízes do Lost Society são fortemente fincadas no Thrash
Metal, mas, sempre gostei de trazer muitas outras influências
e estilos musicais para a banda. Quando você ouvir o nosso
material, você pode ouvir um monte de influências cruas de
Metal, provavelmente até mesmo um monte de coisas sobre Punk. Ao escrever canções, nós gostamos de experimentar
coisas diferentes e eu acho que sempre foi um ponto forte
nosso, porque no final do dia, temos a sensação de estar
criando o primeiro álbum, sempre!
Rock On Stage: Em pouco tempo de Lost Society, vocês abriram a turnê do Suicidal Angels, como
foram esses shows e qual a sua importância?
Samy Elbanna: Nossa primeira tour com o Suicidal Angels
em 2014 e foi
incrível para nós. Foi a nossa primeira turnê europeia e as
datas eram loucas, foram de 31 dias e 31 shows! A recepção dos
fãs foi ótima para nós, a multidão parecia conhecer nossas
músicas já! Eu acho que essa turnê realmente mostrou as
pessoas na Europa que o Lost Society está aqui para ficar!
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Rock On Stage: Qual a opinião da
banda para este terceiro registro de estúdio, o álbum "Braindead", que foi lançado no Brasil? E o que você acredita
que ele tem de diferente com relação aos álbuns "Fast Loud
Death" e "Terror Hungry".
Samy Elbanna: Estamos muito orgulhosos do novo trabalho. Todos nós
realmente sentimos que as músicas do disco mostram às
pessoas o que a banda tem. Nós introduzimos um pouco de
novas influências e sons no disco e os fãs podem esperar
isso para os próximos lançamentos também.
A maior diferença
entre os dois primeiros discos e o Braindead é que não
tivemos medo de cair no ritmo e tornar as coisas ainda mais
agressivas. Há algumas melodias no trabalho de guitarra e os
vocais também, o que torna as coisas muito mais
diversificadas. Há muitas coisas novas neste disco, mas, você
também pode definitivamente ouvir que ele mantém a alma do
Lost Society!
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Rock On Stage: A capa de Braindead é de Jan Meininhaus e exibe uma garota trancada e
com o logo da banda marcado nas costas dela. Qual o seu
significado?
Samy Elbanna: Jan realmente fez um grande trabalho
mais uma vez com a arte da capa. O tema do álbum é retratado
muito bem. Basicamente, é uma menina que está completamente
destruída por todas as besteiras acontecendo ao seu redor no
mundo exterior, e realmente tornou-se uma morta-viva, daí o
nome Braindead.
Isso também é mostrado no lado lírico do álbum.
Rock On
Stage: As músicas que eu
mais gostei de Braindead foram "Mad Torture", que se assemelha
ao Slayer, de "Hangover Activation" e "Only (My) Death Is
Certain". Para você quais canções mais te agradaram e como
tem sido a recepção dos fãs e da imprensa com o cd?
Samy Elbanna: De muitas maneiras, eu tenho varias
favoritas neste álbum. Porém, minhas favoritas absolutas são I Am The Antidote
e Riot. Elas realmente mostram as novas influências que
trouxemos ao novo álbum e eu adoro a 'vibe' delas. Também Only
(My) Death Is Certain é uma das melhores para mim, eu acho
que ela é a melhor canção que já fizemos. Ela tem uma 'vibe'
Progressiva muito legal, com vários elementos interessantes.
Rock On Stage: A produção de Braindead é do experiente Nino Laurenne e a masterização de
Svante Forsbäck, como e porque vocês os escolheram para
estes processos?
Samy Elbanna: Desde o primeiro trabalho, Nino tem produzido a banda e
foi uma parte fundamental de todo o processo, e com este
álbum, soubemos imediatamente que nós teríamos que ter Nino
trabalhando conosco, pois, juntos fazemos uma equipe forte. Estamos
muito felizes com o trabalho que ele fez. Svante é o rei da
masterização aqui na Finlândia e é um prazer absoluto
trabalhar com ele!
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Rock On Stage: Estamos perdendo
importantes ícones do Rock e Heavy Metal nestes últimos
tempos, nomes como Lemmy Kilmister, David Bowie, Jimmy Bain.
E nestes últimos dias, Nick Menza. Sabemos que não seremos
eternos, mas, ao ver bandas como o Lost Society posso
acreditar na renovação do estilo. O que você pensa a
respeito?
Samy Elbanna: Este ano tem realmente levado muitos mitos embora, e é
uma grande tristeza, mas é claro que ninguém pode viver para
sempre, mas, a música que fizeram, sim. Eu realmente acho que
a música é uma dessas forças do universo, que sempre
existirá. Há sempre novas bandas impressionantes saindo com
grande material, e essas bandas serão os próximos headliners
dos maiores festivais do mundo. A música nunca vai morrer, o
Metal definitivamente nunca vai morrer!
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Rock On Stage: Você conhece algo
sobre a música brasileira e em especial das bandas
brasileiras de Metal?
Samy Elbanna: Infelizmente, eu não conheço muito sobre a música ou
bandas brasileiras, mas, uma coisa que eu definitivamente sei
é que os fãs são absolutamente incríveis!!!
Rock On Stage:
Justamente minha próxima pergunta, pois, imaginava que você
já tivesse ouvido falar dos brasileiros e dos fãs
sul-americanos. O Lost Society já está planejando uma visita
na América do Sul? E você já tem conhecimento da recepção
de Braindead por aqui?
Samy Elbanna: Temos tentado realmente tocar na América do Sul,
basicamente, desde o primeiro álbum, e esperamos que todos
os nossos fãs incríveis de outros países saibam que, assim
que houver a oportunidade, estaremos lá e faremos um show
incrível porra!!!
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Rock On Stage: O que você pensa
da indústria da música nestes tempos atuais, pois, temos os
downloads ilegais que atrapalham a vida dos músicos, as
plataformas digitais que de certa forma ajudam que as
músicas cheguem aos fãs, além dos que gostam do formato
físico e sempre compram cd´s e camisetas nos shows?
Samy Elbanna: É um fato que a indústria da música nunca vai ser o que
era dezenas de anos atrás. Os gêneros "revolucionarios"
nunca irão vender tantos álbuns como era possível nos anos
80 ou 90. Mas, em muitos aspectos, hoje em dia é mais
possível do que nunca para pequenas bandas levar sua música
ao público, com serviços de 'streaming' e os meios de
comunicação social. O legal é que a maioria dos fãs ainda
apoiam as bandas, compram material e cd's.
Rock On Stage: Que conselho você
daria para um garoto que está lendo esta entrevista e
pensa em montar uma banda de Heavy Metal, como você fez há
alguns anos atrás?
Samy Elbanna: A coisa mais importante para um jovem pensando em
começar uma banda é entender que nunca pode desistir. Se o
seu sonho é ter a maior banda do mundo, você tem que
cumprí-lo à risca, tanto quanto possível e realmente seguir
em frente, mesmo se você não alcançar os resultados
desejados imediatamente. As boas coisas sempre acontecem
quando você tenta.
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Rock On Stage: Quais os planos
para o futuro? Já pensaram em registrar um álbum ao vivo ou
um DVD?
Samy Elbanna: Para este ano teremos algumas turnês. Após a temporada
de festivais, vamos ter algum tempo de pausa e provavelmente
vamos ficar trancados em nosso estúdio, escrevendo material
novo... Eu tenho certeza que em algum momento, quando for a
hora certa, nós vamos sair com um DVD matador ao vivo, que
irá mostrar às pessoas o que é a experiência ao vivo na nossa
visão.
Rock On Stage:
Agradeço-lhe da
entrevista, deixo o espaço para suas considerações finais e
também para uma mensagem aos fãs brasileiros do Lost Society.
Samy Elbanna: O prazer é meu cara! Eu gostaria de agradecer a cada fã
do Brasil pelo apoio incrível. Temos a promessa de vir a seu
belo país o mais rápido possível e mostrar um Thrash Metal
matador! Paz e amor a todos!
Por Fernando R. R.
Júnior Tradução: Carol Manzatti
Agradecimentos à
Gerard Werron Junho/2016
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