Entrevista com o Krisiun

O Krisiun está lançando o seu mais pesado álbum, AssasiNation e também o DVD Live In Armaggedon, ambos pela Century Media Records. Para contar um pouco da história da banda, dos tempos do underground e as novidades deste dois lançamentos, conversei com exclusividade neste início de fevereiro de 2006, com o baterista Max Koslene, que entre outras coisas, diz que este ano, o Krisiun "não deixará pedra sobre pedra", então confiram a entrevista abaixo:

Rock On Stage: Para começar, vou pedir um resumo da trajetória da banda desde o começo no underground porto-alegrense até os dias atuais.  
Max Koslene:
Começamos em Poa, no final dos anos 80, buscando criar um estilo, com influências de Slayer, Sepultura, Dark Angel, Black Sabbath e outras bandas cult do metal. No começo da década de 90 gravamos uma demo ensaio, Mortal Toxic e logo em seguida a demo Evil Age. Mudamos pra São Paulo em 92, começamos a fazer muitos contatos pelo underground do mundo inteiro, trocando muitas fitas e centenas de cartas. Gravamos a demo The Plague, que logo se tornou um split-lp. Depois veio o mini cd Unmerciful Order. Com uma sonoridade muito mais extrema e brutal, o Krisiun foi aos poucos conquistado seu espaço. E com o lançamento do primeiro álbum Black Force Domain, conseguimos um contrato com o selo alemão Gun Rec e começamos as longas turnês pelo mundo inteiro. Definitivamente "Black Force"  foi o disco que abriu as portas para o Krisiun. A Gun Rec lançou mais um disco nosso, o Apocaliptic Revelation e então mudamos para a Century Media, que já lançou quatro discos e um ep do Krisiun, inclusive o AssassiNation, novo mais novo trabalho.  

Rock On Stage: Nas últimas turnês, vocês tem tocado com grandes nomes como o Incantiton, Deicide, Dimmu Borgir ( entre outros ), de que forma isso ajuda a banda e como essa seqüência de shows ajudam para a evolução do som do Krisiun?  
Max Koslene:
 Na minha opinião,  a melhor forma de uma banda evoluir é fazendo turnês, pelo menos foi assim com o Krisiun. Tocar todos os dias, ao lado de grandes bandas, para platéias do mundo inteiro é uma experiência inexplicável. A banda evolui em todos os sentidos, musical, profissional, e o grupo fica mais unido.

Rock On Stage: Conte-nos um pouco sobre o show que originou o DVD Live In Armageddon ( gravado na Polônia ) e também algumas das outras surpresas que estão presentes nele. E teremos uma edição em cd ao vivo também?  
Max Koslene:
O DVD tem um show que gravamos na  Polônia,  no Metal Mind  Festival, ao lado de grandes bandas como Soul Fly, Morbid Angel e Decapitated. O outro, foi gravado aqui em São Paulo no lançamento do
Works of Carnage, ambos foram muito bem gravados, com muitas câmeras e a qualidade sonora também está ótima. Nos extras temos imagens da banda gravando o disco Works of Carnage, e outras cenas  tocando em alguns grandes festivais, como o Wacken, por exemplo. O álbum ao vivo com certeza está nos planos, mas ainda é muito cedo pra saber exatamente quando o faremos.  

Rock On Stage: Como foi gravar o álbum AssassiNation, o álbum mais pesado da banda,com o Andy Classen na Alemanha? E como está sendo a receptividade do disco?
Max Koslene:
O Andy Classen é um ótimo produtor, o cara veste a camisa e se envolve no processo de gravação de corpo e alma. O cara simplesmente matou a pau, ele trouxe ao Krisiun exatamente aquilo que precisávamos – uma gravação pesada, grande, mas com muita clareza e definição e o que é mais importante, os timbres são todos naturais. Acho que a receptividade nunca foi tão boa antes.

Rock On Stage: Ainda sobre AssassiNation, conte-nos um pouco sobre a temática e o processo de composição deste novo trabalho, que basicamente as letras falam sobre morte, guerra, destruição e genocídio. Você destacaria alguma faixa?  ( Particularmente gostei muito da pegada massacrante de Bloodcraft e dos solos fuzilantes de Natural Genocide, também das guitarras de H.O.G. ( House Of God ), Fathers Of Perversion e United In Deception, além é claro das duas canções instrumentais Doomed e Summon ( esta principalmente pela parte da percussão).
Max Koslene:
No álbum AssassiNation, todas as letras foram feitas pelo Alex, mas no geral são idéias  que ele divide com o resto da banda. O processo de composição foi o mais natural possível, a gente se reúne e começa a tocar e as coisas vão fluindo. Lógico que muitas coisas precisam ser definidas antes, como alguns riffs de guitarra mais complicados que o Moyses cria, mas, na hora de construir as músicas é como uma jam session, é tudo uma questão de tocar com feeling e sentir a musica. É muito difícil destacar uma faixa ou outra, pra mim todas estão no mesmo nível.   

Rock On Stage: Hoje o Krisiun se apresenta  para grandes platéias, bem, vocês sentem saudades dos tempos do underground?  
Max Koslene:
 Não vou dizer que sinto saudades, mas tenho muitas boas lembranças, a gente já encarou muita roubada, uma vez tive que improvisar pedestais de prato com cabos de vassoura, a gente tava sempre quebrado, tocando em tudo que é buraco mas sempre nos divertimos muito.  

Rock On Stage: Muitas bandas brasileiras se declaram influenciadas pelo Krisiun, como é para vocês saber que foram responsáveis por um grande fortalecimento na cena Death Metal do Brasil e saber que muitos garotos optaram pelo metal extremo ao ouvir os álbuns do Krisiun?  
Max Koslene:
É uma grande honra, em um país que tá tomado por essa modinha gay emocore e outras veadagens, o Krisiun vem pra mostrar pra essa molecada o que é som de macho, metal de verdade, tem muita bandinha pagando de rockero, mas não passam de um bando de veadinhos.
 

Rock On Stage: Como você avalia a cena Death Metal brasileira em comparação com as cenas americanas e européias e quais reprentantes você destacaria? 
Max Koslene:
 O Brasil tem ótimas bandas representando o nosso metal extremo, como Subtera, Claustrofobia, Abominattion, Abhorence, Korzus, Funeratus, Nephast, e muitas outras pra não falar de gigantes como Sepultura e RDP. Não deve nada pra Europa e Estados Unidos.  

Rock On Stage: Após brindar os fãs com dois grandes lançamentos ( o DVD Live In Armageddon e o álbum AssassiNation ), quais as expectativas para a nova turnê européia entre fevereiro e março e também os planos para o futuro?  
Max Koslene:
Vai ser o estouro da boiada, o Krisiun vai quebrar tudo, não vai ficar pedra sobre pedra.

Rock On Stage: Muito obrigado pela entrevista, que o Krisiun faça muitos headbangers se divertirem em 2006 e peço para que deixem uma mensagem para os leitores do Rock On Stage.  
Max Koslene:
Obrigado a todos pela força!

Mais Krisiun: www.krisiun.com.br
Agradecimentos: Priscila ( Century Media ) e ao Thiago DJ.

Por Fernando R. R. Júnior

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