Rock On Stage: Como surgiu o Midgard?
Kleber: Começou não
como uma brincadeira, mas como qualquer outra banda, porque quando a gente
formou, eu e o antigo membro, a gente já sabia o que queria, tanto eu
quanto ele já estávamos rodados em um monte de bandas; começou com a
gente chamando quem a gente conhecia para tocar sem selecionar. Começamos
a tocar covers para ensaiar e entrosar e fomos desenvolvendo o que já tínhamos
em mente: fazer som próprio. A formação foi mudando, houve tantas
pessoas que nem lembro o nome de todos.
Rock On Stage: Vocês tocam Heavy Doom; qual é a influência
pessoal de vocês que levou a tocarem este estilo?
Kleber: Em primeiríssimo
lugar, Black Sabbath, onde tudo começou, mas desde moleque ouço muito
Candlemass, entre outras bandas, umas nem tão antigas como My Dying
Bride.
É o som que sempre mais gostei de ouvir, mas curto tudo dentro do rock,
até death e black, mas prefiro este tipo de som ( heavy doom ) misturado
com a veia oitentista.
Rock On Stage: Como surgiu o
nome Midgard?
Kleber: Bem,
Midgard é o mundo habitado pelos homens na mitologia nórdica, e como
sempre gostei muito e li muito sobre a mitologia nórdica e, como nós estávamos
procurando um nome para a banda, Midgard foi o primeiro que apareceu. Foi
paixão a primeira vista!
Rock On Stage: Os primeiros shows rolaram em 2000, e já em
2001 vocês abriram para o Helloween em Catanduva/SP, como foi a experiência?
Kleber: Foi bem
louco, porque na verdade foi praticamente o terceiro show da banda e na época
a gente tinha um pessoal bem experiente, então deu pra rolar. Quanto a
experiência em si, o tempo do repertório foi bem curto, foram quatro ou
cinco músicas, na semana do show a gente perdeu um guitarrista, mas foi
uma experiência de vida, né? Foi uma experiência única para cada
pessoa que tocou lá; não teve nada de especial com os caras do Helloween,
o que a gente achou legal foi que os caras estavam do lado do palco
enquanto a gente estava tocando.
Rock On Stage: Das duas demos que o Midgard lançou, a
primeira em 2000, a segunda em 2002, o que vocês acham delas hoje, já
que vocês estarão em breve lançando o álbum completo...
Daniel: Através
da primeira demo da banda que deu pra sacar o som realmente da banda, porque
até então nos shows você vê aquele lance tumultuado e a primeira demo eu
ouvi, achei a banda legal, uma banda promissora. Pra segunda demo, mostrou
que a banda estava no
caminho, uma demo muito bem produzida e foi através destas duas demos que
eu tive de estudar para fazer o teste posteriormente, eu tive que rachar
de ouvir estas duas demos. ( risos ).
Kleber: É a história
da banda, tipo, daqui a dez anos eu vou pegar na mão, no meio das minhas
coisas, lembrar da época que foi gravado tudo isto. A experiência de
gravar foi muito boa e elas foram muito bem recebidas na Alemanha,
Inglaterra, além de países com Austrália que nem sabíamos como chegou
lá. Isto contou mais na primeira demo, pois na segunda a gente parou mais cedo a
divulgação devido a troca na formação. A experiência foi excelente,
foram duas demos muito bem gravadas.
Leandro: Eu achei
muito interessante, mas conheci o som da banda a pouco tempo e realmente
é uma experiência muito boa pra mim, como músico, ter me identificado com o som da banda. Acho que daqui pra frente vai ser muito bom estar com
o pessoal, as demos são muito boas, podemos ver isto pelas resenhas e
estou contente de estar com o Midgard desenvolvendo este trabalho.
Rock On Stage: Quais são suas
influências pessoais?
Daniel: Recebo
influência de todo tipo de música, é um assunto que gosto de estudar.
Obviamente traga influências de Black Sabbath, Iron Maiden, como um bom
banger brasileiro, do Sepultura da época do Morbid
Visions, hoje em dia
acredito que puxo influência de tudo que é lado, desde o metal mais
novo, mas não sei se este é o termo mais apropriado, e sim o metal
oitentista revisitado igual ao Iced Earth, Nevermore que é um som que me
influencia pra cacete, até um sinfonia de Beethoven que tem uma densidade
muito foda, e de forma ou outra, acabo puxando isto para o som.
Kleber: Eu desde
moleque, por volta dos 11 anos, ouço muito Destruction, Exciter, aquelas
bandas de thrash dos anos 80, não ouvia só Maiden, Judas
Priest, Saxon,
mas banda mais underground da época, mas hoje ouço bem Black Sabbath e
Candlemass e por aí vai...
Leandro:
Pelo jeito, é eu que tenho as influências mais diferentes, comecei
ouvindo Guns N’ Roses, Metallica, o mais básico, depois me aprofundei
no Heavy Metal melódico como Stratovarius, Helloween, depois fui para o
Metal Progressivo como Dream Theater, entre outras. Bandas do estilo do
Midgard sinceramente eu não conheço muito, mas também como o Daniel
gosto de música clássica, mas o som que ouço como base é Dream Theater
e Heavy melódico.
Rock On Stage:
( Para Cléber ) Com a
repercussão das duas demos na mídia especializada como a Valhalla, onde
foi apontada pelo redator Welligton Tomasi como a banda revelação de
2002, entre outras publicações, onde foi dito a mesma coisa... o que você
achou das resenhas?
Kleber:
A primeira demo, a “Self liberty” teve uma repercussão espantosa, porque
mesmo sabendo de nosso direcionamento musical, temos nossas metas, ela foi
muito além do que esperávamos. Por exemplo, as maiores revistas
nacionais como a Valhalla, Roadie Crew, Rock Brigade, nós fomos pegando
uma por uma, foi incrível, não esperávamos nem a metade que rolou.
Rock On Stage:
( Para Daniel ) Queria
que você falasse de sua experiência antes do Midgard, principalmente com
o Twilight Zone ( atual Kashimia )...
Daniel:
O Twilight Zone pra mim foi uma experiência fudida, pois foi minha
primeira banda que formamos no colégio, passei 5 anos tocando com os
caras, como não sabia tocar nada e continuo não sabendo, fui cantar ( risos
). Além disto, não precisava gastar com instrumento, foi só
cantar. Na época começamos a escolher os covers que a gente curtia,
independente se sabíamos tocar ou não, começamos a lapidar nosso som,
escrever músicas, isso valeu demais. Fomos tocar em todo que é canto, em
qualquer buraco. Chegou o momento, particularmente triste, pois era a
banda que eu tinha começado, as idéias estavam divergindo-se muito, caí
fora e logo após o Midgard me chamou, pensei que iria passar por umas 20
bandas antes de ver a coisa engrenar, mas foi diferente, estudei as demos
e estamos aí.
Rock On Stage:
( Para Leandro ) E qual é sua experiência antes do Midgard?
Leandro:
Bom, passei por duas bandas antes do Midgard, uma com amigos e tocava
heavy melódico e tradicional, a outra era de thrash metal. Estas duas
bandas me deram certa formação musical e postura de palco, pois a gente
está sempre aprendendo. E tudo que carrego destas duas bandas tento
aplicar no Midgard, fazendo o que eu gosto.
Rock On Stage: Vocês sofreram um
revés, pois o dono da gravadora que iria lançar o CD de vocês
infelizmente sofreu um grave acidente e deu um tempo no negócio. Então
vocês estão procurando uma gravadora uma gravadora para lançar o
“From Ashes...”, como estão estas negociações e como está o álbum
que teve a participação de Ronaldo Simola ( ex-Delpht ) e Alex Dumal (
vocal do Imago Mortis )?
Kleber:
Sobre a gravadora, era um selo independente, e a grana que ele iria
investir na banda está indo para o tratamento de saúde dele. Ele até
falou pra nós se quiséssemos esperar para lançarmos mais pra frente,
mas que vai demorar, então fomos liberados para procurarmos outro selo. Nós
temos alguns que foram além do “mandar material”, e estamos fazendo
contatos, mas não posso dar nenhum pois infelizmente não temos nada
fechado. Sobre as participações, o Ronaldo Simola praticamente dividiu
os vocais com o Daniel no álbum, o Alex produziu o cd, gravou o vocal da
cover do Candlemass, a “Solitude”.
Rock On Stage: Pra finalizar, o espaço
é de vocês...
Daniel:
Queremos divulgar nosso trampo... Algum selo, ouça-nos!!!
Kleber:
Quero agradecer você que está lendo está entrevista e meu recado é:
continue firme em seus ideais, que rola.
Leandro:
Quero agradecer ao Midgard pela oportunidade de juntar-se a eles, e Metal
na veia!
Mais
sobre o Midgard: www.midgardband.cjb.net
Por
Leandro Sartori
Colaborou:
Joyce de Marchi
