O Thram é uma ótima banda de heavy metal de São José dos Campos/SP e o papo que segue-se abaixo rolou no início de julho de 2005. Lucas Godoy, Adriano Bonfim, Gabriel Godoy e Marcus Dotta contam um pouco da história da banda, shows, influências, o nome da banda do álbum Lost Mind e dos planos para o futuro. Confiram:

Rock On Stage: Para começar vamos a origem do nome Thram e um resumo da história da banda, em especial nos anos de 2004 e este primeiro semestre de 2005.
Lucas Godoy:
A Thram começou no começo de 2002 como um projeto meu e do vocalista Adriano. Compomos algumas músicas e na metade de 2003 lançamos a nossa demo para ver no que daria. A partir daí montamos a banda, tivemos uma ótima repercussão com esse trabalho e dedicamos todos os esforços no lançamento do nosso álbum de estréia, Lost Mind, que tem recebido inúmeros elogios e projetado a banda dentro do cenário. Estamos muito felizes com esse resultado.
Adriano Bonfim:
O nome Thram é quase uma brincadeira, ele vem de um riff do Lucas: “Thhhrrraammm” ( risos ).

Rock On Stage: Vocês tiveram uma baixa no final de 2004 que foi a saída do batera Adriano. Porque isso aconteceu e essa baixa chegou a atrapalhar a banda? Foi difícil encontrar alguém para assumir as baquetas?
Gabriel Godoy:
Estávamos tendo problemas com o outro baterista, até em questões de horários e disponibilidade, como consideramos a Thram um trabalho sério, estava se tornando insustentável essa situação. Todos chegamos à um consenso, ele saiu da banda e o Marcus entrou imediatamente, dando uma cara ainda melhor ao nosso time. Tivemos um problema de ficar uns 3 meses parados por causa disso, mas fora isso, tudo melhorou muito.

Rock On Stage: Conte-nos um pouco sobre as influências da banda que vão desde Dream Theater a Pantera.
Adriano Bonfim:
Acho importante uma banda ter influências de várias vertentes do metal, isso valoriza o trabalho e não deixam a banda cair na mesmisse e apelar para coisas tão batidas e clichê hoje em dia. Cada um aqui tem a sua preferência, mas várias bandas são comuns na banda, como Dream Theater e Pantera, que você citou, e isso acaba sendo refletido no nosso som. Outras bandas que podemos citar como influências claras são Nevermore, Sevendust e Fight.  

Rock On Stage: Foi a aglutinação dessas influências que gerou o rótulo de "heavy fucking metal"?
Marcus Dotta:
Exatamente, por causa dessa mistura de influências as pessoas ficavam ávidas para criar um rótulo para a banda. Isso fez a gente ouvir cada absurdo que você não imagina! ( risos ). Então chegamos a uma solução prática! Criamos o nosso estilo e agora não temos problema nenhum com rótulo, pelo contrário, o heavy fuckin’ metal tem chamado muito a atenção do público!

Rock On Stage: Falando do álbum Lost Mind, algumas músicas foram tiradas e outras modificadas com relação ao demo Indignation, em especial na minha opinião, Social Distorcion que mudou um pouco e ficou maravilhosa. Isso aconteceu naturalmente? Enfim, conte-nos como foi o processo de composição para o álbum.
Gabriel Godoy:
Sim, foi uma coisa natural. O demo Indignation serviu como um teste para a banda encontrar a sua identidade. Com o lançamento de Lost Mind já sabíamos bem o que a banda seria dali em diante. Então algumas músicas tiveram essa adequação a proposta do som.  

Rock On Stage: Como está a aceitação do público e da crítica com o cd Lost Mind ?
Lucas Godoy:
Está excelente, já superou as nossas expectativas. Muito em breve terá que ser feita uma nova tiragem do Lost Mind, pois a atual está acabando! As vendas estão ótimas e a imprensa recebeu muito bem o CD, no geral.

Rock On Stage: Como é a recepção do público nos shows da Lost Mind Tour? Tem algum show que vocês destacariam aquela integração perfeita entre banda-público? Se sim conte-nos como foi?
Adriano Bonfim:
Se a recepção do CD está excelente, não tenho palavras para descrever os shows da banda. Fomos tocar em cidades que nunca imaginaríamos estar e encontrávamos pessoas com o CD para autografar, revistas, caderninho... ( risos ) e na hora do show a gente fica na dúvida de quem agita mais, se é a banda em cima do palco ou a galera lá em baixo, tem sido muito gratificante. Show em especial é difícil falar com tantos shows bacanas, mas dois realmente vão ficar marcados. Em abril aqui em São José dos Campos, tinha mais de 1000 pessoas, cantando todas as músicas, batendo cabeça, pulando... cara, você ver isso na sua cidade não tem preço. Outro show que marcou muito foi o Roça N’ Roll em Varginha, no mês de maio, cerca de 2000 pessoas literalmente “levantando poeira”, mexe muito com a banda, por isso acho que foram os dois shows mais legais até agora.

Rock On Stage: Lost Mind foi lançado pela gravadora HFM Records, que é relativamente nova, gostaria de saber até que parte isso ajuda, como estão os trabalhos da HFM Records e os resultados obtidos?
Gabriel Godoy:
Uma gravadora nova, assim como uma banda nova, tem os seus prós e contras, mas estamos plenamente satisfeitos com o trabalho que eles fizeram dentro de todas as limitações que se possa imaginar. Vale ressaltar ainda que eles estenderam a mão pra gente e acreditaram em nosso trabalho, somos muito gratos a eles.

Rock On Stage: Nestes últimos anos tenho notado que a cena underground está relativamente melhor, teoricamente com mais espaço, afinal temos o Brasil Metal Union, vários festivais underground, vocês concordam? 
Acho isso um tanto relativo. Vejo a cena melhorar em algumas cidades, principalmente no interior, mas vejo algumas cidades decair. Acho que estamos em um momento de transição, estamos no meio termo entre underground e profissionalismo. Acho importante o metal ser tratado de uma forma mais profissional, você citou o BMU, e o caminho é esse mesmo.  

Rock On Stage: Essa é especial para o Lucas: como foi ser o produtor do disco? De que forma isso ajudou a banda?
Lucas Godoy:
Eu sempre trabalhei em estúdio, com produções e gravações, então acabou rolando de forma natural. Como eu compus boa parte das músicas, eu sabia exatamente o que queria e o que não queria no cd. Gostamos muito do resultado, mas para o próximo CD não vamos repetir a fórmula. Vamos contratar um produtor que tenha a cara da banda para nos auxiliar em estúdio. É importante você ter uma opinião de quem está de fora, principalmente de alguém que entenda bastante do assunto e vai ser capaz de tirar o máximo de cada um.

Rock On Stage: O que os fãs podem aguardar nos futuros planos do Thram?
Adriano Bonfim:
Vamos seguir com os shows da Lost Mind Tour, queremos tocar em todos os cantos possíveis e em meados de 2006
pretendemos lançar o segundo álbum. Até o fim do ano devemos ter algumas músicas finalizadas e assim que possível entraremos em estúdio. O próximo álbum, claro, será muito pesado e agressivo, assim como Lost Mind.  

Rock On Stage: Obrigado pela entrevista. Que o Thram possa cada vez mais realizar shows e conseguir um enorme sucesso. Deixo o espaço livre para suas considerações finais e uma mensagem aos leitores do Rock On Stage.
Lucas Godoy:
Valeu Fernando! Você e o Rock On Stage sempre nos deram a maior força, somos muito gratos e nunca vamos esquecer! Pra galera que acessa o site e acompanha a banda, visite o www.thram.com, baixe mp3, comente no guestbook, divulgue a banda! Queremos tocar na sua cidade! Fiquem em paz e muito metal na orelha!!!

Mais Thram: www.thram.com e aqui no Rock On Stage com as resenhas do álbum Lost Mind e Indignation.

Por Fernando R. R. Júnior

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