Bilos Rock
Com: The Rounds, Sound Rateio e Grotesco
Espaço Jatobá em Espírito Santo do Pinhal/SP
Sábado, 25 de Novembro de 2017
   

     A junção de Rock'n'Roll e cerveja, provavelmente data desde o surgimento do estilo nos anos 50. E no sábado dia 25 de novembro de 2017 em Espírito Santo do Pinhal/SP tivemos no Espaço Jatobá, uma chácara na estrada para a cidade mineira de Albertina, a primeira edição do Bilos Rock, evento que juntou os vários tipos de chopp, que estão sendo produzidos pelo meu amigo Sérgio Luis Baquer ( mais conhecido como Bacalhau ) e vários projetos de Rock, que estão se firmando cada vez mais na cidade e em algumas outras da região, são eles: o The Rounds, o Sound Rateio e o debutante da noite Grotesco.

    O Espaço Jabotá é um excelente local para eventos, conta com um grande estacionamento e serviu para acomodar os presentes com satisfação. Antes das bandas, o DJ Mario Freire tocou várias músicas clássicas do Rock para ambientar a galera que enquanto chegava e tomavam seus primeiros chopp.

The Rounds

    O The Rounds é um projeto de amigos que participam ( e participaram ) de bandas como Johnny Joe, Barbaria, Garage Machine, O Trio e Bandogs, que nesta data estava composto pelos seguintes músicos: Leonardo Fenólio nos vocais, Renan Tonietti Gonçalves na guitarra, Paulo Sosi no violão e Gustavo Centurion na bateria. Por volta das 19hs, o The Rounds já estava se apresentando com um set list baseado em clássicos do Rock e Heavy Metal, que todos nós gostamos e crescemos ouvindo.

    Na falta de um palco mais estruturado, eles ( e as outras bandas também ) improvisaram e se apresentaram da na área da casa principal do Espaço Jatobá e de frente para a galera conferindo um ar mais intimista ao evento ( porém, com o tempo instável durante a semana, nada melhor que um lugar fechado ). No set list do The Rounds foram tocadas uma mescla de clássicos do Rock Internacional e Nacional, que começou com Dani California do Red Hot Chilli Peppers, Boys Don't Cry do The Cure e Horse With No Name do America.

    A primeira do Rock Nacional foi a boa versão para Até o Fim dos Engenheiros do Hawaii seguida por Bete Balanço do Barão Vermelho e mais uma do The Cure, a Friday I'm Love, que ficaram boas na voz do carismático Leonardo Fenólio e nos riffs de Renan Tonietti, músicos que já tocaram juntos por muito tempo e tem uma interação bastante grande. Ainda neste que posso considerar como 'bloco nacional' tivemos a Malandragem da Cássia Eller, Descobridor dos Sete Mares do mestre Tim Maia e uma que particularmente eu adoro: O Papa é Pop dos Engenheiros do Hawaii.

    A galera aplaudiu cada música e nas seguintes, que foram a Everybody Wants To Rule The World do Tears For Fears, Take On Me do A-Ha, Seven Nation Army do White Stripes e Loosing My Religion do R.E.M. participou mais intensamente, afinal, são sucessos conhecidos, históricos e que tocaram milhares de vezes nas FM's nos anos 80 e 90 ( aliás tocam até hoje, pois, são hit´s certeiros e ótimas músicas ).

    Entretanto, se no início do show o The Rounds estava com uma pegada mais Pop, ou um Rock mais suave e radiofônico, na parte final, eles foram aos clássicos do Rock e aí sim tivemos canções para pular, socar o ar e vibrar mais, pois, tem como ficar parado ouvindo Alive do Pearl Jam, Highway To Hell do AC/DC ( que não deixou de ser uma homenagem ao Malcom Young, falecido dias antes ), N.I.B. do Black Sabbath ( que não adianta... basta ouvir ela ao vivo e já lembro do espetacular show realizado em dezembro de 2016, confira como foi ), Rock'n'Roll/Whole Lotta Love do inigualável Led Zeppelin com destaque ao baterista Gustavo Centurion, que procurou lembrar dos toques do mestre John Bonham.

    Ainda teve tempo para um encerramento com T.N.T. do AC/DC e uma grande participação da galera, a fervorosa Smoke On The Water do Deep Purple cantada por muitos e a explosiva Two Minutes to Midnight do Iron Maiden, onde o Renan Tonietti e o Leonardo Fenólio relembraram dos seus tempos de Halloweed By Mainden - banda tributo ao ingleses que tiveram na juventude - com a presença de Maurício Centurion nas baquetas. Ainda não tinha assistido a um show do The Rounds e esta mistura da experiência de um músico mais velho como o Gustavo Centurion com os garotos Paulo Sosi, Renan Tonietti e Leonardo Fenólio rendendo uma ótima apresentação. Que eles continuem firmes.

Set List do The Rounds

1 - Dani California
2 - Boys Don't Cry
3 - Horse With No Name
4 - Até o Fim
5 - Bete Balanço
6 - Friday I'm Love
7 - Malandragem
8 - Descobridor dos Sete Mares
9 - O Papa é Pop
10 - Everybody Wants To Rule The World
11 - Take On Me
12 - Seven Nation Army
13 - Loosing My Religion
14 - Alive
15 - Highway To Hell
16 - N.I.B.
17 - Rock And Roll/Whole Lotta Love
18 - T.N.T.
19 - Smoke On The Water
20 - Two Minutes To Midnight

Sound Rateio

    O Sound Rateio é um dos projetos paralelos dos integrantes do Garage Machine, que nesta noite contou com Ratinho nos vocais, Matheus Garage e Jeh Firmino nas guitarras, Gu Losano no baixo e Juninho na bateria, que assim como o Garage Machine tem por padrão executar suas versões de várias músicas do Pop/Rock Nacional e algumas internacionais, sendo que o bacana é que nesta banda tem uma certa liberdade para transitar por outras canções que não fazem parte do repertório tradicional do Garage Machine e também a oportunidade de tocar com contam Gu Losano ( que já tocou na banda de Death Metal Desecrated Sphere ) e Juninho ( antigo baterista do Garage Machine ). E como sabemos tocar com outros músicos, aumenta a experiência e pode fornecer outras oportunidades de shows para a banda, o que nos tempos que estamos vivendo é muito importante.

    Desta maneira, o Sound Rateio começou o show com Que Vez do Tihuana, O Que Sobrou do Céu do O Rappa Tudo É Possível, onde a interação de Jeh Firmino e Matheus Garage nas guitarras se tornou evidente e contagiante, assim como a atuação inquieta e sempre cheia de muita energia do Ratinho ao cantar suas letras, que ajuda a conquistar a plateia.

    Naticongo do Natiruts, Proibida Pra Mim do Charlie Brown Jr. e A Feira também do O Rappa foram as seguintes mantendo o clima Rock'n'Roll lá no alto e contando com uma boa participação da galera, que se divertia enquanto tomava outro chopp. Uma das canções que sempre ficam boas quando o Garage Machine a exibe é O Calibre, composta pelo Os Paralamas do Sucesso e neste primeiro Bilos Rock também contou com uma ótima versão, da mesma forma que Há Tempos do Legião Urbana e Anjo do Céu do Maskavo.

    O Rock'n'Roll de Meu Erro, outra da banda Os Paralamas do Sucesso também foi lembrada pelo Sound Rateio e com a presença de Raquel Valdambrini nos backing vocals tivemos a Girassol do Ira!, aliás, uma participação inusitada mas que caiu bem, afinal, o clima de descontração era total. O Charlie Brown Jr. é uma das principais influências no som do Sound Rateio e também do Garage Machine ( basta conferir o estilo de suas composições próprias ) e Tamo Aí Na Atividade provou isso e garantiu uma boa agitação dos presentes.

    Mar de Gente, outra do O Rappa continuou o set do Sound Rateio, que ficou mais fervoroso com A Sua Maneira do Capital Inicial e que foi cantada por muitos, inclusive, com o Ratinho deixando o público completar alguns versos. Anjos e O Tempo Não Para foram as próximas e não adianta, sempre que este sucesso do Cazuza é tocado emociona, que nesta noite teve a presença de Walker Fonseca nos vocais junto ao Ratinho.

    Outra do Charlie Brown Jr. foi a Céu Azul e pouco depois tivemos a versão de Pescador de Ilusões gravada pelo O Rappa, enquanto que estas músicas eram exibidas, muitos de nós também aproveitaram para conversar com os amigos e amigas, que há muito tempo não víamos, pois, apesar da grande maioria morar na mesma cidade, com a correria do dia-a-dia, nem sempre conseguimos nos encontrar e somente oportunidades assim isso é possível.

    Seguindo com a mescla de Rock Nacional, Quinta-Feira do Charlie Brown Jr. também foi lembrada e a adrenalina subiu com Outro Lugar do Detonautas e Tudo o Que Ela Gosta de Escutar do Charlie Brown Jr., onde a atuação do Ratinho fica ainda mais incontrolável ( se ele estivesse com um microfone sem fio.... sabe-se lá para onde iria andar ). Das músicas mais antigas do Rock Brasileiro, eles resgataram o sucesso Tempo Perdido do Legião Urbana e Querem Meu Sangue do Cidade Negra para então voltarem nas mais recentes com Liberdade Pra Dentro da Cabeça do Natiruts e a Mulher de Fases do Raimundos.

    Ainda tivemos tempo para A Cera da banda O Surto e a mais lenta Pais e Filhos do Legião Urbana. Entretanto, o final foi mais explosivo com a Killing In The Name do Rage Against The Machine, que por ser mais voltada ao Heavy Metal e por conta da potente versão que eles realizam ser pesada como se deve... colocou muitos para sacudirem os pescoços ( me incluo nesta ).

    A última do Sound Rateio foi o clássico Enter Sandman do Metallica, que contou com os vocais divididos entre o Ratinho e o Pedrão Araújo ( que já foi vocalista do Rass Dashen e do Blackadder ). Como bis atendendo aos pedidos dos fãs tivemos a Eu Quero Ver o Oco dos Raimundos.

    Foi a primeira vez também que acompanhei um show do Sound Rateio e o projeto paralelo do Garage Machine é muito bom, sendo que classifico como aprovado pela sonzeira que apresentou neste Bilos Rock.

Set List do Sound Rateio

1 - Que Vez
2 - O Que Sobrou do Céu
3 - Tudo é Possível
4 - Naticongo
5 - Proibida Pra Mim
6 - A Feira
7 - O Calibre
8 - Há Tempos
9 - Anjo do Céu
10 - Meu Erro
11 - Girassol
12 - Tamo Aí na Atividade
13 - Mar de Gente
14 - À Sua Maneira
15 - Anjos
16 - O Tempo Não Para
17 - Céu Azul
18 - Pescador de Ilusões
19 - Quinta-feira
20 - De Longe
21 - Outro Lugar
22 - Tudo o Que Ela Gosta de Escutar
23 - Tempo Perdido
24 - Querem Meu Sangue
25 - Liberdade pra Dentro da Cabeça
26 - Mulher de Fases
27 - A Cera
28 - Pais e Filhos
29 - Killing In The Name
30 - Enter Sandman
31 - Eu Quero Ver o Oco

Grotesco

    Após o show do Sound Rateio, por conta do horário um pouco avançado, alguns foram embora, mas, ainda restava uma atração nesta primeira edição do Bilos Rock e o Grotesco, quarteto formado por Niddal na guitarra, Saulo Benedetti nos vocais, Leo Piccoli no baixo e Gonzo na bateria, preparou um set que seria direcionado ao Thrash e o Death Metal, estilos que também existem muitos apreciadores e que por muitas vezes cai muito bem ouvi-los em dias que não são dos mais felizes.

    Desta forma, o Grotesco deu início a sua breve apresentação com New World do Sepultura, que certamente assustou os ouvidos menos acostumados com uma pedrada neste nível, sendo que o vocalista Saulo Benedetti se movimenta bastante e urra com muita raiva cada verso. Logo após, eles tocaram um medley com a versão de Polícia no formato que o Sepultura regravou ( ou seja furiosa ao talo ) com Crucificados pelo Sistema do Ratos de Porão e aí até deu vontade de abrir uma roda ( aliás, até brinquei com meu amigo Gu Losano provocando uma... ). O medley contou ainda com a pancadaça Refuse/Resist do Sepultura e aí havia chegado a hora de sacudir o pescoço e cantar alguns versos.

   Outra banda homenageada pelo Grotesco foi o Pantera com a Month For War em versão bastante agressiva como se espera e a última do breve set foi a destruição contida em Troops Of Doom do Sepultura, onde o Saulo Benedetti dividiu os vocais com o Guilherme ( Pirlo ) mantendo o ambiente de confraternização que eventos assim costumam possuir, só que agora 'descendo a lenha' com este matador Thrash Metal. Aliás, no que posso considerar como bis do show do Grotesco, Niddal - para minha surpresa - assumiu os vocais para cantar junto com Gu Losano outra do Sepultura, a esmagadora Territory.

    Muito boa a presença do Grotesco, que era direcionada ao Death Metal e ao Thrash Metal, o que diga-se de passagem foi importante, pois, assim como os estilos mais conhecidos do Rock Nacional, do Pop Rock, do Rock Clássico, muitos de nós gostamos de sons mais pesados e crus. E quando estava esquentando e estávamos começando a agitar para valer o Grotesco encerrou seu show. Entretanto, mesmo assim valeu a presença no Bilos Rock, que já começou prestigiando várias vertentes do Rock.

Set List do Grotesco

1 - New World
2 - Policia - Cruscificados pelo Sistema - Refuse/Resist
3 - Month For War
4 - Troops Of Doom
5 - Territory

    O Bilos Rock seguiu mais ou menos, a fórmula padrão dos Garagem do Rock ao unir os amigos, bastante Rock'n'Roll em um ambiente gostoso e harmonioso. Mais que isso, como era um evento com cobrança de ingressos, comprovou que existe sim um público consumidor na cidade que necessita de maior atenção dos empresários, produtores, bares e quem está no meio, pois, nós queremos mais eventos relacionados ao Rock e Heavy Metal, sendo que comparecemos sempre que possível. Assim sendo, que tenham mais edições do Bilos Rock, pois, precisamos de mais Rock'n'Roll em Espírito Santo do Pinhal/SP.

 

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos especiais à Armando Medeiros ( Zóio )
pela atenção, oportunidade e credenciamento
Dezembro/2017

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no Espaço Jatobá em Espírito Santo do Pinhal/SP

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