Depois deste começo um tanto
melancólico, vou tentar contar o que aconteceu. Programado para começar
as 18Hs, o evento só foi começar para valer mesmo próximo às
22:00hs, muito tarde para os poucos que lá foram ( fica registrada aqui
também uma crítica ao público que reclama que não tem nenhum festival e quando tem
não aparece - mas também com tantos problemas de organização até que
não perderam muita coisa ).
Das bandas escaladas para este
dia, tínhamos bandas excelentes e que não mereciam tocar num palco tão rústico, para ir no camarim era necessário subir em uma
"escada de cozinha", um desrespeito aos músicos convidados no
festival.
O Incoma, banda de
Andradas/MG, que já estivera presente na primeira edição, fez a
abertura do evento, tocando o mesmo repertório de covers que faz parte do
seu set, agora incluindo também uma música própria. Com covers de Smoke On
The Water do Deep Purple, Britzkrieg Punk dos Ramones
entre outras canções, o
Incoma tenta animar o público presente ( ou seriam testemunhas? ) mas
ainda não está no ponto para isso. Na minha opinião a banda tem de
decidir qual estilo seguirá e ir fundo nessa decisão, não ficando somente
nos covers.
Apesar dos problemas o
festival foi seguindo pela competência dos músicos presentes, que mesmo
com pouca gente foram realizando belos shows. O que não foi diferente com
a entrada do Lothloryen, de Machado/MG, que fez um show muito bom, com
belas melodias e mostrando toda a influência da obra de J. R. R. Tolkien
no seu set. A cover de Bright Eyes do Blind Guardian foi um momento
magistral do Lothloryen, que mostra que a banda tem de fechar com uma
gravadora logo, haja visto que eles apresentaram várias músicas do
próximo cd da banda, como: Anamarie ( Deus em Elfo
), Doc Flames, Lothloryen - música que dá o nome da banda e está no primeiro
CD, a bela balada Sunday também do próximo álbum e fechando o set com
Perry Manson do Ozzy Osbourne num cover realmente de primeira. Foi tão
boa a apresentação do Lothloryen que até se conseguia esquecer dos
problemas que estavam acontecendo ao redor.
Passados alguns momentos
para a troca dos músicos, chega a vez do Mad Dragzter de São
Paulo/SP, entrar no palco e
mostrar porque é uma das melhores bandas de thrash metal no momento. Os
paulistanos detonam as músicas do seu cd de estréia Strong Mind. Foi um
show coeso, forte, enfim um show para destruir todos os pescoços que
estavam afim de banguer mesmo. O Mad Dragazter foi uma das bandas que me
motivaram para curtir esse festival em Andradas e realmente foi duca a
apresentação.
Já eram mais de 1 da
manhã, é chegada a hora de rever os meus amigos do Hellish War, banda de
Campinas/SP que mandou um set alternando músicas do primeiro cd Defender
of Metal e músicas do próximo cd da banda Heroes of
Tomorrow, entre
elas: Destroyer, Metal Forever, Killers num cover matador do Iron
Maiden, seguindo com Defender Of Metal, Gladiator, Razors e fechando com
We
are living for the Metal. Foi muito bom matar as saudades de um power
metal fantástico que o Hellish War faz, rever os belos duetos de guitarra
de Daniel Job e Vulcano, capitaneados pela voz de Roger
Hammer.
O Transfixion, banda
de Santo André/SP, não
compareceu no festival pelo fato que o batera da banda machucou a perna, ficando escalado para o seu lugar o Seventh Seal, que não veio devido a
problemas com o transporte da banda para o local do show, não sei o que foi combinado, mas no final foi até sorte das duas
bandas não estarem presentes.
Mais tínhamos ainda
duas bandas para essa complicada noite: o Death Slave de Limeira/SP e o
Crystal Lake de Leme/SP, e infelizmente, numa altura dessas do
campeonato, já era mais de 2:30 da manhã, não tinha praticamente
ninguém no Pavilhão do Vinho em Andradas/MG, e somente nós, alguns músicos
de outras bandas e mais algumas testemunhas. Após algumas músicas, entre
elas um cover de Hail and Kill do Manowar, o Death Slave
encerra o show,
mas o motivo não era só a falta de público, a polícia passou por lá e
dizendo que já havia vencido o horário do alvará para uso do local.
Resultado: o Death Slave com o show encerrado pela metade, e
pior para o
Crystal Lake que não pode nem se apresentar. Nas palavras de um membro da
banda : " pôxa ... mesmo com praticamente ninguém nós queríamos
tocar !!! " ( não me recordo quem falou isso, realmente é uma
pena todos esses erros ).
Depois do show do Hellish War
e o tempo que o Death Slave ficou no palco, nós do Rock On Stage fizemos
uma entrevista com o pessoal do Mad Dragzter, e foi um bate papo bem
legal, em breve vocês estarão conferindo na seção de Entrevistas.
Após a entrevista, ficamos conversando sobre um monte de coisas bem informalmente com a galera do
Mad Dragzter e um pouco com o pessoal do Hellish War, confesso que
foram muitas risadas além, é claro, de algumas coisas úteis.
Para o público que não
esteve presente fico pensando se o grande problema foi a divulgação do
evento ou a proximidade ao show gratuito do Sepultura no domingo em Campinas/SP ou
outro problema qualquer. Para a organização do evento, é preciso
ser mais profissional quando se escolher um lugar, ter condições para
ter um palco melhor, combinar as coisas direito, e não fazer um evento
desses achando que é só trazer bandas de grande qualidade e pronto, já está tudo
feito. É preciso suar a camisa mesmo, correr atrás, ralar, enfim fazer
um festival de heavy metal não é uma tarefa fácil.
Para mim,
valeu pelo papo informal pós show, pelas apresentações do Lothloryen,
Hellish War e Mad Dragzter, que ignoraram todos os problemas
( público, estrutura e outros ) e foram super
profissionais fazendo grandes shows, não coloco o Death Slave nessa
lista porque, como disse, infelizmente eles nem tiveram tempo direito para mostrar tudo que tenho
certeza, são capazes de fazer.
Aos amigos de Andradas,
se optarem por realizar mais uma edição do Andradas Power Metal, que
seja melhor pensada, estruturada e divulgada, com isso quero ter o prazer
de escrever uma resenha contando que fui num dos melhores festivais do ano
( essa era minha expectativa para essa noite ).
Por Fernando R. R. Júnior