2o Andradas Power Metal
 
com: Incoma, Mad Dragzter, TransfixionHellish War, Lothloryen e Death Slave

Pavilhão do Vinho - Andradas/MG - dia 04 de setembro de 2004

    Bem amigos do Rock On Stage, gostaria de começar esta resenha só elogiando o pessoal de Andradas/MG por conseguirem chegar ao segundo festival de Metal no mesmo ano. Porém, infelizmente muitos erros aconteceram, alguns repetidos da primeira edição ( leia resenha ) e outros novos. Apesar da boa vontade dos organizadores, nem sempre as coisas acontecem da forma que todos gostariam, o que nos mostra que para organizar um evento não é necessário ter apenas boa vontade, tem de se trabalhar muito, correr atrás mesmo, caso contrário acontece o que aconteceu.   

    Depois deste começo um tanto melancólico, vou tentar contar o que aconteceu. Programado para começar as 18Hs, o evento só foi começar para valer mesmo próximo às 22:00hs, muito tarde para os poucos que lá foram ( fica registrada aqui também uma crítica ao público que reclama que não tem nenhum festival e quando tem não aparece - mas também com tantos problemas de organização até que não perderam muita coisa ).

    Das bandas escaladas para este dia, tínhamos bandas excelentes e que não mereciam tocar num palco tão rústico, para ir no camarim era necessário subir em uma "escada de cozinha", um desrespeito aos músicos convidados no festival.

    O Incoma, banda de Andradas/MG, que já estivera presente na primeira edição, fez a abertura do evento, tocando o mesmo repertório de covers que faz parte do seu set, agora incluindo também uma música própria. Com covers de Smoke On The Water do Deep Purple, Britzkrieg Punk dos Ramones entre outras canções, o Incoma tenta animar o público presente ( ou seriam testemunhas? ) mas ainda não está no ponto para isso. Na minha opinião a banda tem de decidir qual estilo seguirá e ir fundo nessa decisão, não ficando somente nos covers.

    Apesar dos problemas o festival foi seguindo pela competência dos músicos presentes, que mesmo com pouca gente foram realizando belos shows. O que não foi diferente com a entrada do Lothloryen, de Machado/MG, que fez um show muito bom, com belas melodias e mostrando toda a influência da obra de J. R. R. Tolkien no seu set. A cover de Bright Eyes do Blind Guardian foi um momento magistral do Lothloryen, que mostra que a banda tem de fechar com uma gravadora logo, haja visto que eles apresentaram várias músicas do próximo cd da banda, como: Anamarie Deus em Elfo ), Doc Flames, Lothloryen - música que dá o nome da banda e está no primeiro CD, a bela balada Sunday também do próximo álbum e fechando o set com Perry Manson do Ozzy Osbourne num cover realmente de primeira. Foi tão boa a apresentação do Lothloryen que até se conseguia esquecer dos problemas que estavam acontecendo ao redor.

    Passados alguns momentos para a troca dos músicos, chega a vez do Mad Dragzter de São Paulo/SP, entrar no palco e mostrar porque é uma das melhores bandas de thrash metal no momento. Os paulistanos detonam as músicas do seu cd de estréia Strong Mind. Foi um show coeso, forte, enfim um show para destruir todos os pescoços que estavam afim de banguer mesmo. O Mad Dragazter foi uma das bandas que me motivaram para curtir esse festival em Andradas e realmente foi duca a apresentação.

    Já eram mais de 1 da manhã, é chegada a hora de rever os meus amigos do Hellish War, banda de Campinas/SP que mandou um set alternando músicas do primeiro cd Defender of Metal e músicas do próximo cd da banda Heroes of Tomorrow, entre elas: Destroyer, Metal Forever, Killers num cover matador do Iron Maiden, seguindo com Defender Of Metal, Gladiator, Razors e fechando com We are living for the Metal. Foi muito bom matar as saudades de um power metal fantástico que o Hellish War faz, rever os belos duetos de guitarra de Daniel Job e Vulcano, capitaneados pela voz de Roger Hammer

   O Transfixion, banda de Santo André/SP,  não compareceu no festival pelo fato que o batera da banda machucou a perna, ficando escalado para o seu lugar o Seventh Seal,  que não veio devido a problemas com o transporte da banda para o local do show, não sei o que foi combinado, mas no final foi até sorte das duas bandas não estarem presentes.

    Mais tínhamos ainda duas bandas para essa complicada noite: o Death Slave de Limeira/SP e o Crystal Lake de Leme/SP, e  infelizmente, numa altura dessas do campeonato, já era mais de 2:30 da manhã, não tinha praticamente ninguém no Pavilhão do Vinho em Andradas/MG, e somente nós, alguns músicos de outras bandas e mais algumas testemunhas. Após algumas músicas, entre elas um cover de Hail and Kill do Manowar, o Death Slave encerra o show, mas o motivo não era só a falta de público, a polícia passou por lá e dizendo que já havia vencido o horário do alvará para uso do local. Resultado: o Death Slave com o show encerrado pela metade, e pior para o Crystal Lake que não pode nem se apresentar. Nas palavras de um membro da banda : " pôxa ... mesmo com praticamente ninguém nós queríamos tocar !!! " ( não me recordo quem falou isso, realmente é uma pena todos esses erros ).

   Depois do show do Hellish War e o tempo que o Death Slave ficou no palco, nós do Rock On Stage fizemos uma entrevista com o pessoal do Mad Dragzter, e foi um bate papo bem legal, em breve vocês estarão conferindo na seção de Entrevistas. Após a entrevista, ficamos conversando sobre um monte de coisas bem informalmente com a galera do Mad Dragzter e um pouco com o pessoal do Hellish War, confesso que foram muitas risadas além, é claro, de algumas coisas úteis.

    Para o público que não esteve presente fico pensando se o grande problema foi a divulgação do evento ou a proximidade ao show gratuito do Sepultura no domingo em Campinas/SP ou outro problema qualquer.  Para a organização do evento, é preciso ser mais profissional quando se escolher um lugar, ter condições para ter um palco melhor, combinar as coisas direito, e não fazer um evento desses achando que é só trazer bandas de grande qualidade e pronto, já está tudo feito. É preciso suar a camisa mesmo, correr atrás, ralar, enfim fazer um festival de heavy metal não é uma tarefa fácil.

    Para mim, valeu pelo papo informal pós show, pelas apresentações do Lothloryen, Hellish War e Mad Dragzter, que ignoraram todos os problemas ( público, estrutura e outros ) e foram super profissionais fazendo grandes shows, não coloco o Death Slave nessa lista porque, como disse, infelizmente eles nem tiveram tempo direito para mostrar tudo que tenho certeza, são capazes de fazer.

    Aos amigos de Andradas, se optarem por realizar mais uma edição do Andradas Power Metal, que seja melhor pensada, estruturada e divulgada, com isso quero ter o prazer de escrever uma resenha contando que fui num dos melhores festivais do ano ( essa era minha expectativa para essa noite ).

Por Fernando R. R. Júnior

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