2o Metal Heart Festival
Com: Soul River, Bloody, Oligarquia, Comando Nuclear, Dominus Praelii e Claustrofobia.
Parque Santa Maria - Jaguaríuna/SP, 02 de dezembro de 2007   

     O festival Metal Heart chega a sua segunda edição neste ano de 2007 ( a primeira foi em 2004 ), e desta vez o time escalado para quebrar tudo no festival foi o seguinte: Soul River, Bloody, Oligarquia, Comando Nuclear, Dominus Praelii e para encerrar com fúria total,  o Claustrofobia. O organizador é o apresentador Renato Orsi do programa de rádio Metal Heart ( no ar todo domingo pela Estrela FM 94,5 das 19:00hs às 20:00hs ), e já registro aqui os meus parabéns a ele e à todos que ajudaram realizar um festival underground com bandas de alto nível.

 Soul River

    Os paulistas do Soul River fizeram a abertura do festival pouco mais das 14:45 com sol a pino, fervendo os headbangers. O forte calor fez que muitos ficassem nas sombras que haviam no Parque Santa Maria e não fossem conferir de perto a apresentação do Soul River. Independente disso, Andherson Alves nos vocais, Andreas Igor e Francisco Souza  nas guitarras, André Rudge no baixo e Marcos Paulo na bateria, aproveitam o seu tempo para firmar a nova formação e para exibir Redeemer, o demo cd recém lançado pela banda.

    Abrindo com Fallen Souls, o Soul River mostrou que tem uma boa postura no palco. O show segue com Redeemer, Empty Eyes e Spawn, quando acontece um problema com a banda, uma das peles da bateria se rompe e faz o show parar por alguns minutos. Resolvido os problemas, eles voltam com com Nevermore, The Soul River e fecham sua participação no festival com Walls Of Glass e Sparrows. O heavy metal praticado pelo Soul River foi um bom aquecimento para o que estava por vir ainda e deixou uma boa impressão para a comunidade headbangers da região.

Bloody

   Enquanto o palco era arrumado para que Paulo Tuckumantel ( vocal ), Fábio Bloody ( guitarra ), André Tabaja ( baixo ) e Luis Coser ( bateria, que literalmente matou a pau ) começassem o seu show, tínhamos o tempo necessário para tomar uma cerveja e conversar com os amigos, e às 16:15 o Bloody sobe ao palco para mostrar seu thrash metal oitentista com influências de Slayer e apresentar ao público de Jaguariúna várias novas músicas do disco Engines Of Sins, que está em fase final de produção.

     Mostrando que energia não vai faltar neste novo trabalho, o quarteto executa as músicas Bloody Machine e Kill The Order ( esta última é daqueles thrashs que pegam fogo mesmo ), ambas do vindouro novo trabalho, o Bloody exibe uma competente artilharia sonora especialmente na guitarra de Fábio e do já citado Luis Coser na bateria. Do primeiro cd Slow Death ( leia resenha ) eles mandaram Real Vision, criando uma grande empolgação da galera que abriu várias e várias rodas durante o set do quarteto.

    A principal idéia do Bloody era mostrar as músicas do novo trabalho, e em seguida, tocaram Forbidden Words, The Outcome e No Pay, No Gain ( esta última dedicada aos safados que enriquecem nas custas do povo ). Essas canções serviram para perceber que a banda está mais pesada, precisa, com uma ótima pegada e preparando um disco que recomendo vocês a conhecerem. Mais duas do Engine Of Sins com Invisible Faith e Forsaken By The Gods, dois thrashs para detonar os pescoços dos headbangers presentes. Voltando ao cd Slow Death temos a cadenciada Inquisition que criou uma ótima interação entre banda e público, fazendo várias vozes cantarem juntos com Paulo Tuckmantel. Com apresentações assim e com a sede que o Bloody possui, se preparem meus caros leitores(as) para uma eficiente destruição completa.

Oligarquia

    E se a coisa já ficou pesada com o show do Bloody, com a banda seguinte fomos levados para o death metal old school que Alex Sandro Chiovitti - vocais e guitarra, Guilherme Sorbello Lopes - guitarra e backing Vocals, Ártour Barbosa de Queiroz - Baixo e Panda Reis - Bateria do Oligarquia prepararam para o 2o Metal Heart.  E a forte pegada dos paulistas já foi sentida com a força das guitarras como pudemos acompanhar nas canções O.R.A. e Between The Mask And Beliaf ( destaque para o uso da alavanca nos solos ).

    Depois o Oligarquia vem com Crucial Moment do cd Nechropolis e tenho que frisar o trabalho do baixo de Artour  - literalmente estava possuído pelo demônio!!! O show não tem pausas e é porrada em cima de porrada, de forma que a veloz Suffering And Ashes vem para que as rodas sejam novamente abertas. Cadenciando em linhas pesadas, chega a vez de Hiroshima e de You Kill Again ( esta do álbum Humanavirus ) uma verdadeira usina de força a serviço do metal. Em seguida o Oligarquia apresenta a extrema Real Nightmare do primeiro cd Nechropolis e Marching To The War. E ainda teve tempo para petardos como Syndrome Of Terror, Enslave ! Synonyn Of Money... e Forget, Hate Pain And Greed. Tenho certeza que os headbangers presentes gostaram do resgate da antiga Agony e da nova Ignorance Prevails. Para encerrar Ecstasy com seus cadenciados e marcantes riffs. Valeu Oligarquia!!!!

Comando Nuclear

    A próxima atração do festival era o Comando Nuclear, banda formada por Rodrigo Exciter no baixo, Ron Cygnus nos vocais, Filippe Lawmaker na guitarra e Erick MadDog na bateria e embora a banda seja relativamente nova, a sonoridade que eles apresentaram no evento foi calcada no heavy metal brasileiro dos anos 80, tanto que parecia que estávamos diante de bandas da histórica coletânea SP Metal tais como Vírus, Korzus, Centúrias. A primeira do set foi Chamado ao Combate, um heavy rápido que empolga a galera e foi seguida por Comando Nuclear.

    Vale lembrar que o quarteto utilizou-se de todos os clichês do passado: como solar ao lado do vocalista ( aliás Ron Cygnus não parava quieto um instante ), braceletes, jaquetas de couro; o vocal Ron ajoelhava no palco trazendo mais feeling à sua performance, enfim, coisas que marcam mesmo um show.

    Depois tivemos Vingança Metal ( aclamada pela galera que cantou junto ) e a nova Unidos Pelo Metal com seus fulminantes riffs, uma prova que o Comando Nuclear está preparando um ótimo novo disco. Outro destaque do show foi Caçada Mortal aos Falsos e como é bom ouvir aquele heavy metal dos oitenta novamente e lembrar toda a magia que envolveu essa década, só que tocado por uma banda recente.

    Mestre das Mentiras exibiu longos riffs na guitarra de Filippe Lawmaker e fortes agudos nos vocais de Ron, que interagia e contagiava a platéia a cada instante. Batalhão Infernal teve até pausa para que Ron comandasse o agito com os bangers. Com direito a digitações na guitarra de Felipe tivemos a nova Guerreiros da Noite, outro ótimo som que mais uma vez esbanjou energia. O Comando Nuclear fecha o seu set com Resistir que foi longamente pedida pelos fãs da banda. Parabéns ao Comando Nuclear pelo excelente resgate de mais de 25 anos do heavy brazuca !!!

Dominus Praelii

     A atração seguinte foi o Dominus Praelii - que ao lado do Claustrofobia era uma das mais aguardadas pelos headbangers -  e os paranaenses sobem no palco do Metal Heart Festival pouco mais das 19:20. O quinteto formado por Evandro Romero e Silvio Rocha nas guitarras, R.Pigatto nos vocais, Rene Warrior no baixo e Wanger na bateria exibiu o porque do rápido crescimento da banda e também do sucesso da extensa tour do cd Bastard and Killers, que percorreu toda a América do Sul. E foi justamente com duas faixas deste álbum que foi aberto o set desta banda de Londrina/PR, sendo elas:  Battle Of Stanford Bridge e Hasten´s Mistake, sons que os fãs adoraram a cada nota, quem gosta de Manowar se identificou com a banda. Depois exibiram três canções do primeiro disco Holding The Flag Of War com Khan´s Warriors, Cold Winds e Khan´s Legacy que levam os fãs a uma agitação plena ao ver os solos da dupla Evandro Romero e Silvio Rocha.

    Em seguida eles tocam Grinder ( cover do Judas Priest  ) que também está no segundo cd e claro, este clássico do heavy Metal foi um grande momento do show do Dominus Praelii. Knight Of The Silver Moon em uma execução primorosa foi a seguinte, Raise Your Axe em mais outro profundo momento metálico e encerrando o set com Hard Deadly Wheels, dedicada aos motoqueiros. Realmente o Dominus Praelii deixou uma imagem de muito talento e qualidade em nossa região.

Claustrofobia

    Eram pouco mais de 20:30 quando o Claustrofobia subiu no palco para encerrar o 2o Metal Heart Festival, e para quem ficou até o final - afinal, dia seguinte era segunda e headbanger tem de trabalhar -   foi levado a mais uma insana apresentação dos lemenses que estão divulgando o cd Fulminant.

    Marcus D´Angelo - guitarras e vocais, Alexandre De Orio - guitarra, Daniel Bonfogo - baixo e Caio D´Angelo na bateria começam a apresentação com Disorder And Decay, seguida por Witness e Insane Reality - thrashs executados com toda a velocidade e técnica acumuladas nestes quase 15 anos de banda - talvez nem seja preciso dizer que a apresentação dos caras causou uma euforia enorme entre os presentes resultando em uma explosão de rodas e headbanging sem parar.

        E como headliner do evento o Claustrofobia aplicava porrada em cima de porrada, como foram os casos de Condemned, Roots Of Disease e Reality Show  ( com letra dedicada a todo esse lixo televisivo que é o BBB ). E o Claustrofobia emendou a antiga Terror And Chaos - que não deita ninguém parado -  com a nova Evil University, música que Marcus canta com muita fúria nos vocais a letra sobre as escolas do crime que são as penitenciárias brasileiras. Do Fulminant tivemos Selva Urbana e Be Buried Alive que foram tocadas na seqüência. Sem deixar a adrenalina baixar, o Claustrofobia executa dois hits da banda com Paga-pau e Eu Quero É Que Se Foda, momento que Marcus brinca com o público dizendo que não pode falar palavrão... ( sei...tá certo!!!... mas, tem horas que tem que falar mesmo... ). Foi importante quando ele fez questão de chamar o organizador Renato Orsi para agradecê-lo no palco pela atitude de montar um festival como este. Em tempo, além de elogiar o organizador, Marcus elogia todos os presentes, as bandas, enfim, todos que fazem o heavy metal acontecer no interior de São Paulo.

    Se parasse por aí com certeza os fãs já iriam embora felizes, mas o Claustrofobia ainda tinha na agulha três pauladas excelentes: um cover para Beneath The Remains do Sepultura -  um êxtase para os fãs - Thrasher e Enemy antes da tradicional pausa para o bis.

    E retornando rapidamente no palco aos berros de Claustrofobia..Claustrofobia..!!!. eles tocam mais uma nova, agora com Our Blood e para fechar, dois covers:  Vida Animal/Aids, Pop, Repressão dos Ratos de Porão e Desperate Cry do Sepultura - preciso contar como foram as rodas de empolgação que surgiram com esses músicas?- Parabéns pelos 15 anos e longa vida ao soberbo thrash metal do Claustrofobia.

      E o saldo final do 2o Metal Heart Festival foi com certeza bem positivo com mais de 2.000 headbangers unidos sobre a mesma bandeira: curtir o heavy metal no mais alto volume!!!. Que venha a 3a edição do festival mantendo toda essa crescente qualidade. E um viva para a prefeitura de Jaguariúna que apóia eventos de heavy metal, o que é uma raridade em se tratando de Brasil.

Por Fernando R. R. Júnior

  Galeria de Fotos do 2o Metal Heart Festival

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