3o Pinhal Rock Festival
Com:
 Odius, Doctor Rock, Cruscifire e Sarna, Doctor Rock   
Sábado, dia 05 de dezembro de 2009 no GPEA
Espírito Santo do Pinhal/SP

    Neste ano de 2009, o underground pinhalense nunca esteve tão agitado, pois tivemos festivais como o Arena Rock, o America Rock Fest e o ressurgimento do Independência Rock Bar que sempre tem apresentando bandas de rock, além da segunda edição do Pinhal Rock Fest ( leia resenha ).  E para fechar o ano, o terceiro Pinhal Rock Fest, que infelizmente não teve um grande público, mas ao menos exibe que a força do rock/metal sobrevive na cidade.

    Desta vez a intenção do organizador do evento Dario foi de realizar uma edição mais voltada ao metal extremo e além de sua banda, o Odius ( metalcore ), haviam no cast o Haddon ( thrash metal ), o Sarna ( Metal/HC ), o Cruscifire ( death metal ) e o Teatro Vermelho ( metalcore ). Porém, algumas mudanças de última hora aconteceram: o Haddon não compareceu devido à problemas com o baterista Mauro - substituídos competentemente pelos pinhalenses do Doctor Rock - e o Teatro Vermelho também não esteve no evento. Entretanto, as quatro bandas fizeram os poucos representantes dos headbangers da cidade balançarem seus pescoços e mostrarem toda energia no subsolo do G.P.E.A.

 

Victor Angelotti do Cruscifire

Odius

    A banda pinhalense Odius é composta de Dario Carvalho nos vocais, Rafa Lozano no baixo, Gu Lozano na guitarra e Saulo Benedetti e aproveitou a oportunidade no festival para realizar o pré lançamento do cd Fé Cega.  O metalcore do Odius foi esteve presente em músicas próprias como "Revolta", "Vejo Caos", "Supremacia", "No Exit", "Decadencia", "False Dream", "Fé Cega" e "Desgraça" e segundo os comentários do público, foram matadoras e detonantes. Uma pena que cheguei após a apresentação do quarteto, pois queria ver essa fúria ao vivo.


Doctor Rock

    O Doctor Rock continua investindo em grandes clássicos do rock/heavy metal e mantém o público nas mãos quando estão no palco. Mesmo enfrentando problemas com o microfone e a falta de retorno no palco, Alencar nos vocais, Guizão na guitarra, Murilo no baixo e Gustavo na bateria fazem a alegria dos presentes no festival com grandes hits como Panama do Van Halen, Wratchild do Iron Maiden, All Right Now do Paul Rodgers quando tocava no Free, inclusive a versão do Doctor Rock para está música ficou ótima e garantiu muita vibração.

     Dois momentos bastante positivos do set do Doctor Rock foram: Barracuda do Heart, um hard rock de primeira muito bem tocado pelo quarteto e Tatooed Millionaire do Bruce Dickinson que foi cantada por muitos da diminuta plateia. Depois executam Crazy Train do Ozzy Osbourne e atendendo à pedidos deste que vos escreve tocaram uma do AC/DC, surpreendendo a mim e a todos com Rock´n´Roll Train do AC/DC, seguida por Don´t Talk To Strangers do Dio, Powerslave ( Iron Maiden ) em versão demolidora e Wholla Lotta Love ( Led Zeppelin ). Atendendo à pedidos da galera encerram com Wasted Years do Iron Maiden e N.I.B. do Black Sabbath. Que a entrada do Murilo no Doctor Rock traga as condições necessárias para que brevemente, além de executar brilhantemente estes clássicos, eles criem suas próprias composições.

Cruscifire

    O trio de Atibaia/SP veio até Pinhal para exibir seu vigoroso death metal influenciado por nomes como Sepultura, Slayer e Cannibal Corpse. Na bagagem, Victor Angelotti baixo e vocais, Caio Angelotti guitarra e Ricardo Cari na bateria, trouxeram músicas do demo A New Bloody Day e também do vindouro Chaos Season ( que será o primeiro full leght do trio ). Assim eles abrem com a destruidora Chaotic e seguem com a violenta A Letter For My Enemy que é responsável por uma pequena, mas forte roda de empolgação aberta no G.P.E.A..

    O Cruscifire não veio até aqui com a intenção de deixar os fãs parados e mandam em seguida The Chaos Season e Valley of Suicidal. O legal de um show assim é que o trio não dá descanso mesmo, provando isso tocaram uma sequencia com músicas explosivas como "A New Bloody", "Finish Him", "Smash Your Head" e fecham Sons of Disgrace, ou seja foi "porradaria pra todo lado", e o melhor, com muita técnica e capacidade. Eles fizeram um set curto é verdade, afinal, vendo o número reduzido na plateia, eles provavelmente encurtaram sua performance, porém, deu para ver que o trio está melhor, mais preciso e sabe realizar um show que honra as hordas e as tradições do death metal.

Sarna

    Fechando o 3º Pinhal Rock Festival, tivemos a banda Sarna de Espírito Santo do Pinhal/SP formada por Zefu na batera, Zambardi na guitarra, Parnélis no baixo, Herman e Marcião no vocais.  O quinteto que investe no new metal com hardcore e dentro de sua proposta faz um show pesado, com muitos gritos da dupla de vocalistas, além de solos distorcidos da guitarra de Zambardi e com o Gordo tocando com tanta força que parecia que ele desejava destruir seu kit de bateria.

    Como disse ao longo desta resenha, o publico foi bem reduzido, com certeza, o menor das três edições, talvez culpa do Enem que aconteceu no final de semana do festival ou ainda, que a galera de Espírito Santo do Pinhal, em geral, não esteja preparada para bandas que investem em metal extremo. Entretanto, o que tenho percebido, bandas de heavy metal e hard rock quando se apresentam por aqui, atraem um público bem maior, então, não estou sugerindo que se fechem as portas para o thrash, death e outros estilos mais pesados, mas que seja feita uma mescla nos festivais e não ficarmos condicionados apenas aos ramos mais extremos como foi o caso desta noite ( se não fosse a falta do Haddon, não teríamos nenhuma banda voltada ao hard rock e heavy metal ), até porque, não adianta nada realizar festivais com público minguado, é ruim para as bandas e pior para a cena underground da cidade. Este fato me leva a perguntar: cadê o pessoal que sempre pede que tenham bandas de thrash/death metal nos festivais? Em todo caso, ponto para a iniciativa de se realizar o festival, mas novas estratégias devem ser realizadas para que nas futuras edições possamos ver muitos mais headbangers no Pinhal Rock Fest. Quem sabe com a insistência na cena rock/metal da cidade, os objetivos não sejam alcançados?

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2009

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