Choose Your Side Festival Segunda Edição
com:
Hippie Hunter, Death Crew, Oblivion,
 Dead Flowers
e Soldier

Local: Café Zin Rio Branco/AC Data: 23/10/2005
 

    O Choose Your Side Festival é um projeto que tem como principal objetivo divulgar o heavy metal como manifestação artística e cultural, mantendo intercâmbio cultural entre bandas de diversos estados brasileiros. O evento teve sua primeira edição realizada em 2001 na cidade de Poços de Caldas/MG, e teve participação das bandas Syndrome (SC), Delpht ( SP ), Dream Healer ( AC ), Opera ( SP ) e Sky Symphony ( MG ). E visando manter esta mesma proposta, a segunda edição ocorreu no Acre, no dia 23 de outubro último, com as bandas Hippie Hunter ( death metal/SP ), Death Crew ( death metal melódico/RO ), Oblivion ( heavy metal épico/RO ), Dead Flowers ( doom/heavy metal/AC ) e Soldier ( Heavy Metal/AC ), além da New Heaven, que não pode participar de última hora devido à falta de profissionalismo e má vontade da casa, mas isto é uma outra história, que será melhor explicada nas próximas linhas... 

    Em suas duas edições, o festival contabiliza dez bandas participantes e intercâmbio entre sete estados e diversos estilos, indo do heavy metal melódico ao death metal, o que confirma a proposta do evento de ser também um evento de integração e união de estilos diferentes. Além de fincar suas raízes na possibilidade de tornar-se um evento itinerante, pois se a primeira edição ocorreu em Minas Gerais, a segunda foi no outro lado do país...

    Além disso, este evento marcou também o lançamento do livro Entre o Real e o Ilusório, de autoria de Fábio G.Carvalho ( Choose Your Side ) e João Ricardo Costa ( Baixista da banda Silver Cry ) e do site Acre Metal ( www.acremetal.com ), um projeto que como o nome entrega é dedicado ao heavy metal acreano e de regiões vizinhas, e encontrava-se no local um computador com acesso ao site.


Dead Flowers

    Após uma grande demora ( causada pela má vontade da casa que se atrasou em duas horas para abrirem o espaço para a organização iniciar os preparativos além de outros "detalhes" ) a primeira banda a subir ao palco foi a Dead Flowers, que é um trio feminino, e tem uma música bem distinta entre as outras do estado, pois faz uma mistura de metal com doom, me lembrando algo como se fosse uma mistura do Candlemass com o Morphia e o Manowar. A banda só apresentou músicas próprias, e também tocaram a nova composição da banda, Kill Or Die, que tem uma pegada bem mais metal que as outras, que são um pouco mais indefinidas quanto ao estilo.

    Já no primeiro show a chave de energia da casa caiu duas vezes, atrapalhando a apresentação das meninas, mas mesmo assim foi elas não perderam o pique, e fizeram um bom show.

    Em seguida a Soldier subiu ao palco, mas logo no início da primeira música Pain of Salvation, a chave de energia da casa caiu novamente. Na seqüência veio a música Sentindo na pele, e depois Place of Skull, onde o problema se repetiu e como conseqüência a Soldier encerrou sua apresentação de forma que não merecia, ou seja, bastante prejudicada por não poder mostrar seu trabalho. Sem problemas, próximo dia 19/11 a banda vai se apresentar ao lado de outras bandas acreanas no Tributo ao Dark Avenger, e irá ter a chance mostrar do que é capaz.


Soldier


Hippie Hunter

    Para resolver o problema da queda de energia, a iluminação do show teve de ser cortada. E assim subiu o Hippie Hunter ao palco, que iniciou com uma intro seguida de Phantom of the Mosh e Ortodontisc Cop, ambas músicas de sua demo recém lançada. Na seguida, Princesa do Prazer, cover do grande Dorsal Atlântica, muito bem recebido e a irônica Carta ao Papa, também da demo. Logo depois veio Born to Kick Your Ass, Lord Of All e um cover para Fevers And Plague do Morbid Angel, LPS, Damnation of a Chinese Taxi Driver, e um medley de peso que fez a galera se acabar, Spiritual Healing do Death  e Angel of Death do Slayer, um final de show perfeito. 


    Em seguida, subiu ao palco a épica Oblivion, de Porto Velho, RO. A banda faz um som mais para a linha Blind Guardian/Grave Digger, e seu set foi intercalado entre músicas próprias e covers, começando por (Un)Expected Encounter, a tradicional ( no Acre ) cover para Rebellion do Grave Digger, Disturbed Nights, em seguida, um cover inesperado, mas muitíssimo bem recebido para Hall of the Mountain King do Savatage e Facing the Truth, que encerrou a apresentação da Oblivion, que mais uma vez mostrou ao público acreano que o heavy metal de Rondônia está cada dia mais amadurecido. 

    Na seqüência, a também rondoniense Death Crew sobe ao palco um pouco contrariada, pois já subiu ao palco sabendo que teria de reduzir drasticamente seu set para apenas três músicas quando a intenção era de muito mais. A Death Crew surpreendeu de imediato não só pela competência dos músicos, que ficou evidente, mas também pelo estilo, já que a banda tem uma música calcada em bandas como In Flames, Soil Work e Childrem of Bodom, ou seja, death metal melódico, algo bastante inusitado no Brasil, quanto mais por estes lados.

 
Death Crew

    Como já citado, a banda apresentou míseras ( na quantidade ) três músicas, começando com Everytime I Die do Children of Bodom, a própria Mask of Madness e Hate Me!, que comprova que a maior influência da banda é mesmo o Childrem of Bodom ( inclusive o nome da Death Crew era Lake of Bodom ). Ficou o gostinho de quero mais, porém vai ficar para a próxima, que se depender da qualidade da banda não vai tardar a acontecer.    

    Lembrando ainda que pelos mesmos motivos citados, não foi possível a apresentação da acreana New Heaven, e por isso pedimos desculpas à banda, que ensaiou, criou expectativas, foi até o local com instrumentos, e de última hora não pôde tocar devido à fatos infelizmente ocorreram.

    Portanto, o saldo final foi o de ter sido um ótimo evento, com peculiaridades que o tornam único, mas que sofreu pelo descaso da casa de shows e pagou pelos erros da mesma, que na noite anterior havia sido fechada por ter vendido bebida alcóolica na "lei seca", e que por isso não queria nem abrir no dia do show, mas após muita conversa com o funcionário ( que chegou ali com duas horas de atraso achando que não ia ter show - simples assim!!!! ) acabou abrindo, mas de má vontade, o que se pelo menos não criou uma grande confusão, criou dificuldades que poderiam ter sido evitadas. 

    Não acabou com o evento, mas tirou parte de seu brilho, que só não se extinguiu completamente devido ao público, que estava ensandecido e às bandas participantes, que não só cumpriram seu papel de "subir no palco e tocar", como tiveram consciência de que tais problemas não foram causados pela organização, que batalhou muito para que tudo ocorresse de outra forma. Além disso, uma das principais características do evento que é a de se criar intercâmbio entre as bandas foi realizada com êxito total, e esta é uma vitória que nem chuva, som ruim, má vontade ou falta de profissionalismo conseguem atrapalhar.

Confira também "tour report" do show feito pela banda Hippie Hunter!!! 


Por Fábio Kill
Fotos: Hippie Hunter e Metal RO

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