Roça 'n' Roll – 11ª Expedição
Com:
Krisiun, Matanza, Tuatha de Danann, Garotos Podres, Cartoon, Stomachal Corrosion, Atacke Nuclear,
 Burgabulha, Dark Legend, Hellish War, Rondrakamm, Sacrament, Soulriver e Unearthly.
Sábado, dia 6 de junho de 2009 na Fazenda Estrela em Varginha/MG

   O festival Roça'n' Roll realizado na cidade mineira de Varginha chegou a sua 11ª edição ( ou expedição como eles costumam dizer, e em breve conto porque concordo ). Pela primeira vez na história do Rock On Stage fui acompanhar o evento, e mesmo sabendo que as edições anteriores foram igualmente muito boas, mais uma vez, foram reunidas partes da "nata" do rock/heavy metal brasileiro em solo varginhense. 

    Como a distância de Espírito Santo do Pinhal/SP para Varginha/MG é de mais de 3 horas de estrada, infelizmente, perdi os shows de algumas das atrações do evento, como foram os casos dos shows de Atacke Nuclear, Stomachal Corrosion, Burgabulha, Dark Legend, Rondrakamm. Felizmente, cheguei a tempo de presenciar as principais atrações do festival. O local novamente escolhido foi a Fazenda Estrela, que embora tenha toda a rusticidade de um ambiente rural, possui um fácil acesso e no evento, notava-se que estava tudo muito bem organizado, afinal, tínhamos dois palcos com os shows acontecendo praticamente um atrás do outro, uma ótima estrutura de som e iluminação, além de um ótimo espaço para acomodar as caravanas de headbangers de Minas Gerais - e de vários outros estados - presentes no Roça'n'Roll

Necrofobia

    Quando adentrei o espaço do festival após o meu rápido e breve credenciamento já eram mais de 18:00hs e vi que uma das atrações já estava se apresentando, era a vez da banda paulista Necrofobia formada por Rômulo ( Guitarra e voz ), Alexandre ( Guitarra solo ), André ( Bateria ) e Murão ( Baixo ). Eles trouxeram à tona um thrash/death metal vigoroso calcado nas músicas de seu cd Dead Soul e aproveitaram o festival para mostrar uma composição nova chamada Perpétua 136.

 

Unearthly

    Instantes depois, o 'house announcer' Ivanei Salgado avisa que o "Roça" iria ficar ainda mais pesado com a presença no outro palco dos cariocas do Unearthly e seu black metal blasfêmico com Eregion nos vocais e guitarra e Dennie Arawn na guitarra, M. Mictian no baixo e Mauro M. Duarte na bateria. Assim que sobem no palco eles literalmente inundam o Roça´n´Roll com toda a brutalidade que lhes foi possível e destilam músicas como Revelations Of Holy Lies..., 10 Days Of Storm, Black Metal Commando e inclusive abrem espaço uma do próximo álbum Age Of Chaos que ainda irá sair neste ano de 2009.

  Seria uma apresentação de primeiro escalão se não fosse um  infeliz um revês:  o som que esteve sempre em alto e bom tom durante todo o festival, falhou e por instantes eles ficaram sem tocar, mas quando voltaram, demonstraram toda a competência do seu amaldiçoado black metal. Encerraram sua presença no festival com um cover do Sarcófago que agradou bastante os fãs do metal extremo.

Soul River

    E sem que o público notasse, o outro palco já estava pronto para que o Soul River, banda paulista formada por Andherson Némer nos vocais, Andreas Igorrr e Francisco Souza  nas guitarras, André Rudge no baixo e Vinnie Kemp na bateria, começasse seu set com músicas do seu demo Enter The River e  do cd The Dark Path Of The Fallen Souls. Redeemer marcou a abertura do show do Soul River e as altas dosagens de metal foram seguidas por Shadow´s King, Empty Eyes e The Soul River ( esta última com uma vibrante performance cheia de interpretações do vocalista Andherson ). Outras duas presentes no álbum The Dark Path Of The Fallen foram: The Sign Of The Spawn ( com inspiração no personagem de Todd McFarlaine ) e a que encerrou o show, Fallen Soul outra ótima música que fez a alegria dos pescoços de muitos headbangers.

   Hellish War

    A atração seguinte eram os campineiros do Hellish War, banda de power/heavy metal em plena turnê de divulgação do seu segundo cd Heroes Of Tomorrow, lançado recentemente. Já havia presenciado um show da banda na 9a Festa Rock de Itapira/SP ( leia mais aqui ) onde eles fizeram uma ótima apresentação, mas, verdade seja dita, nesta ocasião em Varginha, eles se superaram, além da calorosa presença de palco de Roger Hammer, os guitarristas Daniel Job e Vulcano estão em grande fase realizando solos em sincronia perfeita. Se ainda restava alguma dúvida sobre o porque da participação no SwordBrothers Festival na Alemanha ao lado de nomes como Blizkrieg, Sacred Steel, Sabaton, Wizard, entre outros - ela acabou nesta noite.

    Abrindo com a instrumental Into The Battle,  seguida de  Hellish War, ambas do primeiro álbum Defender Of Metal. E os guerreiros - Roger Hammer ( vocais ), Vulcano Daniel Job  ( guitarras ), JR ( baixo ), Daniel Person ( bateria ) - postaram-se no palco ainda mais afiados e coesos, agitando perfeitamente a cada momento e fazendo as legiões de headbangers sentirem na pele a pureza metálica que somente algumas bandas são capazes de passar. Metal Forever do novo trabalho Heroes Of Tomorrow foi a seguinte e muito bem recebida pelo público do Roça'n'Roll. Após isso tivemos mais duas do primeiro cd com Memories Of Metal - em uma performance vigorosa, com os riffs de guitarras de Vulcano para serem cravados na memória  - e a empogante Defender Of Metal. Mesclando as antigas com as novas, o Hellish War executa a nova Son Of The King - com intensa participação do público no refrão e fecharam o set com o hino We Are Living For The Metal. O mais interessante é que não parecia que o tempo do Hellish War havia acabado e os bangers gostaram bastante, pois todos ficaram pedindo 'mais um' incessantemente. Infelizmente, ainda haviam mais bandas para se apresentar e o tempo de cada um deveria ser seguido, mas valeu Hellish, nos vemos novamente pela estrada.

Tuatha de Danann

    O mais incrível deste festival foi, que pela seqüência escolhida pela organização, a cada atração que subia em um dos dois palcos, o evento ficava ainda melhor. E 'jogando em casa' os mineiros do Tuatha de Danann estavam totalmente empolgados e à vontade para realizar um show marcante para seus milhares de fãs que dançavam de um jeito único, mas comum às apresentações do Tuatha, a cada música exibida. Assim sendo, Bruno Maia ( vocais, guitarras e flauta ), Bernie ( guitarra ), Giovani ( baixo ), Rodrigo Abreu ( bateria ) e Rafael Castro ( teclados ) tiveram a importante participação de Roger Vaz  no violino que trouxe uma roupagem ainda mais folk ao seu show e nos levou para ambientes medievais.

     Eles começam o show com duas do Trova Di Danú: The Ogma´s Rhee - momento que Bruno Maia tocou seu banjo em duelo com o violino do convidado Roger Vaz ( que veio do Paraná especialmente para o Roça ) - e Believe It´s True! com excelentes melodias, flautas e um jeitão de Jethro Tull, aliás, o ritmo desta é contagiante e ao ouví-la ao vivo, não tem jeito, você acaba dançando. Depois foi a vez de The Dance Of The Little Ones e mais uma linda seqüência de flauta era ouvida no 'Roça', e sem pestanejar, eles tocam outra do Trova Di Danú, agora foi a vez de Bella Natura, cujo som é pura animação e melodia. E Roger Vaz realiza vários solos durante a execução de Tan Pinga Ra Tan que foi alongada em uma execução maravilhosa ( inclusive com trechos praticamente à capela ). Em noite muito inspirada foi apresentada ainda The Last Words e fomos brindados com a primeira execução da nova A Song For Oengus. Para encerrar a participação do Tuatha de Danann no Roça´n´Roll tivemos Us do primeiro cd e divertida Finganforn. Foi muito bom rever os duendes mineiros em uma noite tão importante como esta.

Garotos Podres

    Já eram mais de 11 da noite quando os Garotos Podres, banda do ABC paulista das antigas sobe no outro palco do Roça´n´Roll para trazer à tona toda a viscosidade do punk rock brasileiro oitentista. Nem é preciso dizer que Mao - vocal, Mauro - guitarra/backing vocal, Sukata - baixo/backing vocal e "Capitão Caverna" Nunes - bateria/backing vocal fizeram um dos melhores shows da noite. Talvez fruto da experiência de mais de 27 anos de banda ou da inteligência irreverente de Mao que sempre ao anunciar a música seguinte, soltava alguma frase sobre política ou alguma sacada bem divertida que faziam todos rirem. E assim tocaram Garoto Podre, Vomitaram No Trem ( um punk sarcástico a la Ramones que empolgou bastante ) e Agente Secreto, cada uma com sua introdução diferenciada feita pelo vocalista Mao.

    Em seguida mais sucessos da carreira da banda com Ditador, Alistamento Militar, Johnny, A InternacionalAos Fuzilados na CSN. Um momento muito hilário foi quando Mao e todos os Garotos Podres colocaram narizes de palhaços para a apresentarem Ainda Vamos Tocar Bossa Nova, em que Mao diz que são feios e não tocam nada... bem, eles tocam sim e muito. E sem parar mandam o hit Papai Noel Velho Batuta e seguida por Rock de Subúrbio. Fizeram um set que passou por todos os bons tempos da banda, e assim, tivemos também O Ocidente É Um Acidente e Subúrbio Operário.

    Um momento inesquecível do show foi quando Mao disse que vindo para Varginha ele e seus amigos bebendo uma cerveja foram abduzidos e encontraram o famoso ET de Varginha e ele implantou um chip em Mao ( aliás segundo ele, como sua cabeça é grande dava para colocar um rádio valvulado... ). Após 'relatar' esses fatos, mais porradas com Anarkia Oi!, O Mundo Não Para De Girar e Nasci Para Ser Selvagem ( a ótima versão da Born To Be Wild do Steppenwolf ). No bis eles emendaram mais três músicas com: Escolas, Verme e a impagável Vou Fazer Cocô dedicada aos nobres políticos do Brasil, que segundo Mao, mendigam nossos votos ( diga-se de passagem é uma verdade muito grande ). Quem nunca tinha visto os Garotos Podres ao vivo levou para casa uma excelente recordação.

Matanza

    A atração seguinte era uma das mais aguardadas por todos e a mistura, segundo eles próprios, de hardcore com country, heavy e trhash metal, iria esquentar os headbangers presentes. Aliás, Jimmy, o vocalista nos desafia e diz que não está frio na 'pista' da Fazenda Estrela. Bem.. se tivesse tomado um belo tanto de uísque também, acho que não sentiria frio!! Mas vamos ao show do Matanza, além do já citado Jimmy, temos na formação da banda Donida ( Guitarra ), China ( Baixo ) e Jonas ( Bateria ) e este quarteto insano apresenta um som único com músicas como Santa Madre Cassino, Meio Pscicopta, Interceptor V-6. E além do carisma de Jimmy que sabe muito bem como comandar uma grande platéia, outro destaque da banda é o guitarrista Donida que explodia sem parar em solos competentes e agitação a todo instante.

    Para alegria dos fãs, o Matanza continuou a tocar músicas dos seus três cd´s Santa Madre Cassino, Música Para Beber e Brigar e A Arte do Insulto. Provando que a idéia era fazer uma sonzeira pesada, agitada e que marcasse os fãs, eles tocam Mesa de Saloon, Ressaca Sem Fim, Maldito Hippie Sujo, Tempo Ruim, Todo ódio da Vingança de Jack Buffalo Head, enfim toda a podreira sonora idolatrada massivamente pelos fãs da banda. Foi apenas uma hora de show, aliás, o tempo da maioria as bandas do festival, mas o Matanza apresentou ainda Eu Não Gosto de Ninguém, O Chamado do Bar, Clube dos Canalhas, Imbecil, Bom É Quando Faz Mal, a 'clássica' As Melhores Putas do Alabama e fechou sua participação com Ela Roubou Meu Caminhão, Rio de Whisky, Estamos Todos Bêbados e A Arte do Insulto. O bom de eventos como o Roça´n´Roll é poder acompanhar uma banda relativamente recente, mas que já está alcançando um grande sucesso e uma legião muito grande de seguidores como é o caso do Matanza. Quando voltar a ouvir o som dos cariocas, vou me lembrar de deixar uma garrafa de uísque por perto.

Krisiun

    O frio que fez neste sábado dia 06 de junho estava cada vez mais intenso e uma das formas de aquecer era com o show de uma das bandas mais importantes do heavy metal brasileiro: o Krisiun. Quando se assiste um show deste trio formado por Alex Camargo - baixo e vocal, Max Kolesne - bateria e Moyses Kolesne - guitarra não tem como ficar parado e as rodas que eram formadas na execução destruidora do poderoso death metal praticado pelos gaúchos era uma excelente maneira. Após a introdução eles já mandam Ominous do álbum Bloodshed e seguem para o novo trabalho Southern Storm com Combustion Inferno e a galera explode em rodas e socos no ar. Voltando para 1998 eles tocam Vengeances Revelation do álbum Apocalyptic Revelation viajam até o penúltimo de estúdio com Vicious Wrath e essas execuções poderosas dão um grau no festival que muita gente deve ter ido para casa com dores no pescoço. Tudo que o Krisiun conquistou nestes 20 anos de história foi graças aos seus fãs que sempre acreditaram no potencial da banda e o vocalista Alex Camargo fazia questão de ressaltar e agradecer aos headbangers várias vezes. Comemorando com o público e dizendo que um festival como esse não deve nada para os gringos, Alex, toca músicas como Refusal, Murderer ( do Works Of Carnage ) e a matadora Bloodcraft presente no álbum Assassination e a versão executada aqui foi para cravar forte na lembrança dos bangers.

   Mais uma do novo cd com Sentenced Morning e uma volta a 2004 com Slain Fate. Max Koslene produzia solos avassaladores em sua bateria enquanto Moyses arrancava notas viscerais de sua guitarra, quem já presenciou este trio ao vivo vai entender o que estou falando. No intervalo de uma música para outra eles voltavam rapidamente para trás, enquanto tínhamos os efeitos sonoros de Eons prenunciavam a seguinte. Então seguem o set e tocam Hatred Inherit, a nova Slaying Steel e Kings of Killing, aliás, o Krisiun fez um competente passeio pelas melhores músicas de seus álbuns sem deixar o recém lançado Southern Storm de fora. Para encerrar antes do bis tivemos outra nova com Minotaur e a clássica Conquerors of Armageddon. Para o bis eles reservaram duas de suas melhores criações com Apocalyptic Victory do Apocalytic Revelation e a explosiva Black Force Domain.

    Mais uma vez o Krisiun realiza um show aniquilador que vem para mostrar o porque eles são os reis do death metal no Brasil e uma banda extremamente respeitada lá fora, mas uma característica deve ser exaltada, o que eles tem de competência, fama e técnica, possuem de igual forma a humildade, pois como disse, Alex sempre elogiava os bangers na pista, tanto que durante a Black Force Domain ele sinaliza com os fãs e dá um mosh na galera. Interação Perfeita!!! Não tenho como finalizar sem agradecer o Krisiun por mais um grande show.

 Cartoon

    Após um breve intervalo para que possamos respirar do esmagador show do Krisiun, a banda de rock progressivo Cartoon inicia sua participação no Roça´n´Roll com incensos e muitas luzes tudo para criar um clima aromático no ar e facilitar para que mais do que ver o show, pudéssemos sentir, viajar e incorporar a idéia dos mineiros. Após a caprichada introdução com direito a  Khadhu ( vocais, harmonica e baixo ) tocar cítara e Khykho ( também nos vocais e guitarra ) usar um violoncelo. E desta forma, com incenso, cítara e violoncelo a viagem já estava pronta e eles tocam a nova Thor´s Hammer com muitos efeitos nos teclados de Rafael Rocha e com uma precisão do batera Bhydhu. Percebia-se que o som agradou e alguns fãs do meu lado estavam notadamente felizes ao ver o quarteto no palco. Mais uma nova, a ótima The Car Crash presente no álbum Estribo ( o último lançamento da banda de 2008 ) e a empolgante King´s Song ( do Bigorna ) dão continuidade ao show.

    Sentia-se muita paz durante o show do Cartoon e não foi diferente quando lembraram do primeiro cd Martelo com a canção Duendes, cantada em português e que despertou muita alegria nos presentes. Em seguida apresentam Knigths Nightmare e Treatment With Mercury outros dois progressivões a la Yes que me encheram de felicidade, aliás não sei se isso ficou por conta por ter uma banda de rock progressivo no festival ou pela grande habilidade do Cartoon, pois é bastante incomum ver bandas de rock progressivo em grandes festivais, e como é um grande acerto da organização, que seja repetido sempre, precisamos que as novas gerações conheçam o potencial deste estilo singular dos anos 70.A balada Guinevere foi a seguinte e desta vez regressamos aos tempos do Rei Arthur. Eles encerram com uma versão aloganda de Bachthoven que fez muitos, aliás me incluo nessa lista, ficarem de queixos caídos para a banda. Infelizmente uma pane no som aconteceu e quase que eles não terminam o show como queriam, mas o problema foi rapidamente solucionado e o Cartoon pode então encerrar o seu set com mais alguns minutos de Bachthoven. E como não poderia deixar de ser, eles tocaram por mais de uma hora, afinal, em rock progressivo, as composições são costumeiramente longas e ao vivo ficaram ainda maiores, o que foi ótimo. Deixo os meus parabéns ao Cartoon pelo virtuoso show e pelo retorno aos palcos.

    Quando chegou a vez do Sacrament, muitos já haviam partido e confesso o cansaço já havia estava batendo forte, de forma que também começei a me dirigir para fora das dependências do festival e não acompanhei a banda. Fica para outra oportunidade, pois numa altura desta a vitalidade já estava comprometida de forma que o único desejo no momento era dormir. Nesta hora entendi o significado do termo "expedição" para designar o festival e não edição como é mais comum: você precisa ter fôlego para aguentar a todos os shows, e mesmo nós headbangers que temos energia de sobra, chega uma hora que ela acaba.

    Parabéns à Cangaço Produções por mais um Roça´n´Roll, pois o som, a organização, a estrutura da Fazenda Estrela, estava tudo da forma que banger esperava. Que venha a 12a Expedição Roça´n´Roll, tenho certeza que eu e muitos outros legionários do metal faremos parte dela. 

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos a Ivanei Salgado
Junho/2009

Galeria do 11a Expedição Roça´n´Roll

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