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Outro ponto que não posso deixar de destacar nesta resenha é a beleza da luxuosa caixa em digipack que No Fear To Face What's Buried Inside You está embalado, pois, ao abri-lo ela se subdivide em quatro, pois, como uma flor em que cada uma contém um pedaço da elaborada capa desenhada pelo designer João Duarte ( da JDuarte Design ) baseado no conceito do baterista Humberto Zambrim em tons predominantemente cinza e alguns detalhes em vermelho. Além disso, o encarte se torna um pôster conferindo ainda mais qualidade para quem aprecia o disco físico, afinal, isto não tem como existir em nenhuma plataforma digital da atualidade e o prazer que é proporcionado é surpreendente e único. Dito isso, vamos conferir porque No Fear To Face What's Buried Inside You foi considerado como um dos grandes lançamentos de 2016 e que já rendeu ao AttracthA a oportunidade de abrir o show de Edu Falaschi em São Paulo/SP em 2017 ( relembre como foi ).
Devidamente pesado e rápido em seus solos de guitarra e em seus toques de baixo e de bateria, Bleeding Silence abre No Fear To Face What's Buried Inside You através das vocalizações firmes de Cleber Krichinak, que nos levam a um ótimo refrão e também para uma melodia calcada no Heavy Metal Moderno muito criativa e que ficará na cabeça. Mantendo o formato encorpado em alta e exalando velocidade em um padrão Power Metal, Unmasked Files ( Revisited ) chega exibindo linhas empolgantes como as percebidas nos toques feitos pelo baixista Guilherme Momesso, que liberam os vocais para uma condução que transmite bastante vibração a cada trecho da música. E para quem é fã e se sente bem, perceba o solo de guitarra feito por Ricardo Oliveira e como ele traz muita beleza à composição. Isso continua em 231, onde suas linhas robustas e modernas apresentam um padrão mais cadenciado e lembram um pouco do Adrenaline Mob, aliás, os timbres dos vocais de Cleber Krichinak se assemelham aos de Russel Allen tornando esta canção repleta de muita voltagem em que sente-se a necessidade de erguer o braço e socar o ar em seu ritmo.
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Para Holy Journey sente-se a veia mais Progressiva eclodir ante ao estilo Heavy Metal Moderno seguido pelo quarteto resultando em uma cativante composição, cujos vocais, solos de guitarra, toques de baixo e de bateria, todos simplesmente estão bem postados de uma forma que me impedem de salientar um momento único, ouça e confirme. Victorius é dotada de uma linha melodiosa mais evidente que também captura o ouvinte em cada um dos seus minutos e percebe-se a dedicação do vocalista Cleber Krichinak ao cantar seus versos alicerçado em uma atuação emblemática dos demais na parte instrumental, que harmonizam habilidosamente a complexa composição. Finalizando este formidável No Fear To Face What's Buried Inside You, o AttrachtA ataca com a acelerada Pay Back Time, onde o baterista Humberto Zambrin massacra seu kit transbordando eletricidade a cada toque e o guitarrista Ricardo Oliveira sola de forma magnífica neste Heavy Moderno vocalizado com destreza por Cleber Krichinak, que surpreende facilmente por suas intricadas partes que até parecem Prog Metal de tão variadas.
Quase sempre quando acompanho uma banda desde o seu primeiro EP e depois ouço o seu primeiro cd, especialmente, as brasileiras, fico admirado com o seu desenvolvimento e como o álbum de estreia atinge ( em muitos casos ) um nível tão elevado como este No Fear To Face What's Buried Inside You do AttrachtA, que recomendo incluir em sua coleção o quanto antes, pois, se o quarteto paulistano souber continuar o seu Heavy Metal Moderno com arranjos formidáveis, vocalizações excelentes e como disse no começo... a valorização grande da cópia física, certamente, o ótimo desempenho será repetido. E aí entende-se porque eles galgaram os seguintes prêmios: Melhor Álbum de 2016 no Heavy'n'Roll, Melhor Arte de 2016, Segundo Melhor Vídeo de 2016 e entre os cinco melhores álbuns de 2016 por vários sites e jornalistas. Realmente, No Fear To Face What's Buried Inside You é um dos melhores álbuns nacionais destes últimos anos, um dos melhores que ouvi em 2018 e que está em pé de igualdade com muitos outros lançamentos internacionais. Não foi por acaso que a Shinigami Records assinou com eles.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2018
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