A faixa título Silent Revenge inicia
o cd com o baterista Eduardo Balbo montando o ritmo rápido que é
acompanhado de muito perto pelos guitarristas Renato Osorio e Abel
Camargo, que desferem solos velozes para as vocalizações certeiras de
Iuri Sanson e do convidado André Meyer do Distraught, este vocalizando
de forma mais agressiva. Depois de entrar com a devida garra, o Hibria
mantém a feroz pegada do seu Heavy Metal com Lonely Fight sem tanta
velocidade, porém, com muita técnica na parte instrumental e com o vocalista
fazendo o que quer em sua versátil e cativante atuação. Aliás, nesta
segunda faixa de Silent Revenge quero que atente seus
ouvidos para as evoluções contidas nos solos feitos pela dupla de
guitarristas e também para a pegada do baixista Benhur Lima. Com o baixo, bateria e as guitarras entrando a toda
potência, Deadly Vengeance marca a terceira canção de Silent Revenge,
que mostra que o Heavy Metal do Hibria não soa datado e é capaz de te
empolgar de imediato. Inclusive, esta é vocalizada com muita energia por
Iuri Sanson, que faz notas altas e mais calmas de acordo com a
necessidade do ritmo imposto pela parte instrumental, onde se destaca a
participação de Maurício Pezzi no piano/teclado.
O entrosamento do
quinteto é outro ponto a se ressaltar, pois assim como nas anteriores, o
grau de envolvimento que as músicas passam é muito forte, fato que não é
diferente na ótima Walking To Death, Heavy Metal rápido, melodioso e com
solos de guitarras com a aura do que tem de melhor no estilo e que
adoramos ouvir, tanto que não se assuste se resolver sair cantando o
refrão ou este ficar em sua memória. Em Silent Will Make You Suffer encontramos um vibrante
fortificado set instrumental para que Iuri Sanson cante passando muita
emoção, porém, em seguida, os demais membros da banda elevam da canção
para que se crie a vontade de acompanhar a letra e cantar com ele em
especial os versos do refrão, que recebem mais uma participação de
André Meyer.
Tocar pesado, passar muita harmonia e não
soar técnico em demasia é uma habilidade que poucos possuem e este
quinteto gaúcho, além destas características, possui também a capacidade
de te surpreender ainda mais, pois a seguinte é nos violões, mas depois
ganha gradativamente mais vigor e torna-se uma excelente balada Heavy
Metal daquelas que recebem solos que são a essência do estilo e levam
esta
sexta composição, Shall I Keep On Burning se classificar entre as melhores do cd.
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Com o uso de slide e dedilhados na
guitarra, o Hibria nos envia com muita competência outra de suas
grandiosas canções com The Place That You Belong, cujos pontos fortes
estão na melodia, na força dos vocais e na evolução das linhas de
guitarras. Uma banda não soaria tão boa se sua cozinha ( baixo e bateria
) não fluísse tão bem como Benhur Lima e Eduardo Baldo, que garantem o
alicerce seguro para a dupla de guitarristas e o vocalista possam "voar
à vontade", como é percebido em The Scream Of Angel, pois sentimos
exatamente isso ao ouvi-la e o mais bacana, pelo jeito que é tocada, o
Hibria te convida a participar do refrão indiretamente ( ao vivo esta
oitava faixa deve ficar ainda melhor ). Não parece, mas quando chega a
última música do cd, a longa The Way It´s, a sensação que temos é algo como
"mas já???", pois temos riffs de guitarras cavalgantes na medida,
bateria com muitos bumbos duplos, baixo
com muitos solos, enfim não faltou técnica, além de uma vigorosa interpretação nos vocais. Aliás, o
Hibria
inseriu ótimas viradas de momentos mais rápidos para mais lentos, muito
peso, harmonia e tudo isto elevam ainda mais sua qualidade
e fazem em minha opinião, a melhor do cd.
Silent Revenge
é certamente um dos
melhores lançamentos brasileiros de 2013 de uma banda que realiza um
Heavy Metal que poderia até dizer que oitentista, mas como o estilo
jamais parou no tempo, afirmo seguramente: é uma sonzeira moderna e que
faz bem aos headbangers de todas as idades. Quem viu o Hibria
apenas no Rock In Rio, seja presente na cidade maravilhosa
ou pela Internet, trate de se aprofundar mais neste grande nome do Heavy
Metal brasileiro que é idolatrado no Japão.
Nota: 9,5.
Site:
www.hibria.com.
Por Fernando R. R. Júnior
Novembro/2013
