Live´N´Louder Rock Fest 2013 - 1ª Parte
Com: Twisted Sister,
Angra,Metal Church,
Loudness, Sodom e Molly Hatchet
Domingo, dia 14 de Abril de 2013
no Espaço das Américas em São Paulo/SP

    Em 2005 e 2006 a produtora Top Link Music realizou com sucesso duas edições festival Live´N´Louder Rock Fest, que colocou no Estádio da Portuguesa e na Arena Anhembi nomes importantes do Rock e Heavy Metal como Scorpions, David Lee Roth, Nightwish, André Matos, Stratovarius, Sepultura, Nevermore e tantos outros ( saiba mais detalhes nas duas matérias cobertas pelo Rock On Stage na ocasião clicando nos seguintes links: Live´N´Louder Rock Fest 2005 e Live´N´Louder Rock Fest 2006 ). Passados praticamente sete anos desde o último Live´N´Louder Rock Fest, a mesma produtora Top Link Music, que está comemorando 25 anos de existência, decidiu que era chegada a hora de mais uma edição e desta vez dividido em duas partes, sendo esta realizada no Espaço das Américas em São Paulo/SP a primeira.

    Como a data escolhida para o festival foi um domingo, o horário de inicio das apresentações foi um tanto que tarde ( a partir das 17:30 ) e os ingressos com preços bastante salgados, a presença do público não foi o quanto se esperaria em uma casa grande como a escolhida ( com capacidade para 8.000, mas que recebeu em torno de 2.000 pessoas ). Pois bem, quem deixou de ir perdeu apresentações com muita energia de cada uma das bandas escolhidas para o line up do festival e algumas surpresas.

Molly Hatchet

    Bruno Sutter ( o humorista que se transfigura em Detonator ) foi o mestre de cerimônias do festival e seguindo muito bem o programado, ele anuncia que estava gravando um piloto do programa Fúria Metal, que rolou na MTV nos anos 90 e em seguida a banda que abriria o festival, o Molly Hatchet.

    Os veteranos Phil McCormack nos vocais, Dave Hlubek e Bobby Ingram nas guitarras, John Galvin nos teclados, Tim Lindsey no baixo e Scott Craig na bateria iniciaram o show do Molly Hatchet exatamente às 17:30 para um público ainda pequeno, mas que teve a oportunidade de acompanhar a sonzeira das músicas de Southern Rock, que enfatizam e muito o poderio das guitarras e me lembraram na hora do show do Lynyrd Skynyrd, que vi no SWU de 2011. Eles começaram com a excelente Whiskey Man do cd Flirtin' With Disaster de 1979, e aí pudemos ouvir solos de gaita em um 'Rockão' divertido dos que mais gosto, que deixam as guitarras voarem soltas em longos solos, que nos mostram a essência do Rock´n´Roll.

    O set do Molly Hatchet - banda americana que teve sua origem em Jacksonville em 1975 na Flórida - era repleto de músicas com riffs emblemáticos, puros anos 70 como pudemos conferir na Gator Country ( do álbum Molly Hatchet de 1978 ). O detalhe é que em shows de bandas que são dessa linha sulista do Rock, eles fazem questão de realizar solos longos, que garantem muita vibração dos fãs, que na hora dançamos ou aplaudimos a banda.

     E as músicas como a balada Fall Of The Peacemakers - com seus calmos e longos solos de guitarras - e a bluesada The Creeper, que teve um solo impressionante do tecladista John Galvin, são momentos que podemos sentir na alma a categoria do Molly Hatchet. Outras músicas que eles tocaram foram: a ‘lentona’ One Last Ride ( do Kingdom Of XII de 2001 ), que tornou-se aquele Rock´n´Roll quase que sem fim pelos solos de guitarras que a banda faz, a conhecida Flirtin' With Disaster e a divertida Jukin’City.

    Depois o vocalista fala com a galera e anuncia a que vai homenagear o saudoso Ronnie James Dio, e assim executaram a ótima Justice, gravada no álbum de 2010 de mesmo nome, que possui um andamento lento, mas com solos longos de guitarras devidamente sustentados nos teclados e no baixo.

    O sexteto aproveita sua única passagem no Brasil para homenagear também o Allman Brothers com Dreams I'll Never See, que foi tocada com muita categoria. Durante sua execução, o vocalista agradece aos presentes e cita também o nome de todos os membros de sua banda em um alongamento maravilhoso.

    O vocalista Phil McCormack enfatizou a felicidade ao tocar no Brasil ao dizer: “Somos da América do Norte, vocês são da América do Sul, mas somos todos irmãos através do Rock’N’Roll!”.

    Em suma, muito bom mesmo o show do Molly Hatchet e melhor ainda que as bandas de Southern Rock estão começando a aparecer aqui no Brasil, pois temos muitas outras que precisam ou retornar ou se apresentarem pela primeira vez no país. É mais que certo que muitos que desconheciam o Molly Hatchet ficaram fãs da banda, que fez um aquecimento sensacional para as demais atrações do Live´N´Louder.

 

Galeria de 143 Fotos do Molly Hatchet
no Live´N´Louder Rock Fest

Sodom

    A organização do festival estava muito bem feita e a troca de palco para o Sodom, praticamente não demorou e o poderoso Power trio alemão, que retornou ao Brasil após um ano de sua última passagem ( confira matéria do show em São Paulo clicando aqui ), prestes agora a lançar o novo trabalho Epitome Of Torture, subiu no palco rapidamente. Tom Angelripper ( Thomas Such ) no baixo e vocais, Benermann ( Bernd Kost ) na guitarra e Makka ( Markus Freiwald ) na bateria entraram tocando Among The Weirdcong ( do implacável M-16 de 2001 ) com seus repiques e a crueza da voz de Tom, seguida pela pancadaria rápida de The Vice Of Killing ( do Code Red de 1999 ) e a clássica Outbreak Of Evil ( essa do EP In The Sign Of Evil de 1984 ) com seu ritmo destruidor.

    Depois destas três bordoadas iniciais, Tom Angelripper jogou água em seus cabelos e executou Surfin´Bird ( do Trashmen, mas que ganhou fama com sua versão feita pelo Ramones ) e emendou com a cadenciada The Saw Is The Law ( título do EP de 1991 ). Aos gritos de “Sodom.... Sodom...” o vocalista respira um pouco, toma uma água e nos envia a clássica Nuclear Winter ( do álbum Persecution Mania de 1987 ) com toda sua aspereza que levaram o Sodom tornar-se uma das mais pesadas bandas do Thrash Metal alemão ao lado do Kreator e do Destruction.

    Em seguida, Tom Angelripper avisa que a próxima era do álbum In The Sign Of Evil e dispara a todo vapor a paulada Burst Command 'til War e a violência enorme da nova Stigmatized, presente no Epitome Of Torture para seguir com a pesadíssima Agent Orange ( título do álbum matador de 1989 ), que com seu ritmo aniquilador fez as rodas estourarem de vez.

    Depois, hora da 'rifflerama' de Benermann com City Of God ( do cd Sodom de 2006 ) e do massacre de Blasphemer ( também do In The Sign Of Evil ), pois tivemos uma pancadaria que se aproximou de um Death Metal e vale dizer que o Sodom estava aproveitando o festival para executar um 'Best Of' de sua carreira de trinta anos de Thrash Metal.

    Continuando o set, que se aproximava do final, com toques fortes no baixo e com muita distorção de guitarra, ouvimos a paulada Fuck The Police e Tom Angelripper encontrou tempos para encaixar um curto solo de baixo. Deu tempo ainda para mais uma pedrada recente com In War And Pieces ( título do álbum de 2011 - confira resenha ) e a destruidora Bombenhagel do clássico Persecution Mania. No final, eles agradecem rapidamente pela participação no festival, que durou em torno de 50 minutos. E quem assistiu também o show do Sodom da pista foram os músicos do Molly Hatchet, inclusive o guitarrista Dave Hlubek, tirou fotos com todos os fãs sempre que solicitado.

Set List Sodom

1 - Among The Weirdcong
2 - The Vice Of Killing
3 - Outbreak Of Evil
4 - Surfin' Bird (The Trashmen cover)
5 - The Saw Is The Law
6 - Nuclear Winter
7 - Burst Command 'til War
8 - Stigmatized
9 - Agent Orange
10 - City Of God
11 - Blasphemer
12 - Fuck The Police
13 - In War And Pieces
14 - Bombenhagel

Galeria de 102 Fotos do Sodom
no Live´N´Louder Rock Fest

Loudness

    Pode se dizer que este Live´n´Louder estava enfatizando somente bandas que já tem um longo tempo de formação, pois, exceção feita ao Angra, todas as demais já contam com mais de 30 anos de história e este também foi o caso do Loudness, banda atualmente formada por Minoru Nihara nos vocais, Akira Takasaki na guitarra, Masayoshi Yamashita no baixo e Masayuki Suzuki na bateria. Entretanto, não foi essa a formação que se apresentou no festival, pois, o vocalista Minoru Nihara não pode vir em decorrência de outros compromissos, para o seu lugar foi escalado Mike Vescera, que já tocou na banda entre 1989 e 1991.

    Porém, este também não pode vir ( segundo informado pela organização, este ficou teve seu voo cancelado por conta de uma nevasca ) e aí coube ao convidado Yuri Sanson do Hibria assumir o comando dos vocais no show do Loudness e a primeira apresentação da banda no Brasil foi glorificada com um dos shows mais pesados e empolgados da noite, vale dizer que a guitarra de Akira Takasaki estava ensurdecedora. O Loudness também era muito aguardado nesta noite e fez a alegria de muitos fãs presentes. Eles iniciaram o show com uma longa e pesada música instrumental que mostrou o que veríamos em seguida: muito Heavy Metal da melhor qualidade.

 

    Depois contando com Yuri Sanson nos vocais eles executam The Stronger do álbum intitulado como 2012 e a performance do vocalista foi muito boa. A próxima era um dos clássicos com Crazy Nights do Thunder In The East ( de 1985 ) trouxe o lado mais Hard Rock dos japoneses. Yuri Sanson ficou muito à vontade nos vocais e entre uma música e outra, interagia com a plateia inflamando mais ainda o show e assim tocaram Soldier Of Fortune ( título do álbum de 1989 ) em um clima Hard´n´Heavy oitentista gratificante.

    Nesta hora quem estava fazendo um Meet & Greet era o pessoal do Sodom para muitos dos fãs, e claro, o pessoal da imprensa também foi para lá com a intenção de também tirarem suas fotos com os músicos, e aí aponto uma das grandes surpresas do festival, pois todos sabemos como é importante para nós ter uma foto com os músicos ou trocar uma breve palavra com eles.

    Voltando ao show, o falante vocalista nos diz que os japoneses se esforçaram muito para que o show do Loudness no Brasil fosse realizado, mesmo com todos os problemas que aconteceram e diz que contou para eles sobre o calor do povo brasileiro quando se apresentou com o Hibria no Japão e clama para que nós gritássemos muito para provar aos japoneses a nossa fama. Com esta vibração que foi passada o Loudness tocou Heavy Chains, outra do Thunder In The East.

    Com dedilhados mais melodiosos eles tocam a So Lonely do Hurricane Eyes de 1987 em uma versão que se percebeu que foi muito caprichada pela banda. The Requiem foi tocada exatamente como se esperava e ela se liga a The King Of Pain ( ambas do álbum de 2010 ) e aí temos um solo matador do gigante baterista Masayuki Suzuki, aliás, no decorrer da música, o baixista Masayoshi Yamashita realiza toques marcantes em seu baixo, que são vocalizados com muita garra por Yuri Sanson.

    O vocalista volta a falar das dificuldades para a vinda do Loudness no Brasil e anuncia um a um os membros da banda, que recebem ovações dos fãs e por fim, o fundador Akira Takasaki o saúda. Para fechar sua apresentação, o quarteto focou em outra mais recente com a 'rifflerama' de Survivor ( do Eve To Dawn de 2011 ), provando que a banda ainda tem muita lenha para queimar. No final, Yuri Sanson disse que este show foi inesquecível tanto para o Loudness quanto para ele ( e saiba Yuri... para nós também ).

Set List do Loudness

1 - Intro
2 - Instrumental
3 - The Stronger
4 - Crazy Nights
5 - Soldier of Fortune
6 - Heavy Chains
7 - So Lonely
8 - The Requiem
9 - The King Of Pain
10 - Survivor

 

Galeria de 72 Fotos do Loudness no Live´N´Louder Rock Fest

Metal Church

    O Metal Church é uma banda americana de Heavy Metal originou-se em 1980, acabou e voltou por duas vezes, a segunda foi agora em outubro de 2012 e atualmente é formada por Kurdt Vanderhoof e Jay Reynolds nas guitarras, Ronny Munroe nos vocais, Steve Unger no baixo e Jeff Plate na bateria. Eles subiram no palco para mostrar um pouco de seu Heavy Metal oitentista pesado, que fez os fãs 'bangearem' seja em suas casas ou nos shows. A primeira foi Ton Of Bricks ( do The Dark de 1986 ), com vocais poderosos e guitarras tocadas com firmeza, que fizeram a galera agitar bastante.

    Seguiram com a cadenciada Start The Fire do mesmo álbum, que também agradou bastante e fez muitos continuarem a sacudir seus pescoços. A Light In The Dark - título do disco de 2006 - foi a seguinte e como faz bem presenciar uma banda que segue esta linha de Metal puro sem frescuras ou rótulos.

    Quando estavam tocando a pesada Fake Healer, presente no Blessing In Disguise de 1989, o Loudness estava realizando o seu Meet & Greet e obviamente, me dirigi para lá para saudar os samurais japoneses pela sua excelente apresentação e lógico tirar fotos com músicos tão importantes.

    Deu para ver que o Metal Church estava cravando mais outro grande show e uma prova disso foi com a Gods Of Warth do primeiro álbum Metal Church com seus emocionantes dedilhados e vocalizações encorpadas. O Metal Church eleva sua potência ao executar Badlands, outra do Blessing In Disguise cheia de ótimos solos, que foi vocalizada perfeitamente por Ronny Munroe.

    Mas o show pega fogo mesmo e emociona quando eles tocam a clássica e emocionante Watch The Children Play ( do álbum The Dark ), que começa mais lenta e depois ganha um vigor arrepiante e mostra porque eles foram e são uma das bandas mais importantes dos anos 80, mesmo com apenas Kurdt Vanderhoof da formação original. São músicas assim que fazem a diferença do Heavy Metal para outros estilos.

    Não parecia, mas o tempo disponível para o Metal Church passou que nem um tiro e eles tocaram apenas oito músicas, todas longas é verdade, mas ainda dava para tocarem mais duas e assim dispararam a que intitula a banda, a Metal Church e a Human Factor ( do disco de 1991 ) encerrando um dos melhores shows do Live´n´Louder. Quando for possível, tenho certeza que tanto a banda quanto os fãs esperam por um retorno do Metal Church em um show só seu ( aliás, isso vale também para o Loudness e o Molly Hatchet, pois balas na agulha para isso, os três provaram que tem ).

Set List do Metal Church

1 - Ton Of Bricks
2 - Start The Fire
3 - A Light In The Dark
4 - Fake Healer
5 - Gods Of Wrath
6 - Badlands
7 -Watch The Children Play
8 - Metal Church
9 - Human Factor

 

Galeria de 131 Fotos do Metal Church
no Live´N´Louder Rock Fest

Angra

    Até que não demorou muito tempo para a troca de palco do Metal Church para o Angra, a única atração brasileira do festival, mas antes dos brasileiros que fazem um Power Metal, o deus do Metal Bruno Sutter, agora com seu alter-ego Detonator realiza novamente sua função de mestre de cerimônias e desta maneira canta um trecho de Carry On, até que muito bem diga-se de passagem.

    Eram por volta de 22:20 quando a instrumental Crossing foi tocada para que Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro nas guitarras, Ricardo Conferssori na bateria, Felipe Andreoli no baixo e acrescidos de Fábio Lione ( do Rhapsody Of Fire e fã confesso da banda ) nos vocais. A primeira da noite foi Nothing To Say ( do Holy Land de 1996 ), que foi muito bem cantada por ele e garantiu uma intensa participação dos fãs presentes.

    O Angra não é uma unanimidade, mas quando está no palco a banda sabe muito bem o que tem que fazer e com a performance de um vocalista do porte de Fábio Lione era certeza que teríamos um ótimo espetáculo. Sem falar com os fãs emendaram Waiting Silence do aclamado Temple Of Shadows ( de 2004 ) e a balada Silence And Distance do Holy Land, e Fábio Lione estava muito à vontade nos vocais esbanjando carisma e atitude. É caso ele for 'oficializado' no Angra será uma “ótima aquisição”.

    Na música seguinte, confesso que não esperava ouvir Gentle Change, pois esta é uma das mais belas composições da banda e creio que desde a turnê de Fireworks ela não devia ser tocada, pois na era de Edu Falaschi na banda, ele não cantava algumas músicas e Fábio Lione não só cantou como incorporou o espírito progressivo dela. E enquanto o Angra continuava seu show, hora de mais um Meet & Greet, agora com a galera do Metal Church, que tive a oportunidade até de conversar um pouco com eles, e confesso que a alegria que senti foi enorme.

    Enquanto isso o Angra executou Millennium Sun com uma atuação compenetrada do vocalista convidado e a animadora Rebirth, ambas do álbum Rebirth de 2001. Depois para encerrar a curta apresentação de 45 minutos tivemos uma 'palhinha' de Carry On e Nova Era ( outra do Rebirth ).

    O que me chamou bastante a atenção neste show do Angra foi a tranquilidade que eles tocaram as músicas, sem aquela pressão que existia nos últimos anos da era 'Falaschi' na banda, pois eles notadamente estavam soltos e tocando com prazer. Se Fabio Lione continuar no Angra teremos um retorno de um dos grandes nomes brasileiros do Metal com estilo.

Set List do Angra

1 - Crossing
2 - Nothing To Say
3 - Waiting Silence
4 - Silence And Distance
5 - Gentle Change
6 - Millennium Sun
7 - Rebirth
8 - Carry On (intro only)
9 - Nova Era

 

Galeria de 160 Fotos do Angra
no Live´N´Louder Rock Fest

Twisted Sister

    Era quase meia noite quando o Twisted Sister, uma das mais clássicas bandas de Heavy Metal da história e o principal motivo da maioria dos presentes estarem no Espaço das Américas, subiu no palco. E quem já havia acompanhado a banda nas suas duas passagens por São Paulo em 2009 ( confira resenha ) e 2010 ( veja cobertura ) no Via Funchal, sabe que em shows do Twisted Sister não tem como ficar parado, por mais cansado que você possa estar.

    Nos shows anteriores Dee Snider ( vocal ), Jay Jay French ( guitarra ), Eddie "Fingers" Ojeda ( guitarra ), Mark "Animal" Mendoza ( baixo ) e A J Pero ( bateria ), se apresentaram maquiados e sem a maquiagem e para um público maior, entretanto, sempre com a atitude Heavy Metal que cravou a banda como um dos grandes nomes da história, não importa se estão em um Via Funchal lotado ou em um lugar maior com um público menor. Para uma situação assim, a música de abertura do show You Can't Stop Rock 'n' Roll ( título do álbum de 1983 ) foi a início perfeito de um show curto, mas inesquecível, com Dee Snider e seu vozeirão em grande atuação.

    Depois mantendo o nível do espetáculo no alto tocaram o Rock´n´Roll pesadão e envolvente de Shoot 'Em Down ( do Under The Blade de 1982 ) e podia perceber a alegria estampada no rosto de Jay Jay French, que ao lado do sensacional Eddie ‘Fingers’ Ojeda tocaram suas guitarras com muita precisão e pura energia Heavy Metal.

    O bacana é que uma banda como o Twisted Sister faz um show sem descanso... é eletricidade pura ligada nos 220V o tempo todo, pois por exemplo, o vocalista Dee Snider agita como poucos nomes da história do Rock e praticamente sem avisar ele dispara simplesmente Stay Hungry ( título do espetacular álbum de 1984 ).

    Em seguida, o vocalista exalta todas as bandas que se apresentaram antes deles, comenta um pouco sobre as três primeiras músicas do set e finaliza sua fala dizendo que nós somos loucos e que somos “Sick Mother Fuckers” . Assim, recebemos a pesadíssima The Beast do mesmo clássico de 1984, que foi o álbum que mais teve músicas no set.

    De volta ao You Can´t Stop Rock´n´Roll com The Kids Are Back, música com um ‘punch’  único, que fez todos pularem e agitarem com o frenético vocalista. Depois é a vez de I´m Believe In Rock´n´Roll do Come Out And Play ( de 1985 ), que inteligentemente eles a alongaram para que os fãs pudessem completar o refrão e eu, um pouco mais longe do palco, pude observar a alegria estampada nos rostos dos cinco membros da banda a cada um “I´m Believe In...” dito por Dee Snider completado por todos “Rock´n´Roll...” numa interação que encantou o Twisted Sister novamente, com esse calor que nós passamos para eles, assim como nas passagens anteriores pelo no Brasil.

    Um detalhe do set desta noite era que eles estavam tocando músicas diferentes dos sets das apresentações anteriores, sinal que a banda sabia que muitos dos fãs que os viram nas duas vezes anteriores estavam no Espaço das Américas e nos deram um presente extra. Porém, sucessos que foram responsáveis por colocar o Twisted Sister na história, que eletrificam ainda mais o show e que consolidam suas posições conquistadas como We're Not Gonna Take It ( do Stay Hungry ) não podiam ficar de fora. Ao ver todos gritando e cantando alto com a banda, mais uma vez prolongam brilhantemente um pouco mais a música, nos deixando cantar praticamente 'à capela' e então a dedica para todos os headbangers. No término, Dee Snider mais uma vez diz que somos verdadeiros 'Sick Mother Fuckers'.

    Mais adição de Heavy Metal com Fire Still Burns do Come Out And Play, que aparece com um peso matador das guitarras de Jay Jay French e Eddie "Fingers" Ojeda nos passando uma vibração, que somente nomes assim são capazes de passar.

    Para continuar com o mesmo ritmo intenso e a adrenalina tocaram a pesada We're Gonna Make It do You Can´t Stop Rock´n´Roll e seguem com Under The Blade, título do primeiro álbum da banda, com o vozeirão de Dee Snider cantando seus versos acompanhado por muitos socos nos ar dos fãs, e claro, com os riffs certeiros de uma das mais vigorosas duplas de guitarristas dos anos 80, Ojeda/French, que sabem qual é um dos fundamentos de se tocar um Heavy Metal:  não ignoraram as bases do Rock´n´Roll e este dois, ao vivo, gostam de deixar isso bem claro.

    Aos gritos de “Olê...Olê.. Olê...Olê...Twisteeed Siiisteeer!!!”, o vocalista diz que nos ama e que tocará mais uma do Stay Hungry, assim acalmando um pouco a chama do show, chega a vez da excelente balada The Price ( do Stay Hungry ), que todos cantam e batem palmas. Dee Snider pede ajuda para o refrão e solicita para que as luzes sejam apagadas. 

    Assim estava dada a deixa para a próxima, pois algumas luzes vermelhas são acesas bem no centro do palco para a demoníaca Burn In Hell ( outra do Stay Hungry ), inclusive Dee Snider nessa lembra a atitude que Dio tinha ao cantar Heaven And Hell, e ambas músicas passam pelos caminhos do Rock´n´Roll e do Heavy Metal com uma vitalidade incrível, que me lembram como faz bem estar presente em um show do Twisted Sister, pois assim como muitos dos fãs, tive que pular tal como via a banda no palco. Quem eu não falei até agora, mas que é também pura vibração é o baixista Mark “Animal” Mendoza, sempre eficiente nas quatro cordas, pois nesta o baixo dele junto a bateria de A J Pero sustentam a música no trecho que considero o melhor ( para saber qual é procure por um vídeo no Youtube e me fale ).

    Não parecia, mas o show do Twisted Sister estava chegando ao final, e encerraram a primeira parte com um clássico absoluto não só da banda, mas como do Heavy Rock dos anos 80, tocaram o hino I Wanna Rock, que colocou balançar os fãs que ainda estavam na casa, que assistem o empolgado Dee Snider comandar a euforia coletiva. Ele diz que não fala português, mas fala Rock´n´Roll e pede quando dizer “I Wanna...” para nós completarmos com “Rock...”, naquela interação público-banda costumeira do Twisted Sister ( que provavelmente por conta do horário também foi mais curta ). Ainda assim foi simplesmente maravilhoso.

   O bis provavelmente também seria maior, iniciando com a Come Out And Play, mas sofreu um corte e teve apenas a S.M.F. ( também do Stay Hungry ), pois o horário estava muito avançando mesmo ( eram 01:20 ) e como o festival foi realizado em um domingo, no outro dia todos tinham que trabalhar e muitos inclusive saíram antes do final por esse motivo e perderam o Meet & Greet com o Twisted Sister ( aliás, meu caso que fui embora logo no final do show ).

    Mas a versão de S.M.F. que foi apresentada era fiel às tradições da banda e do Metal. Tudo bem, com certeza eles voltarão para um show de maior tempo e assim tocarão outros clássicos que não esqueceremos nunca, pois já estão incorporados na história do Heavy Rock e na nossa.

Set List Twisted Sister

1 - You Can't Stop Rock 'N' Roll
2 - Shoot 'Em Down
3 - Stay Hungry
4 - The Beast
5 - The Kids Are Back
6 - I Believe In Rock 'N' Roll
7 - We're Not Gonna Take It
8 - The Fire Still Burns
9 - We're Gonna Make It
10 - Under The Blade
11 - The Price
12 - Burn In Hell
13 - I Wanna Rock
Bis:
14 - S.M.F.

 

Galeria de 256 Fotos do Twisted Sister
no Live´N´Louder Rock Fest

Saldo final do Live´n´Louder Rock Fest 2013

    Na parte de bandas, apresentações, Espaço, organização, som, mudanças de palco, o Live´ n´Louder Rock Fest foi um festival eficiente e muito bom, entretanto, a data não foi boa, pois um domingo não é a melhor data para um festival de grande porte. Outro fator que afastou o público também foi o preço dos ingressos e a quantidade de shows internacionais que estão acontecendo no Brasil ultimamente.

    Que os fatos positivos motivem a ótima produção da Top Link Music para a segunda parte do festival, que está marcada para o segundo semestre e assim possamos assistir mais grandes nomes do Heavy Metal mundial por aqui.

 

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Damaris Hoffman e a Top Link Music
pela atenção e credenciamento
Maio/2013

 

Galeria de 54 fotos do Meet And Greet com o Molly Hatchet, Sodom, Loudness e Metal Church no Live´N´Louder Rock Fest

Voltar para Shows