Losna - Another Ophidian Extravaganza
11 Faixas - UGK Discos - 2015

    O Power Trio de Thrash Metal de Porto Alegre/RS intitulado como Losna mostrou a cada lançamento desde sua origem no já longínquo 2001 um grande crescimento e agora, passados cinco anos desde seu último álbum de estúdio, o Distilling Spirits ( leia resenha ), que Débora Gomes na guitarra e vocais, Fernanda Gomes no baixo e vocais e Marcelo Índio na bateria continuam a trilhar os tortuosos caminhos do Underground Brasileiro com louvor, se estabelecendo como um ótimo nome do Thrash Metal mais Old School.

    Neste novo Another Ophiadian Extravaganza, que foi lançado pela UGK Discos, o trio chega ao seu terceiro 'full lenght', que foi gravado e mixado no Estúdio 1000 em Porto Alegre/RS entre março e julho de 2014 por Fábio Lentino ( Nephasth e The Ordher ), que também cuidou da masterização. A sombria capa e seus encartes foram criados por Tiago Medeiros e definidos, assim como suas músicas, pela vocalista e baixista Fernanda Gomes: “Ataques venenosos podem ser muito dolosos, fatais. A sobrevivência só é possível através do soro antiofídico. E então estamos prontos para outra! Mais furiosos, mais soturnos, mais extravagantes. Preparem-se para o bote.”

    O Power Trio inicia Another Ophidian Extravaganza com Amaro Sapore, que é um veloz, agressivo e empolgante Thrash Metal, onde ouvimos os vocais raivosos de Fernanda Gomes, que também é responsável pelas evoluções no baixo ante a destruição vinda dos solos de guitarra de Débora Gomes e da bateria de Marcelo Índio. Depois da porrada na abertura, o Losna parte para Feronia, uma faixa mais cadenciada e com vocais quase guturais, que convidam o ouvinte a bater a cabeça, graças aos seus pedais duplos tocados com muito ímpeto por Marcelo Índio e também pelos constantes riffs de guitarra. Back To The Grotto exibe um implacável solo de baixo em seus primeiros instantes e depois segue com o ótimo andamento instrumental criado pela banda com Fernanda Gomes soltando seus coléricos vocais neste Thrash Metal matador.

    E se a ideia é detonar uma porrada atrás da outra, o Losna faz com habilidade, pois, quando seguem para a seguinte, não percebemos a mudança de faixa, afinal, a fúria de seu Thrash Metal é conduzida com primor e além dos vocais agressivos de Fernanda Gomes tenho que enaltecer os solos da guitarrista Débora Gomes nesta canção mais cadenciada, a Immiscible Pleasures, que é a quarta do cd. Relembrando dos Thrashs antigos, Project 971 continua Another Ophidian Extravaganza com o mesmo vigor e intensidade das anteriores, porém, o trio desfere uma das mais furiosas músicas registradas aqui, seja na forma de cantar de Fernanda Gomes ou no seu mortífero andamento instrumental.

    Em Serpent Egg, a baixista Débora Gomes assume os vocais e nos traz uma canção raivosa, onde ela libera seus vocais extremos, que estão quase guturais em um ritmo extremamente pesado, que contém solos de guitarra bastante envolventes, aliás, te convido a reparar no 'trampo' do baterista Marcelo Índio e nas viradas que ele realiza aumentando o grau desta sexta música, que se liga na próxima, a 'destruidora de pescoços' Mesmerized By Rotten Meat por seu ritmo incansável, cuja letra conta com um anagrama, que somente com o encarte nas mãos você irá perceber e aí temos novamente explicitada a importância em se ter o cd no formato físico.

     Atente para os solos de guitarra guiados pelos 'triggers' da bateria e para a empolgante atuação da baixista Débora Gomes, que novamente chamam mais uma sequencia de vocais mortíferos para finalizar a música. Inclusive, é muito bacana como o Losna desfere seu Thrash Metal, como vocaliza esta sétima música de Another Ophidian Extravaganza e como eles aplicaram seus solos de guitarra, que mesmo em um caos total Thrash Metal, exibiu momentos mais Heavy Metal mostrando a clara evolução da banda.

    Após alguns gritos agonizantes chega a vez de No Time For Romance, que exibe uma linha cadenciada dotada de vocais furiosos e muitos 'triggers' na bateria de Marcelo Índio, que passam toda a indignação presente em sua letra e te conclamam a socar o ar, além de banguear com o trio. Em Animal Instinct somos expostos à um solo de guitarra cortante feito por Débora Gomes, que depois torna-se mais cadenciado para que Fernanda Gomes possa exprimir seu ódio ao cantar seus versos. É sempre impressionante como o trio mantém o índice de peso e crueza de seu Thrash Metal em alta em cada música do cd.

    Em Strut! recebemos mais um convite para se quebrar tudo com a sessão de pancadas que são promovidas pelo Losna, sempre exibidas com muita raiva nos vocais, que ficam ainda melhores quando o trio acelera a parte instrumental da música.

    Com alguns dedilhados mais calmos, que tornam-se mais pesados rapidamente chegamos a Pneumonia, que apresenta seu encorpado andamento cadenciado para encerrar Another Ophidian Extravaganza, com direito à todas as vocalizações sombrias de Fernanda Gomes, que junto à guitarrista Débora Gomes e o baterista Marcelo Índio fazem o instrumental apocalíptico que permeia o cd.

    Sempre gosto de afirmar que é muito bacana quando ouço um disco de uma banda brasileira como o Losna e encontro a mesma energia, a mesma cólera, a mesma intensidade, que tenho ao ouvir um álbum do Exodus, do Slayer ou do Kreator; sim, Another Ophiadian Extravaganza é tão intenso, raivoso, destruidor como os álbuns de nomes como estes citados e não tenho dúvidas que ajudará ao Losna se consolidar entre os melhores nomes do Thrash Metal brasileiro, afinal, temos aqui um disco que dá prazer de ouvir após um dia de trabalho infernal.
Nota: 9,5.

Sites: www.losna.com.br, www.facebook.com/losnametal
e www.myspace.com/losnametal.

Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2015

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