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Accept - The
Rise Of Chaos
10 Faixas - Shinigami Records - 2017
2017 foi um ano
intenso para a lenda alemã de Heavy Metal Accept, pois, Wolf Hoffmann
(
guitarra ), Peter Blates ( baixo ), Mark Tornillo
( vocais ), Uwe Lulis (
ex-Grave Digger - guitarra substituto de Stefan Schwarzmann ) e Christopher Willians (
bateria substituto de Herman Frank ) lançaram um
CD/DVD intitulado Restless And Live, além de um memorável show no
Wacken
Open Air ( com a participação de uma orquestra ) e após uma turnê europeia de quase três meses nos brindaram com
mais um excelente álbum de estúdio, o The Rise Of Chaos, que marca a estreia
em disco de Uwe Lulis e Christopher Williams e o quarto com os vocais de
Mark Tornillo. E se isso tudo não fosse suficiente para deixar o ano cheio
para o Accept, o guitarrista Wolf Hoffmann também disponibilizou o seu
segundo álbum solo de nome Headbangers Symphony.
A escolha do nome
The Rise Of Chaos para o décimo quinto disco de estúdio da longeva e marcante carreira do
Accept é explicado
por Wolf Hoffmann: "The Rise Of Chaos [ A Ascensão do Caos em tradução livre ]
é algo sobre o que venho pensando com frequência. Ele descreve uma condição
que vem se espalhando lentamente pelo mundo. Na última turnê europeia, no
palco queríamos retratar cenários distópicos e destruídos. Se você olhar a
nossa nova capa, é a mesma imagem. E você também pode perceber a destruição
invisível que sentimos cada vez mais nestes tempos, assim como a destruição
visível". Inclusive, ele deixa claro o momento complicado que vivemos no mundo,
que pode ser para o bem ou para o mal, conforme o mesmo Wolf Hoffmann me
disse em novembro de 2017 (
leia entrevista ) antes da passagem perna
sul-americana da turnê do novo cd.
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E a excelente capa de
The Rise Of Chaos é de Gyula
Havancsák ( que já fez a capa de nomes como Annihilator,
Destruction e Grave Digger ) e o guitarrista fundador
do Accept nos esclarece seu
conceito: "Anteriormente, nossas capas eram simples e focadas em uma única
mensagem. Mas desta vez, queríamos algo mais interessante usando uma imagem
atmosférica onde você pode encontrar muitos detalhes ocultos, mas também um
indício claro e cuidadoso do presente.." E posso acrescentar aqui que ela
ficou tão grandiosa quanto as dez músicas do disco, que foi produzido,
mixado e masterizado por Andy Sneap ( que produziu álbuns do
Saxon, Testament, Exodus, Megadeth, Kreator
e Judas Priest ). Nas linhas a seguir vou detalhar
porque The Rise Of Chaos foi um dos melhores lançamentos de 2017 e para mim,
o melhor disco de Heavy Metal.
A pesadaça e
altamente contagiante Die By The Sword com seu Heavy Metal inflamado no
padrão dos alemães marca a abertura de The Rise Of Chaos, onde somos
expostos aos exuberantes riffs de guitarras Wolf Hoffmann e Uwe Lulis
( que parecem que tocam juntos há décadas pela sincronia ) e aos poderosos vocais de Mark Tornillo, que levam para um refrão que imperativamente devemos cantar juntos
com ele, aliás, além de sentir o ritmo frenético desta primeira canção,
olhos e ouvidos atentos nesta letra que ficará na sua cabeça. Já Hole In The
Head aparece mais cadenciada com Mark Tornillo também nos conquistando com
sua encorpada voz e com a dupla Wolf Hoffmann e Uwe Lulis nos entregando
solos empolgantes em um vibrante Heavy Metal, cujo refrão também será
memorizado rapidamente.
Se a
intenção do Accept é a de cravar suas garras
para valer, a faixa título The Rise Of Chaos, faz isso com precisão, graças
ao seu andamento marcante, com os seus solos encorpados nas guitarras e
também com o estilo todo único de Mark Tornillo cantar seus versos em uma
pegada que captura o fã de um Heavy Metal logo em sua primeira audição em
outra letra imponente e atual. Será um desafio ouvi-la e não cantarolar com
eles.
Depois hora do solo matador do início
de Kollaid, que é possuidora de um formato mais cadenciado, cuja evolução te
coloca junto com a música e seus vocais estão devidamente repletos de
voltagem em mais uma atuação reluzente de Mark Tornillo e dos
demais membros do Accept, onde novamente o refrão se destaca e é obrigatório
cantar com eles, além de sentir a tremor causado pelos sempre competentes
solos de guitarras.
Em seguida temos a veloz e pulsante
No Regrets, que
entra no estilo 'rolo compressor' com melodias impactantes e com um forte
convite a berrar seu título quando literalmente somos convocados pela banda,
ouça e sinta esta sensação. Aliás, e como não poderia deixar de acontecer em
se tratando do Accept, os solos de Wolf Hoffmann são um espetáculo à parte.
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Com a letra
inspirada na digitalização do mundo e de certa forma mais sarcástica, pois,
a humanidade está ficando mais 'burra' e muitos não se adaptam à esta nova
era ( e gostam das coisas antigas, tipo discos de vinil ), Analog Man critica este
novo problema mundial através de uma linhagem pesada de guitarras, onde
percebe-se a sustentação feita pelo baixista Peter Baltes e também pelo
baterista Christopher William em um grande entrosamento em uma inspirada
composição, que será difícil não sair cantando seu refrão com Mark Tornillo.
Outro ponto a se destacar é o velho barulho da conexão discada incluso na
música.
Outra pedrada que
gosta-se imediatamente é What's Done Is Done com seus solos incendiários e rápidos
nas guitarras, além de seus vocais brilhantes, que
fundem-se em um Heavy Metal sensacional com ritmo frenético como se espera
do Accept. A oitava é World's Collinding e
seus solos de guitarras ganham mais envergadura no decorrer da
música quando seus vocais e seu andamento já te ligaram a cada nota
executada pelo quinteto germânico, que também nos coloca diante a um
'infectante' refrão, onde toda a sua letra é para uma reflexão sobre o mundo
os nossos tempos.
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Sempre com o pé no acelerador, salvo em um trecho ou outro, o Accept
continua The Rise Of Chaos com a 'dinamite sônica'
Carry The Weight, que mantém o
poderio de ataque inabalável, confirme percebe-se nos seus solos acelerados de
guitarras, seus toques firmes na bateria e no baixo, além é claro, da
inconfundível, firme e marcante voz de Mark Tornillo. É ouvir e curtir, além
de sentir na alma seus momentos mais melodiosos onde as guitarras soladas
junto as ditam as emoções.
A última -
mas já?... sim é o que se pensa na
audição deste fabuloso álbum - é a Race To Extinction, que aumenta a chama
de seu Heavy Metal em um estilo sempre incansável da fusão de guitarras, baixo e bateria, sempre com muita
potência, que pavimentam o caminho para vocalizações
revoltosas e ácidas se olharmos atentamente seus versos, o que certamente
com o cd nas mãos vamos fazer, pois, é tão
convidativo e necessário que será impossível deixar de participar
com o Accept novamente.
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Mais uma vez, o
Accept nos brindou com
uma magnífica aula do mais puro e palpitante Heavy Metal com este The Rise Of
Chaos, álbum que em nenhum momento perde seu ímpeto, que aqui saiu
pela Shinigami Records.
Para todas as gerações dentro do Heavy Metal e especialmente, as mais novas,
ouçam este disco e entendam porque o Accept é uma das mais fundamentais,
melhores bandas da história e porque este disco foi o melhor lançamento do
estilo no mundo de 2017, conforme atestei no começo desta resenha.
Nota: 10,0.
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Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2018
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