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Ainda sobre as letras de Cancer Culture, Jarek Szubrycht concluiu sua tese: "abordam as questões relativas à Internet, uma grande invenção ( e mais amplamente, a tecnologia ), como o espaço onde principalmente derramamos frustrações, espalhamos superstições e mentiras, alimentamos o ódio e alimentamos nossa baixa autoestima. Todos os tropeços do poder nas mídias sociais e as explosões de raiva não valem nada porque somos apenas uma aberração temporária, um micro erro na escala cósmica. Não restará nenhum rastro depois de alguns segundos. São letras coloridas com decepção, pessimismo e falta de ilusão".
Além do citado Waclaw "Vogg" Kieltyka, o Decapitated conta com Rafal "Rasta" Piotrowski nos vocais, Paweł Pasek no baixo e James Stewart na bateria e Cancer Culture foi gravado no Prusiewicz Studio em Owczary e no Zed Studio em Chechlo, ambos localizados na Polônia com o produtor Tomasz Zed Zalewski.
A mixagem é assinada por David Castillo e feita no Fascination Street Studios em Örebro na Suécia e no Studio Grondahl enquanto que a masterização é de Ted Jensen em um processo que aconteceu no renomado Sterling Sound nos Estados Unidos. Para a sombria capa temos uma figura sinistra segurando um livro e estranhos itens em volta da sua cabeça em uma arte de Fabio Timpanaro e nas linhas seguintes vejamos se o Decapitated com este Cancer Culture pode mesmo ocupar o lugar do Pantera e do Lamb Of God, conforme a Metalhammer apontou.
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Em Hello Death, o Decapitated decidiu realmente despedaçar tudo, pois temos uma faixa que é ainda mais veloz e raivosa que a anterior, exceção feita apenas aos momentos em que temos os vocais limpos e melódicos da convidada Tatiana Shmayluk, que fazem uma contraposição aos insanos e coléricos de Rafal "Rasta" Piotrowski. Aliás, sobre a participação da vocalista da banda ucraniana Jinjer, o líder do Decapitated falou: "Jinjer é uma das bandas mais interessantes do Metal dos últimos anos. E os vocais da Tatiana na música vão surpreender algumas pessoas". E cá entre nós... ele está certo... ela causou um certo espanto ao cantar de forma limpa aqui.
A sessão de destruição do Decapitated prossegue com fulminante Iconoclast, onde a banda recebe Robb Flynn do Machine Head fazendo os vocais limpos, o que é de se admirar em se tratando de um nome tão violento como o Decapitated colocar duas faixas com vocais limpos e em seguida. Entretanto, esta novidade não diminuiu o peso e muito menos a intensidade de Iconoclast como poderia pressupor-se, pois, os poloneses souberam manter o grau de sua fúria na atuação de Rafal "Rasta" Piotrowski e nos impressionar com as alternações instrumentais. A sétima é a Suicidal Space Programme e após um início bastante elaborado, o extermínio chega através de seus vocais, de suas variações de andamento e principalmente, na atuação do baterista James Stewart ( que não para de martelar seu kit por nada ) e também nos solos de Waclaw "Vogg" Kieltyka em sua guitarra.
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Bastaram poucos mais de 30 minutos para que o Decapitated com o seu Death Metal nos colocasse diante de um dos mais devastadores discos de 2022 com este Cancer Culture, que mesmo possuindo vocais limpos em duas canções, ainda é detentor de uma violência incontrolável em músicas amplamente técnicas que agradará facilmente aos seguidores das bandas extremas. E este disco, que no Brasil saiu pela parceria da da Shinigami Records com a Nuclear Blast Records, pode levar o Decapitated reinar ao lado de nomes como o Lamb Of God e o Pantera.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2023
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