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Khemmis -
Deceiver
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Ou seja, encontraremos tristeza, dor e desejo de esperança nas criações de Ben Hutcherson, Phil Pendergast e Zach Coleman ( bateria ) este último conhecemos por sua importante participação no Go Ahead and Die de Max e Igor Amadeus Cavalera ( leia resenha ). Deceiver foi gravado entre janeiro e fevereiro de 2021 no Flatline Audio e no Band Cave em Denver/Colorado nos Estados Unidos por Dave Otero, que acumulou também a responsabilidade da mixagem e da masterização do cd. A ponderação de Zach Coleman sobre Deceiver é a seguinte: "Por ser nosso quarto álbum, especialmente após a transição entre os dois últimos álbuns, foi realmente libertador. Sentimos que realmente poderíamos fazer qualquer coisa neste álbum." E este raciocínio é completado por Phil Pendergast: "Há muita coisa aqui que nunca fizemos antes." Vamos então conhecer esta liberdade nas linhas seguintes.
Com dedilhados calmos e até um tanto que tristes, Deceiver é aberto com a faixa Avernal Gate, que depois adquire mais velocidade e exibe os ótimos vocais de Phil Pendergast e o Khemmis executa competentes alternações de andamento no decorrer da música tornando-a deveras cativante passando pelos momentos onde o Doom Metal aparece e rouba a cena. E não é demais enfatizar que o trio está ajustado como um relógio suíço flertando algumas vezes com o Death Metal ao exibir mais velocidade e vocais urrados. Na segunda, após o o começo tétrico, eles investem em uma composição viajante e distante, que tem seu ritmo elevado em alguns pontos e conta com um solo brilhante de Ben Hutcherson na guitarra antes de uma condução de linhas vocálicas deveras interessante até se tornar mais agressiva e trazer um aspecto depressivo à House Of Cadmus, que é finalizado perfeitamente pela banda.
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Após uma sequencia vibrante na percussão feita por Zach Coleman, Phil Pendergast canta com suavidade os versos de Shroud Of Lethe com muito feeling e a composição ganha um desenvolvimento que captura o ouvinte por conta dos longos solos de guitarras e por sua atmosfera Doom toda arrastada até atingir o seu ápice mais raivoso e retornar para os trechos calmos, mas, sempre com muita melodia e belíssimas variações em cada um de seus minutos. E a banda está tão aprimorada que nem se percebe a mudança de faixa e num piscar de olhos estamos na quinta de Deceiver com a excelente Obsidian Crown, onde os vocais agressivos assumem uma presença maior dividindo as atenções com o seu andamento lento e muito bem arquitetado pela banda com a devida precisão.
A última ( mas... já... ) é a The Astral Road, que se inicia com dedilhados e longos solos de guitarra até que o trio aplique uma mudança de estilo e deixe-a acelerada e com as outras alterações inclusas ficarem totalmente marcantes, inesperadas e surpreendentes. E não posso deixar de comentar dos solos de guitarras feitos por Phil Pendergast e Ben Hutcherson, que são um realce à parte da composição, assim como a atuação de Zach Coleman na bateria.
Posso dizer com total convicção que o Khemmis se superou neste álbum Deceiver e que o o disco será apontado no futuro como um dos melhores da carreira da banda e o único 'senão' é que ele acaba quase rápido demais ( tem 41 minutos ), pois, ficamos tão imersos em suas melodias que não estamos preparados para o seu término. Entretanto, isso não é problema, pois, basta colocar o álbum lançado no Brasil pela Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast para rodar novamente e curtir suas esbeltas harmonias, vocais, solos, intensas e entusiasmadas variações.
Nota: 9,5.Por Fernando R. R. Júnior
Maio/2022
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