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Sendo trabalhado desde 2015, Gods Of Violence foi produzido, gravado e mixado por Jens Bogren ( Opeth, Dimmu Borgir, Sepultura, Arch Enemy, Soilwork, Katatonia e tantos outros ) no seu aclamado Fascination Street Studios em Örebro na Suécia e a masterização é de Tony Lindgren e foi realizada no mesmo estúdio sueco. Os coros épicos são de Ronny Milianowicz e os de batalha contam com ele e também Björn Kromm, Fredrik Eriksson, Henrik Andersson, Matias Lövdahl, Lars Höjer e Jens Bogren, sendo gravados no Studio Seven em Örebro, também na Suécia. Os italianos Francesco Paoli e Francesco Ferrini do Fleshgod Apocalypse ajudaram nos arranjos orquestrados, que foram gravados no Midas Productions.
A impactante capa, que mostra um cenário apocalíptico é de Jan Meininghaus e a versão lançada no Brasil pela Shinigami Records é embalada de 'digipack' triplo de luxo e conta com um DVD ao vivo no Wacken Open Air de 2017 valorizando ainda mais sua aquisição física e se tornando um item de colecionador.
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A jovem harpista de 12 anos chamada Tekla Li-Wadensten faz os dedilhados iniciais da matadora Gods Of Violence, que deixa claro a potência praticamente incalculável que o Kreator aplicou na faixa título do cd, sendo que seu refrão não só vai para a memória como também nos faz querer gritar com o vocalista e socar o ar ( mesmo em casa ouvindo o cd ). E mais uma vez chamo sua atenção caro leitor(a) para os solos de guitarra de Mille Petrozza e Sami Yli-Sirniö. Em Army Of Storms sentimos a pegada Heavy Metal do Kreator se evidenciar para depois na marcação realizada pelo baterista Ventor, o seu mortífero Thrash Metal chegar e tomar de assalto com cólera nos vocais e uma aniquiladora aceleração nos solos de guitarras, que ficam mais melodiosos em alguns trechos enaltecendo assim o poder de fogo dos alemães, que terminam com um eficaz solo de bateria me levando a exclamar: uau... que sonzeira até aqui!!!. Na seguinte, a cadenciada e encorpada Hail To The Hordes, Mille Petrozza recebe Boris Pfeiffer do In Extremo na bagpiples, uma gaita de foles conferindo a garantia de outra 'dinamitadora' composição.
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Side By Side, a décima do cd, é um Thrash rápido e devastador, que é vocalizado com a devida ira e é repleto de solos marcantes, entretanto, os dedilhados e os vocais mais calmos que existem na música dão um grau ímpar e posteriormente, chamam o seu final mais Thrash.
Na última do tracklist normal, a Death Be Comes My Light, o Kreator até começa mais lento, mas, quase instantaneamente dispara seus canhões sonoros em um robusto e rápido Thrash de letra narrando uma experiência de quase morte através de 'riffleramas' saborosas de se ouvir em seus sete minutos de aromas épicos e claros flertes com o Heavy Metal. Inclusa como bônus para os brasileiros Earth Under The Sword chega firme consolidando o inabalável poder de fogo do Kreator com as sempre empolgantes vocalizações fortificadas repletas de solos eficazes. O DVD Live At Wacken 2014 acompanha esta versão de Gods Of Violence, conforme mencionei anteriormente e a partir deste ponto vou contar seus detalhes.
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Aos gritos de "Kreator... Kreator...", o empolgado vocalista informa que são 30 anos do Heavy Metal da banda e assim executa a bombástica Warcurse ( do Horde Of Chaos ), que produz com seu ritmo vários "hey... hey..." e muitos socos nos ar. O baterista Ventor chama a galera com seus toques enquanto que Mille Petrozza pede a abertura de uma divisão na plateia para que assim que Endless Pain ( título do álbum de 1985 ) seja tocada uma gigante roda seja deflagrada e eles metralhem todos com seu veloz Thrash Metal, que segue mais insano para nossa satisfação com a voraz Pleasure To Kill ( que também nomeia o álbum de 1986 ), onde fico imaginando as rodas fervendo entre a galera. Como um maestro, Mille Petrozza gesticula em rápidos instantes em uma 'paradinha' para junto as demais detonar solos em sua guitarra. E pensa que eles aliviam? Não caro leitor(a), não ao vivo... e muito menos no Wacken... pois, continuam com a estonteante Hordes Of Chaos ( título do cd de 2009 ), que é uma de suas maiores pauladas de sua carreira.
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Efusivamente aplaudidos, eles retribuem com The Patriarch ( do Violent Revolution de 2001 ) e a clássica Violent Revolution ( que crava o nome do álbum ), que não só poderia faltar neste histórico show bem como foi responsável por enlouquecer significativamente os fãs, que veem Mille Petrozza mirar sua guitarra Flying V neles. Aos dedilhados feitos por Sami Yli-Sirniö, o Kreator continua sua 'blitzkrieg' com a 'assassina' United In Hate do Phantom Antichrist.
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E vale sempre ressaltar que a iluminação, a captação de imagens e o som sempre são um show à parte quando se fala de Wacken, mas, nesta apresentação do Kreator, assim como na última vez que vi os alemães aqui no Brasil ( relembre neste link )... notei uma preferência pelos tons vermelhos no palco. Enfim, um showzão que nos faz desejar estar lá e assistir o Kreator o mais breve possível ou rever o DVD. Aliás, cabe um comentário extra - ao ver este show com todas estas músicas animais: fico pensando na 'dificuldade' que eles terão para incluir as novas deste formidável Gods Of Violence no setlist.
O Kreator mantém com este Gods Of Violence o seu elevado padrão de Thrash Metal e além de soar pesado como sempre, soube adicionar neste trabalho levadas mais Heavy Metal nos solos das músicas, que as deixaram vigorosas e pulsantes o tempo todo te conclamando a ouvir o álbum novamente, pois, é bastante viciante e para mim já está na lista dos melhores dos alemães.
Nota: 10,0.Sites: www.kreator-terrorzone.de.
Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2017