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MaYaN -
Dhyana
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Para o terceiro álbum do MaYaN, que recebeu o nome de Dhyana, Mark Jansen contou com George Oosthoek ( Orphanage ) nos vocais urrados, Laura Macri ( Divas e Andrea Bocelli ), Marcela Bovio ( Ayreon e Stream Of Passion ), Henning Basse ( Firewind ) e Adam Denlinger nos vocais, Frank Schiphorst ( Symmetry e Christmas Metal Symphony ) na guitarra, Jack Driessen nos sintetizadores, gritos e arranjos orquestrais, Roel Käller ( Skullsuit ) no baixo, Ariën Van Weesenbeek na bateria e Merel Bechtold ( Delain ) na guitarra. Também fazem parte do MaYaN os músicos Arjan Rijnen ( Revamp ) e Jord Otto ( Vuur e My Propane ), quando Merel Bechtold não pode tocar com o MaYaN.
Dhyana teve seu financiamento através de uma campanha de crowdfunding na plataforma IndieGoGo em 2018 para que pudesse contar uma orquestra ao vivo com seus músicos e mais de 40 mil euros foram arrecadados, ou seja, os fãs acreditaram nas ideias de Mark Jansen e garantiram sua concretização, sendo que desta forma todos os custos foram cobertos e renderam ainda o EP Undercurrent. A orquestra escolhida por eles foi a tradicional Orquestra Filarmônica da Cidade de Praga da República Checa com mais de 60 anos, que é uma das mais respeitadas no mundo e já trabalhou na trilha sonora de filmes da saga Star Wars ( que Mark Jansen é muito fã ), Hannibal ( 2001 ), A Chegada ( 2016 ) e foi responsável pelas partes orquestradas do cd Death Cult Armaggedon do Dimmu Borgir.
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E é justamente com esta linha orquestrada e de ares cinematográficos, que Dhyana é aberto com a rápida, tensa e pesada The Rhythm Of Freedom com uma abrangência maior dos vocais urrados, porém, sem esquecer dos limpos e dos femininos, onde todos seguem por um estilo grandioso e com elementos de Power, Symphonic e Black Metal em seu decorrer e muito bem harmonizados contribuindo para deixar a música ainda mais interessante. Depois em Tornado Of Thoughts ( I Don't Think Therefore I Am ) sentimos influências árabes aliadas ao seu andamento intenso e consideravelmente fortificado, que está repleto de vocais urrados, onde também aparecem com importância os limpos e também os femininos, ambos pontualmente encaixados e assumindo o destaque, além de enriquecer consideravelmente a melodia da música.
Após as duas pedradas iniciais, o MaYaN, apresenta nos toques de piano e nos vocais femininos, que estão líricos e épicos temos a dramática e até sinistra, Saints Don't Die, que pouco depois ganha sua adição de robustez em um ritmo cadenciado altamente orquestrado e sinfônico, além de também vários vocais guturais, que contracenam com a formosura dos líricos.
Na canção título, a Dhyana, o MaYaN optou por uma composição mais lenta e deveras bonita com os vocais líricos de Laura Macri e de Marcela Bovio, e isso, sem pensar na presença dos convidados Elianne Anemaat no violoncelo e Roman Huijbregh ( Navarone ) no violão nesta que é a mais impactante até aqui. A quinta do cd é a Rebirth From Despair e é totalmente direcionada para o lado 'rosnado' e orquestrado, exceção feita apenas ao seu refrão, onde seus vocais femininos ficam em evidência, inclusive, quando garantem as partes viajantes da composição que antecedem as linhas velozes e furiosas que foram aplicadas pelo MaYaN.
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De início sereno quebrado poucos segundos depois, The Flaming Rage Of God é a penúltima de Dhyana e a dualidade costumeira ocorrida entre os vocais urrados masculinos e os líricos femininos acontece novamente em uma condução feita com primor pelo MaYaN, onde saliento os solos de teclados executados por Joost Van de Brock e muitas modificações de andamento, que sempre desafiam nossa percepção ao que vai acontecer em seguida. E para finalizar o álbum temos Set Me Free, que nos mostra linhas cadenciadas e vocais limpos até suspender-se ao Symphonic Metal que é... hora que percebemos os vocais urrados tomarem conta ante a um verdadeiro caos instrumental praticamente Black Metal, que tem sua intensidade rompida apenas pelos vocais femininos e fazem o encerramento grandioso que o álbum merece após quase uma hora de audição.
Podemos dizer que o 'Dream Team' do Heavy Metal Holandês ao comando do talentoso 'capitão' Mark Jansen nos brindou mais um excelente álbum onde explora fortemente suas influências sinfônicas transitando com precisão pelos caminhos extremos e retirando de lá um ótimo golaço da carreira do MaYaN, que no Brasil saiu pela Shinigami Records graças a sua parceria com a Nuclear Blast. Quem acompanha a carreira de Mark Jansen no Epica verá que Dhyana é indicado para tanto os fãs do Epica quanto os amantes de Death Metal e também de nomes como Nightwish e Within Temptation.
Nota: 9,0.
Por Fernando R. R. Júnior
Junho/2020
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